Fallen To The Deep

Stigma

Eu tenho escondido isso, vou te contar uma coisa
Apenas para deixar enterrado
Agora eu não posso mais suportar isso
Por que eu não podia dizer, então?
Tenho estado ferido, de qualquer maneira
Realmente, eu não posso suportar isso
Agora chore, é só que eu realmente lamento muito por você
Mais uma vez, chore, porque eu não consegui protegê-la[...]
Você, que foi punida em meu lugar
Você, que era delicada e frágil

Stigma, V (BTS)

Ela acordará cedo apesar de não haver necessidade alguma, não haveria ninguém lá.
Jennifer arrastou seus pedaços cansados para fora da cama tentando não pensar muito sobre tudo que se passava ao seu redor, tentando não pensar no passado, e muito menos no que o futuro lhe traria. Ela estava apenas se arrastando para fora dá cama, fingindo ser uma pessoa normal. Fingir, era tudo o que ela poderia fazer se tratando de ser honestamente feliz, pois ela não sentia o sabor de um sorriso puro em seus lábios já havia muito tempo.
Desceu a escadaria, e se direcionou para a cozinha, se sentindo sonolenta demais para esboçar algum sentimento, mesmo que para o nada. Pós-se na frente da pia de inox, lenta, como se não soubesse ao certo o porque de ter ido exatamente para aquele lugar, levantou sutilmente o rosto e encarou pela janela a visão privilegiada que a casa lhe proporcionava.

"Olhe Jennifer, o céu está abrindo seus olhos, você quer ver melhor?"
Perguntava sua mãe, Jade, com um sorriso para filha.
"Podemos levar Susan?" Jennifer perguntava, apontando para o berço. "Ela não vai conseguir subir as escadas, filha." Mas a pequena Jennifer não conseguia enter na época que um bebê não conseguiria subir as escadas para subir no telhado e ver o céu.
"Veremos da cozinha", pegou a mão miúda de Jennifer, e pegou a bebê no colo, levando elas para a grande janela que ficará na cozinha.
O céu estava azul, ainda em um tom mais escuro, manchado de rosa e rabiscado de amarelo e laranja do sol nascente."

Uma memória, e juntamente com ela, veio-se também suas lágrimas. longe de tentar controla-las deixou que elas saíssem de seus olhos como pequenas cachoeiras, e continuou a encarar o céu da manha. Aquele não era o mesmo céu e sua infância, ao lado de sua amada mãe, aquele não era o sol das amadas e esquecidas manhas, aquele só podia ser um usurpador. Com um brilho triste e infinitamente mais fraco do que o verdadeiro, o céu jamais foi o mesmo depois da morte de sua mãe. Aquele tom de azul acinzentado, jamais chegaria perto da beleza do que Jennifer se lembrava. Voltou a abaixar a cabeça, não havia mais o que se olhar, não havia beleza para ser apreciada, apenas um céu poluído, apenas isso.

Voltou para a pia, pegando a garrafa de café para faze-lo, embora não houvesse necessidade de fazer, não havia ninguém em casa, mas ela esperava que houvesse.

Susan...

Há quanto tempo ela não a via, a quanto ela tinha saído de sua casa. Jennifer pensava, Teria ela sido muito rígida ao exigir respeito? Ao ter zelado pelo seu próprio bem? Teria ela feito tão errado em protege-la dos mesmo demônios que a haviam perseguido durante tanto tempo e ainda a assombravam?

Jennifer tentou parar de pensar em todo o turbilhão de pensamentos que estavam passando por cada milímetro de seu cérebro. Resolveu por a água para esquentar, precisava de um café. Girou o botão, liberando o gaz e apertou o outro, fazendo a faísca elétrica incendiar o gaz, e formar a chama azulada.

Uma chama linda. Mas Jennifer não conseguia ver nada a sua frente, seus olhos estavam ocupados, deixando saudade e tristeza inunda-los. Susan, sua irmã, as memórias imortais de Jade, sua mãe, seu pai Matthew que definhava em um hospital, as memórias dolorosas de sua sofrida infância, tudo que ela guardava estava escorrendo pelos seus olhos agora.
Queimou sua mão por acidente, dando um leve grito que ecoou pela casa toda e rebateu contra si.