Com o primeiro, me vejo,
Com os olhos de quem se olha no espelho,
e a façanha do vampiro,
que não tem reflexo nem sobre a água e nem sobre o vidro.
Com o segundo, eu falo e nada digo,
Eu explico e deixo de lado,
Eu interpreto e com a sanha de uma péssima atriz cometo charlatanismo,
Eu sussurro e urro como um animal faminto,
porém não ataco.
Com o terceiro, eu escuto sem ouvir,
E ouço sem atenção,
Volto para o segundo com murmúrios,
Mas se me perguntares se sei o que disse,
Sou sincera e vou fatídica para o não.
Com o quarto, eu cheiro sem identificar,
Como um cachorro gripado,
Eu faro pelo olfato danificado,
E me vejo espirra.
Com o quinto eu toco, mas não sinto,
Sob a pele dos meus dedos está os esquivos,
De dormência do corpo e fadiga da alma,
Então encosto, mas não enrosco,
Por isso não toco.
Com o sexto, eu sinto mais do que digo
Vejo mais do que olho,
Ouço mais do que escuto,
e toco mais do que sinto.
E então eu paro tudo de novo,
Para rebobinar ao inicio,
Aonde eu reaprendo sozinho,
A ser os meus próprios seis sentidos.
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Poemas - As palavras dos meus pensamentos
Poésie"A poesia é a música da alma, e, sobretudo de almas grandes e sentimentais." - Voltaire A poesia é tudo aquilo que não se fala, não se escreve, mas se sente como o fogo da alma que é capaz de queimar a pele. - Minha Autoria. "Sobre a terra, ante...