Capítulo​ 1 Bad Day

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A implicância é uma declaração de amor !


(Fabrício Carpinejar)

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Aquele dia parecia que ia ser como os outros . Agatha Prates levantou-se de sua cama e iniciou sua rotina afastou as cortinas,abriu as janelas , agradeceu a Deus por mais um dia que se iniciava , deu banho Lucas seu sobrinho de um ano , o vestiu deu sua mamadeira , se arrumou e o levou até o apartamento em frente onde morava dona Rosa, a simpática senhora que cuidava do bebê enquanto ela estava fora. Agatha trabalhava como secretária em uma imobiliária. A manhã estava fria e ela notou que havia alguma coisa de errado, assim que chegou ao escritório, Glória sua chefe, mal conversou com ela nem mesmo ergueu os olhos da vasta papelada que tinha sobre sua mesa. O SR. Lacerda o dono da imobiliária ligou para seu ramal apenas para lhe pedir café. Nem mesmo Rafael que era o mais divertido de todos na empresa. Costumava sempre alegrar o ambiente não apareceu naquela manhã. Até a hora do almoço, as coisas não tinham melhorado, Agatha já estava imaginando todos os tipos de desgraça possíveis . "Se tivesse acontecido​ algo com Lucas dona Rosa já teria me ligado". Pensou se preparando para ir almoçar.

-- Quer que te traga algo? _perguntou a Glória .

-- O que? Ah , não obrigada, Agatha comprei um sanduíche no caminho .

Agatha já estava no elevador quando o SR. Lacerda a chamou.

-- Agatha gostaria que viesse até a minha sala por favor.

-- Claro senhor ! Respondeu entrando no pequeno escritório .

-- Por favor sente-se .
O senhor Lacerda era um homem de meia idade , muito discreto que sempre a tratava bem.
Ele não entendia como uma moça tão linda e jovem como Agatha era solteira ainda, ele se compadecia por vê-lá cuidando do sobrinho que ainda era bebê. Naquela manhã ele estava diferente ; andava de um lado para o outro como se estivesse criando coragem pra lhe dizer algo. Por fim sentou- se á mesa e a encarou por um instante.

-- Sinto muito, mais terei que demitir você!

Agatha o encarou desejando não não ter escutado aquelas palavras. Agora compreendia porque tudo parecia estranho. Provavelmente Glória já sabia que ela seria demitida e não teve coragem de contar.

-- Não entendo, SR. Lacerda.

Seu rosto delicado estava quase transparente, de tão pálido.

-- O senhor nunca se queixou do meu trabalho...
-- Não é isso, Agatha . Seu trabalho é excelente . Glória sempre a elogio-u muito. Mais... Você sabe como as coisas estão difíceis e como as vendas caíram, com essa crise absurda que se instalou por todo país. Tudo indica que nos próximos meses serão ainda piores.

-- Ok , tudo certo. Quando o senhor quer que eu deixe o escritório?

Perguntou , passando os dedos trêmulos nos cabelos .

-- Hoje. Sei que deveria ter te avisado antes , mais adiei essa decisão o quanto pude . Eu tinha esperanças​ que as vendas fossem boas, mais...

O senhor Lacerda recostou- se em sua cadeira . Esfregando as mãos pelo rosto.

-- Pagarei suas férias e os quinze dias de trabalho deste mês.

Agatha não teve ânimo, estava se sentindo fraca e derrotada.

-- Sinto muito , eu lhe darei referências. Volte em três meses; quem sabe até lá às coisas melhorem e eu possa readmitir você.

-- Obrigada, Senhor Lacerda .

Glória a observava arrumar suas coisas em algumas caixas , que pegou no almoxarifado . Era uma pena, sentiria muita falta dela ,sua companheira de sala.

-- O Senhor Lacerda disse que você me daria um cheque.

-- Já está pronto. Vou sentir muitas saudades de você.

Disse Glória com lágrimas nos olhos.

-- Também gostei muito de ter trabalhado aqui , e com toda certeza sentirei muitas saudades de você Glorinha .

As duas deram um abraço caloroso de despedida.

-- Dê um abraço nos outros por mim , OK? É diz para o Rafa , que sentirei saudades das suas piadas.

ela e Glória riram . Agatha deu seu último abraço em Glória , com isso ela deixou o prédio onde trabalhava.

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