Capítulo 9

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Como eu já havia adiantado, esse capítulo tá especial e enorme kkk

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Três meses. Como o tempo passa rápido. Há quase um ano decidi para de jogar vôlei. Há três meses recebi a proposta que mudaria completamente a minha vida. Há três meses venho me dedicando a uma nova profissão. Há três meses venho desfrutando de uma felicidade que parecia muito distante há quase um anos atrás.

Profissionalmente não poderia me sentir mais realizada. Continuava trabalhando com o esporte que me proporcionou tudo o que tenho hoje, meu trabalho vem recebendo destaque. Hoje, nossa equipe tem o melhor bloqueio da superliga, nossas atletas estão com o condicionamento físico exemplar e estamos prestes a nos classificar para as quartas de final.

E para aqueles que acreditam na máxima "sorte no jogo, azar no amor" o meu sinto muito, porque minha vida amorosa também não poderia estar melhor. Nesse três meses meu relacionamento com a Ari foi se consolidando, nos conhecendo cada vez mais e com isso aprendendo a lidar uma com a outra.

Com a convivência fui me dando conta que a diferença de idade não tem tanta importância quando as duas pessoas querem fazer dá certo. E nós queremos. E muito. Fiz questão de conversar com o Paulo sobre minha relação com a Ariele, mas recebi muita compreensão e apoio por parte de todos. Por isso, todos sabiam da nossa relação, mas obviamente, dentro do clube nossa relação era estritamente profissional. E estávamos convivendo muito bem com isso.

Já fora do clube, a realidade era diferente. Como nossas amigas diziam, parecíamos siameses. Ari é um grude. Onde estou ela está também e como sou extremamente carinhosa, então já viu, né?! Estamos sempre nos tocando, fazendo carinho uma na outra e trocando olhares. Passávamos quase todas as noites juntas, eram raras as vezes que ela dormia no apartamento que dividia com a Naiane.

E nessa convivência intensa descobrimos muito uma da outra. Ela adora ser mimada, o que deu muito certo, já que adoro mimá-la. Ela é atenciosa e cuida de mim com verdadeira devoção. Somos ciumentas, as duas, mas já estamos aprendendo a controlar isso. Ela grudinho, eu beijoqueira. Ela birrenta, eu paciente, graças a deus. E quando me falta paciência, ela não aguenta por muito tempo e deixa a birra de lado e fica de dengo.

Enfim, felicidade me resume nesse momento da minha vida. E estou prestes a tomar uma decisão que certamente vai contribuir pra continuidade desse estado de espírito. Planejei cada detalhe para que nada desse errado. O time vai viajar amanhã para um jogo contra o Brasilia. Eu já havia pedido ao Paulo que me liberasse dessa viagem, pois estava me recuperando de uma virose. O que era verdade, mas esse não era o real motivo do meu pedido.

Aproveitando disso ele optou por "poupar" algumas de nossas jogadores que já vinham apresentando certo desgaste físico, e por isso eu ficaria responsável por fazer um trabalho de recuperação com essas atletas. Uma das ponteiras titular ficou para esse trabalho, ou seja, pela primeira vez Ariele começaria uma partida como titular. E isso quase me fez adiar meus planos, afinal eu queria estar lá para lhe apoiar nesse momento, mas como ela estava bastante focada no jogo, resolvi continuar o planejamento e torcer por ela de casa.

"Amor tem certeza que você vai ficar bem aqui sozinha?" - Ela pergunta pela décima vez só na última meia hora. Estávamos deitadas na minha cama, ela já com tudo arrumado para a viagem.

"Amor você sabe que já estou praticamente boa" - falei a abraçando mais forte e beijando sua testa - "eu quero que toda sua atenção esteja no jogo, vou ficar torcendo por você daqui"

"Eu queria que você estivesse lá comigo" - ela faz manha

"Eu vou está em pensamento, tenho certeza que você vai fazer uma partida incrível" - a incentivei como venho fazendo todo esse tempo - "que namorada mais manhosa essa que eu fui arranjar" - brinco quando ela se aconchega ainda mais em mim

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