último desejo......

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Narração de Ana

Acabei de acordar, olhei para o relógio, são 4:00 horas da manhã, observei o quarto, vi o papai mexendo em minhas coisas, parece que era as minhas roupas, acho que ele tá arrumando, a dor dominava o meu corpo, não tinha forças, nem para falar, com muito esforço saiu algumas palavras:

--------- papai... O que o senhor está fazendo?

Falei muito sussurrando.....

Esperava que ele não escutasse, mas ele escuto, virou para mim e disse:

---------- filha nós vamos para casa da sua avó.

---------- porque......
disse com voz de tristeza

---------- porque minha filha, você sabe que você está....

Ele não terminou...
Mas eu entendi.

--------- a sua avó quer te ver.

A vovó quer me ver? Perguntei pra mim mesma, mas tenho assuntos pendentes aqui, tenho que ver Petrick, e perguntar o que ele realmente senti por mim.

Não posso ir pra vovó, e se eu morrer pra lá, e nunca mas poder ver Petrick, nunca poder contar o que eu sempre senti.

Vou escrever uma carta, disse a mim mesma.

Não posso morrer sem contar para ele o que eu realmente sentia.

Petrick eu te amo, dizia em meus pensamentos, com os olhos cobertos em lágrimas.

O papai já havia ido embora do quarto.....

Foi quando eu criei o máximo de forças possíveis, para ir a uma mesinha que tinha no meu quarto e escrever a carta.

                   Eu consegui......

Ao finalizar a carta, já deveria ser uma 5:30 da manhã, tinha uma empregada do lado de fora do quarto, ainda bem que ela estava lá, me poupava esforço de andar.

Era a empregada que eu mais gostava, era Rosa.....

Pedi que ela levasse assim que possível para Petrick....

E ela disse que faria isso.

Estava me preparando para descer as os degraus das escadas, mas fique com medo de cair.

Quando eu vir papai me pegou no colo.... parecia até uma moça indefesa.... Ou algo do tipo.

Me levou até a carruagem, e me sento delicadamente para que eu não me machucasse.

Mas eu já estava machucada, pois o meu coração estava ferido, pois eu nunca iria saber o que Petrick realmente sentia por mim.

Adeus Petrick, falei ao sair da cidade, mas bem baixinho para o papai não escutar.

Aguentei as minhas lágrimas e seguimos em diante.

.......................................

Chegamos na casa da vovó, já era a tarde.

Ela já estava tão velinha, estava para morrer também....

Disse em meus pensamentos...

Ela me recebeu com um grande sorriso, e me deu um beijo, e nos disse para entrar.

Mas os meus pensamentos ainda não deixava Petrick, me perguntava o que ele estaria fazendo? .

Narração de Petrick

Já havia chegado a tarde, fui na casa de Ana.

Chegando lá, toquei a campainha. A empregada abriu a porta. 

Dei um sorriso para ela, e disse:

---------- A senhorita Ana está?.

com uma cara de tristeza ela disse:

---------- A senhorita Ana não está, ela foi passar um tempo longe daqui.

Ela estava tão triste, que poderia dizer que os seus olhos estavam se enchendo de lágrimas só por causa da notícia que ela estava me dando.

Fique meio confuso..... voltei a perguntar...

---------- quando ela volta? 

---------- acho que ela não vai voltar.

--------- como assim ela não vai voltar?, ela precisa voltar.

Nesse momento fiquei cheio de angústia.

Não entendia mas nada, voltei a falar:

--------- como assim ela não vai voltar?Para onde ela foi?.

-------- senhor Petrick....

Disse a empregada com a voz mansa, volto a dizer:

-------- senhor Petrick, a senhorita Ana deixou uma carta para você.

Ela me entregou a carta, e disse:

---------- sabia senhor Petrick, que seria tão mas fácil se senhor tivesse percebido antes.

Não conseguir dizer nada, apenas fiquei  olhando para ela.

Percebendo como ela tinha razão, percebi o quanto eu fui idiota, para não perceber que a garota que eu sempre quis, estava ali. Ana, não sei o que se passa, mas por favor volta pra mim.

Empregada me acordou, dizendo:

-------- senhor Petrick....., acho melhor o senhor seguir em frente, ela gostaria disso.

-------- como?

Eu não estava entendo mas nada.

Perguntei:

-------- o que está acontecendo? 

Ela me respondeu chorando....

--------- Senhor Petrick, Ana não vai voltar mas, pois ela está morrendo, e não à chances dela voltar viva para cá.

--------- como?

Parece que o meu coração se aperto, não entendia mas nada, acho que na verdade eu não queria entender.

Ana me desculpe, por não ter percebido, só por favor volte pra mim.

Preciso lhe dizer algo, pois se eu não  lhe dizer, não saberei como seguir em frente.

Ana parece que eu amo você.

E eu quero ver seu sorriso mas uma vez, mesmo que não tenha sorriso, eu quero te ver assim mesmo.

Ficava refletindo em meus pensamentos, olhando para a carta, que está em minha mão.

Andava pela rua desorientado, não queria acreditar, que Ana sempre me amou, e eu não percebi.

          Burro, burro, BURRO...... !

Gritava em minha mente.

Ana, Ana..... !, por favor Ana volta pra mim.

Você não pode me deixar assim.

Me escrever uma carta, e depois ir embora.

Com uma angústia me dominando, e com lágrimas que não paravam de sair do meus olhos, começa a chover, por um momento me sentia uma criança desorientada, precisava de alguém para me guiar, pois eu não sabia mas para aonde ir.

Me sentei na calçada da rua, com a chuva forte caindo em minha pele, fiquei lá sentado sem saber o que fazer...

Ana não saia da minha mente...
Eu queria ver ela pelo menos mais uma vez.
.....................

Momentos depois....

Vejo o meu pai e volto para casa.

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