Neutron Star Collision

Capítulo 1

Vozes... Dor... Escuridão... Por um momento me senti flutuando.
Ouvi sons estranhos...bip...bip... Tentei abrir os olhos... Mais dor.
Desgraçado! Sentia mãos em meu corpo, ainda que não seja em partes íntimas a ideia de ser tocada por um estranho desacordada é repugnante...bip...bip
Preciso acordar! Nada...Por mais que eu tente não consigo me mover.
Preciso vencer a dor! Tentei novamente abrir os olhos... Oh merda!...bip...bip
A dor me venceu e eu mergulhei na inconsciência.
...
- Como eu disse, não a conheço. A encontrei na estrada enquanto voltava do trabalho.
- Muito bem, Sr. Miller. Agradeço suas informações e peço compreensão- suspiro- Já vasculhamos todos os registros e não encontramos nada sobre ela. É como se ela não existisse até semana passada, não sei mais onde procurar. Sinto muito pelo transtorno.
- Como isso pode ser possível?!
- Eu não sei Sr...
- Tudo bem, até mais oficial.
- Até mais Sr. Miller.
...
Aos poucos abria os olhos, não dói tanto quanto antes. Mais escuridão... Aquele barulho estranho de novo...bip...bip... uma luz fraca vinha do monitor de um computador. Senti uma pontada no pulso quando tentei me mexer.
- Mas que merda... - murmurei enquanto arrancava um cabo do meu braço.
Tentei descer da cama mas minhas pernas fraquejavam, fiquei tonta por uns segundos antes de desmaiar.
...
- Mas já se passaram 24h!- disse levemente irritada.
Essa voz...é feminina...
Tentei abrir os olhos e consegui aos poucos.
Luz... finalmente!
Paredes e teto brancos...uma garota de cabelos castanhos e olhos grandes e azuis me encarava assustada.
-  Ela acordou!- disse.
Em poucos segundos uma porta de metal se abriu e de lá entrou um homem. Ele era grande e forte e sua expressão não ajudava em nada no momento. Ele estava bravo e e tudo nele dizia exatamente isso.

- SAIA DAQUI!- Gritou para a garota de olhos azuis- AGORA!

Aos poucos a garota se moveu enquanto olhava pra mim, parte do seu olhar me dizia que ela estava aliviada enquanto a outra parte que ela estava muito assustada.

Logo após a porta de metal se fechar olhei para as minhas mãos e elas estavam presas por algum tipo de metal e por puro instinto sabia que meus pés também.

-Quem-é-você?!- Disse pausadamente o homem.

Até então não tinha notado, mas não me lembrava de nada... Nem do meu nome, nem de onde vim, as únicas coisas que sabia era que minha cabeça doía e que por alguma razão o homem em minha frente queria saber.

- Escuta, eu só vou repetir mais uma vez. Quem é você?

Pela aparência ele não parece ser um homem de paciência e algo nele me deixava inquieta.

- Não sei - disse.

- Não sabe?!- A desconfiança nele era nítida.

-Vai com calma maninho, ela acabou de acordar de um coma- a voz da garota de poucos instantes atrás saia de uma caixa cinza perto da porta de metal. Pelo visto havia câmeras também.

- Escuta, não sei quem vocês são e muito menos quem eu sou, não sei onde estou ou o que vão fazer comigo. E pra todos os efeitos quem está presa sou eu, então eu sou a vítima aqui - falei.

- Ela está certa - A voz da caixa falou.

- Bom, não vou dizer quem eu sou até descobrir quem você é, então acho que estamos quites - disse o homem.

- Bom você está solto e pelo que vejo pode andar livremente pra qualquer lugar, ao contrario de mim. Então não, não estamos quites - Aquilo já estava me tirando do sério.

- Você é bem atrevida pra alguém que está presa.

- E você é bem ameaçador pra alguém que aparentemente se sente intimidado por mim.

O homem não falou nada apenas sorriu e saiu do quarto.

Ótimo agora eu estava presa em um quarto, sozinha e sem saber de absolutamente nada.