Capítulo único

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A humanidade sempre foi dividida entre os céticos, os que tentavam acreditar e os que eram fascinados pela a ideia de vida fora da Terra. Meu tutor diz que a raça humana era egocêntrica e que por este motivo aceitava como certa a teoria de que em um universo infinito como este, somente na Terra haveria vida.

A ciência avançava e a tecnologia também. Em certa década eles foram ao seu satélite natural, que chamavam de lua, mas depois, não foram a lugar algum e é curioso que poucos se questionassem o porquê disso. Na realidade, os extraterrestres que já há muito visitavam e viviam na Terra, impedia as grandes organizações e governos de saírem do planeta; depois de tantos crimes contra a própria raça e ao resto da fauna e flora terrestre, a humanidade estava em uma espécie de prisão domiciliar.

Os extraterrestres estavam de olho nos humanos, os estudavam, faziam grandes feitos, porém a civilização terráquea possuía uma grande alienação, eles viviam da ciência e da tecnologia, mas não entendiam nada sobre ambos, então não notavam nada de errado e prosseguiam suas vidas pacatas dando atenção a coisas vis.

No entanto, seu desinteresse pelo conhecimento era o de menos, a humanidade era uma raça naturalmente egoísta, os grandes líderes construíam seus egos fazendo humanos de classes menores brigarem entre si, no que eles chamavam de guerra. Tantos morriam, tantos tinham a vida destruída e na visão geral e segundo os livros de história, sempre há os vencedores e os perdedores, contudo, lendo esses livros com atenção noto que a humanidade inteira perdia nessas tais guerras.

Fechei o livro que lia e olhei envolta, para aquela biblioteca abandonada que achei por acaso em uma das tantas cidades destruídas que restaram no planeta. Voltando ao assunto guerra, é importante citar que foi graças a uma que não existia mais humano algum no mundo, eu era agora um dos poucos exemplares de DNA homo sapiens, mas sequer poderia me considerar tal, tão pouco alguma outra espécie das tantas que vivem na nave mãe que agora paira acima do planeta. Fui uma experiência de laboratório, um híbrido, sou o único que conseguiu sobreviver desse projeto e hoje vivo na nave mãe com seres alienígenas que prosseguem os estudos na Terra, porém, agora sem a humanidade para atrapalhar, eles também iniciaram um projeto de extração e pegam todos os bens terrestres que as criaturas que ainda vivem aqui não irão precisar, minérios, petróleo, essas coisas.

Tudo começou na terceira guerra mundial, com armas mais poderosas e pessoas mais egoístas, ao menos assim conta meu tutor. Grande parte dos países possuíam bombas atômicas e eles as usaram, destruíram cidades inteiras, mataram vários; as matas foram queimadas, as águas contaminadas, a Terra seria morta por somente uma das tantas espécies que aqui viviam. Os extraterrestres então, com uma máquina que possuíam chamada MorsZide, mataram toda a raça humana, mas somente ela, as outras criaturas prosseguiram vivendo no que restou do planeta. "Os seres humanos eram as células cancerígenas desse enorme organismo chamado Terra", dizia meu tutor.

Hoje a natureza tenta seguir seu rumo, essa tarefa agora parece mais fácil sem humanos no planeta, quem sabe uma das espécies que aqui ficaram futuramente não evoluirão e se tornarão os racionais de seu planeta, algum outro primata, golfinhos quem sabe, gatos ou elefantes, tanto faz, creio que os extraterrestres logo conseguirão tudo que querem, partirão e a Terra curará suas feridas sozinha.

Olhei para o lado onde uma esfera metálica com um olho em seu centro flutuava a meu lado, este era Pamp, meu companheiro robótico e meu melhor amigo, algo meio deprimente, eu acho.

__ Admito, desde que conheci essa biblioteca e leio os livros aqui presentes, começo a pensar se realmente a humanidade merecia uma extinção.

_ Por que não mereceria? _ disse a esfera em sua voz metálica.

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