Árvore da Vida

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Da árvore da vida jorrou sangue escuro, grosso, e o caos insólito, onde qualquer ideia poderia ser concebida. O mundo que veio abaixo desses mitos foi sonhado pelos Deuses em um misto de luz e sombras na Eterna luta entre Claridade e Trevas. Dokkalfar seria o mundo sombrio dos pesadelos em antítese a Albtraum, o mundo brilhante do sonhar.
Do choque entre meras ideias, esses mundos colidiram e os Deuses puderam sonhar com as primeiras terras. Assim nasceram os primeiros herdeiros da Terra Nova.
Nascidos das entranhas de pensamentos dimensionais e fundidos aos seres que habitariam aquele lugar feitos de animais, barro e fogo.
Há muitas eras o ser humano estendeu seus domínios por toda aquela Terra sem perceber sua origem e sem conseguir especular sua criação.
A magia do mundo sempre necessitou de uma grande bateria viva que era o sonhar daqueles que ali viviam.
Aos poucos os humanos do Antigo Mundo deixaram de sonhar e a herança viva se tornou história, que se corrompeu pelos cantos do mundo e diluiu até se tornarem lendas, moribundas, apenas nas mentes dos sonhadores, se tornando mitos. A verdade havia sido esquecida e as histórias eram tudo que lhes restava.
Uma das faces do mal original se formou em um dos muitos mitos da inveja e da conquista.
O Mito de um jovem da Terra que havia se apaixonado por uma Musa do Velho Mundo dos Deuses.
Kahyin ou Caim, pelo lado ocidental, ficou obcecado por uma das muitas filhas de Loki, Lihanna, no ocidente chamada  Lilith.
Lihanna era a favorita seu pai Trapaceiro, que sussurrou nos galhos da árvore da Vida e praguejou até contaminar um pequeno lago onde Kahyin matava sua sede. O sangue grosso da arvore se fundiu à essência do mundo e o jovem afogou-se no lago envolvido por dor e raiva.
Porém, toda mágica tem seu preço, e o jovem Kahyin despertou num estado de semi vida, amaldiçoado pelo sangue escuro de Yggdrasil, buscando apenas por vingança. Através de seus sonhos em estado mortificado entendeu a história como era pra entende-la.
Lihanna, devido ao seu amor proibido, a contragosto de Loki, fora expulsa de Asgard pela chama dos elfos e então banida para o mundo dos pesadelos, onde ninguém poderia alcança-la com vida.
O mundo ainda não conhecia a morte, a não ser por Kahyin, que não podia morrer.
Numa decisão egoísta, Kahyin tomado pelo ódio e esquecimento, condenou seu amado irmão, Ahalus ou Abel, no ocidente, matando-o para que este pudesse procurar Lihanna e protege-la.
Assim é o mundo, através de histórias esquecidas na poeira do tempo e lembradas por sonhos mirabolantes. Assim foi um começo há muito esquecido, contaminado e pulverizado em diversas culturas de diversas formas.
Kahyin foi o primeiro guerreiro que deu vida ao povo escandinavo que se forjaria ao sul e daria inicio àquela Mãe Terra conhecida pelos Eslavos e pelo Oriente Médio.
Assim foi e assim será o que se inicia numa história milenar de amor, dor e esquecimento. Onde alguns foram erguidos a patamares divinos na história e o restante figura em constante agitação procurando um espaço para se tornar alguém.
Em um mundo onde a magia já está perdida, os sonhos jamais esqueceriam.

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