II

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Passei a noite acordada na janela, imaginando como eu poderia fugir um dia, guardas para todo o lado e sem dó de me matar. Quando o sol começou a se mostrar, decidi ir para a cama, mas logo desisti quando uma flecha vindo da janela se espetou com força em meu travesseiro, me assustei e antes de fazer qualquer coisa Marta entrou em meu quarto desesperada.

- Feche as janelas! - ela correu para fechar mas eu a empurrei.

- Estão atirando Marta! Saia dai!

Nos abaixamos enquanto algumas flechas se acertavam em meu quarto.

- Mas o que é isso? - perguntei baixo para Marta.

- É o outro reino, estão atacando!

- Não! Não! Não!

Eu repetia tremendo muito, peguei algumas almofadas para me proteger, Marta fez o mesmo, até que tivemos que correr de verdade, estavam atacando o castelo.

- Corra princesa! - Marta parou no meio do corredor.

- O que? E-Eu não vou te deixar aqui!

- Corra princesa... - Marta caiu no chão e eu comecei a chorar desesperada - Não espere...

Eu a abracei e a deixei, atravessei o castelo correndo com uma dor imensa em meu coração, eu havia deixado Marta, minha mãe de coração.
Ainda não via brigas com espadas ou bolas de cachões sendo atiradas, mas quando abri a porta do salão principal meu corpo se arrepiou e minha vista embaçou. Era sangue, nossos guardas caídos no chão e meu pai "tentando" lutar as espadas com os guardas rivais. Eu não sabia o que fazer, onde minha mãe estava, para onde ir, quando me viram correram atrás de mim, eu me virei e peguei uma espada ao meu lado, mas não fiquei para lutar, corri o mais rápido que eu pude subindo as escadas, eles tentavam me acertar com flechas.
O castelo já estava se destruindo, tudo quebrado, muitos mortos espalhados pelo chão, e eu continuava a correr, não sabendo se meus pais estavam vivos ou não. Cheguei na torre do castelo já sem fôlego, os guardas rivais vinham em minha direção, um deles tentou me acertar com a espada mais eu defendi, até que meu corpo pesou e eu cai no chão sem forças, meu braço foi atingido por uma flecha, soltei um grito de dor, e quando um deles foi acabar logo com aquilo, enfiando a espada em minhas costas, um homem mais alto chegou por trás.

- Saiam. - ele ordenou e os outros obedeceram saindo da frente, deixando eu ver o rapaz.

Ele era alto, os olhos bem desenhados, cabelos castanhos, suados e jogados na testa, pele perfeita de porcelana e a roupa preta, muito bonita.
Abaixei a cabeça pela dor imensa em meu braço, o rapaz se abaixou e empurrou meu ombro com força.

- Olhe para mim. - ele disse nervoso, eu levantei a cabeça devagar e olhei fixamente para o rosto desconhecido - Sabe quem eu sou?

Neguei com a cabeça e ele me encarou sério.

- Parece que se machucou... Venha aqui. - ele pegou meu braço brutalmente e me levantou, só aumentando incrivelmente minha dor.

- Me solte! - eu gritei tentando me livrar dele.

- Não tente nada princesinha. - ele disse me arrastando pelas escadas - Ou vai acabar bem machucada, talvez... Morta.

Ele me levou até alguns guardas e me jogou no chão.

- Levem-na, eu já vou. - ele disse se virando e saindo.

- Não toquem em mim. - falei com raiva e eles sorriram.

- Calma princesinha, não vamos te machucar... - um deles chegou perto e eu consegui chutar o rosto dele.

Os outros guardas se irritaram e vendaram meus olhos com uma faixa amarrada com força, e naquela situação toda, eu acabei desmaiando.

Acordei um tempo depois, com muito frio e dor no corpo, eu ainda estava vendada e sentia a ferida da flecha em meu braço latejar, eu estava com a respiração ofegante e conseguia escutar os batimentos acelerados de meu coração. Não sabia onde estava e eu não me lembrava de muita coisa, só me percebi com as mãos amarradas, e deitada no chão frio e úmido. Esperei um pouco e escutei passos rápidos chegando mais perto, a "porta" se abrindo do lugar onde eu estava e finalmente senti a presença de alguém em minha frente, eu escutava a respiração da pessoa, sentia que ela me observava, fiquei confusa na hora.

- Faz ideia de onde está princesinha? - uma voz conhecida e rouca quebrou o silêncio.

- Não tenho medo de você. - falei baixo.

Senti uma mão gelada tocar meu rosto, tirando a venda de meus olhos e eu finalmente ver quem era, me assustei, era o rapaz de cabelos castanhos, ele me olhava sério, me assustando muito.

- Quem é você? - perguntei piscando os olhos tentando enxergar melhor.

- Você não sabe quem eu sou? - ele disse se levantando.

- Onde eu estou? Cade minha família?

- Shhh... Quieta.

- Não! Eu exijo que me responda! - em um movimento rápido ele se virou para mim batendo em meu rosto.

- Eu disse quieta! - ele exclamou olhando em meus olhos - Primeiramente... Não tem mais essa de "família", acabou, eu ganhei essa guerra. - meus olhos marejaram na hora.

- Cadê meus pais? - tentei gritar.

- Infelizmente princesinha S/N... Morreram. - fiquei em silêncio - Pois é... Não tem ninguém para te salvar agora.

Ele rasgou a barra de meu vestido e a amarrou em meu braço, em cima do ferimento.

- Meu nome é Jeon JungKook... Príncipe JungKook.

Então era ele... O tal príncipe solitário que nos ameaçava.

- De agora em diante, você é minha prisioneira, vai ficar nesta cela para sempre, para mostrar a aqueles que não acreditam... Que eu ganhei esta guerra. - ele disse abrindo um pequeno sorriso no rosto.

- Meu Deus... Você não presta!

- Posso não prestar, mas não sou que estou amarrado e jogado no chão, princesinha.

- Meu nome é S/N, seu imbecil! E se acha que as coisas vão ficar assim, está enganado!

- Tá bom... Tá bom... Se tentar algo, morre.

- Me mate. - ele me olhou sério - Vamos, aliás, por que não me matou aquela hora?

- Você quer que eu te mate? - abaixei a cabeça - Foi o que eu pensei... Agora quieta, vou jantar, volto amanhã para ver se não se suicidou durante a noite.

- Cale a boca!

- Boa noite princesinha.

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