A Vida Real -II

Capítulo 11

Boa Leitura!
Jade Lewis.

--Caso encerrado.

Saio do tribunal com algumas pastas nas mãos e um sorriso no rosto. Mais uma missão cumprida.

Tomo um pouco d'água e sigo em direção a vítima do estupro que investigamos semana passada.

--Keith.-- A chamo.-- Você vai ficar boa.-- Sorrio para ela.

--Obrigada detetive, obrigada mesmo pela ajuda.-- Ela sorri de volta.-- Espero ficar boa.

--Vai ficar. Agora você pode deitar sem se preocupar com os estupradores à solta, estão todos presos, viu?! Você venceu essa, menina.

--Não foi eu. Foi você! Seu trabalho e sua ética foram importante demais.

Isso foi uma das melhores coisas que escutei. Há tempos trabalhando como agente, frases como essa sempre me inspirou, mas vítimas de estupros também sempre foram um bom incentivo para mim. Saber a dor delas é o que me instiga a ir além e achar os verdadeiros culpados.

--Obrigada.-- Sorrio.

--Posso te dar um abraço?

--Claro.

Ela vem até a mim e me abraça apertado.

--Sei o que sente, vai passar e você vai se tornar uma mulher linda e forte!-- Digo a ela.

--Igual a você?-- Me encara.

Aceno com a cabeça.

--Quem sabe melhor...

--Sei que sofreu abuso, doutora Jade. Eu pesquisei sobre a sua profissão e acabei indo mais afundo, você além de uma excelente profissional, é uma guerreira e eu me inspiro em você pra superar isso.

Outra coisa maravilhosa a se ouvir. Mas fico surpresa com seu interesse sobre a minha vida pessoal.

Alguns diriam que jamais se inspiraria em uma ex prostituta. Alguns jogariam pedras e pedras até perfurarem a alma, essa menina não, pois ela viveu parte do que vivi, ela sabe a dor que me levou a fazer o que eu fiz e hoje, ela se inspira não na minha antiga profissão, mas na minha força de vontade de superar um abuso e crescer na vida.

--Fico muito feliz em saber disso. Estude, moça. Estude muito e você não precisará passar metade do que passei pra chegar até aqui. Você ainda tem a sua mãe.-- Olho para a mãe que nos observa emocionada.-- Eu precisei fugir porque não tinha mais a minha. Você ainda tem sua família com você e só precisa continuar estudando e se esforçando para superar isso tudo.

Ela acena com a cabeça e me abraça novamente.

--Agora eu preciso ir. Aconselho que procure um psicólogo para a sua filha.-- Digo para a mãe.-- E fique atenta aos gestos dela, ela pode entrar em depressão.

--Tudo bem, obrigada doutora.-- A mãe agradece.

Aceno para elas e vou cumprimentar o advogado que nos ajudou no processo.