fourteenth

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Nada de bom aconteceu. Metade da noite fora foi apenas vodca e drogas que estavam jogadas em cima da mesa, junto com maços de cigarros. Ele encostou no sofá e observou. Sua cabeça por um lado estava doendo, mas a única dor que ele sentia era nas suas partes de baixo. Ele se levantou e suas pernas frequejaram. Caminhou calmamente até que foi segurado pela cintura quando estava preste a sair.

Ele olhou para lado e era Jungkook. Sua expressão não estava tão boa. Taehyung riu por um pensamentos aleatório e Jeon franziu a testa. Ele puxou o garoto de saia pela mão, até o banheiro.

Jungkook, nós vamos transar?

Não, não vamos.

Mas quando me trouxeram pra cá, eu transei, mas eu não me lembro com quem ㅡ ele riu seguido de um espirro.

Quantas vezes você veio aqui?

Eu não me lembro. ㅡ sussurou.

Não precisa sussurar.

Mas eles vão ouvir, oppa.

Eu não sou seu oppa.

É sim, porque eu sou uma menina e você um menino.

Preciso tirar você daqui.

Não, você não vai.

Ele tentou correr, mas escorregou num vomito. Resmungou e levantou indo até a pia e jogando água na sua perna. Jungkook se aproximou dele e o colocou em cima da pia. Jogou água no resto da perna até estar limpo. Respirou fundo e encarou o garoto bêbado na sua frente. Seu pescoço e coxa tinham marcas roxas e vermelhas junto com as marcas de mão. Ele não havia reparado antes.

Taehyung, por que você está aqui?

Minha mãe me trouxe.

Nós vamos embora agora.

Jungkook tirou Kim de cima da pia e segurou sua mão a puxando. Passou pelas pessoas e parou quando Taehyung largou sua mão. Resmungou baixo e foi atrás do garoto que dançava e andava ao mesmo tempo. Viu um cara se aproximar e apertar sua bunda. Sua mão se fechou e foi de encontro ao rosto do cara que caiu no chão.

Eu não quero ir.

Por que?

Eu não quero ser punido.

Eu vou te proteger.

Você disse isso e não cumpriu.

Desculpe, mas agora você e o Jimin são as únicas coisas que me fazem levantar da cama.

Por que eu?

Porque você é o meu melhor amigo.

Ele sorriu e coçou o olho em seguida. Respirou fundo e segurou a mão do garoto na sua frente. Taehyung percebeu que o braço do amigo não estava mais marcado ou que seu pescoço tinha manchas. Ele parecia bem, pensou e ficou feliz. Jungkook não podia pensar o mesmo. Sua saia preta e a blusa branca estavam amassadas e o que escondia era a blusa jeans. Quando ambos pretendiam se mover para a porta, a mãe de Taehyung os parou.

Largue a minha filha, Jeon.

Sua filha? Ele é um homem, você precisa aceitar isso.

Ela é a minha boneca.

Você o trata como uma marionete.

Bonecas são feitas para brincar, eu apenas brinco.

Você vive numa casa de bonecas, então você também é uma boneca.

Ela riu. Jungkook empurrou a mulher pro meio da multidão e puxou Taehyung. Saíram do lugar e foram de encontro a rua com várias pessoas bebendo e algumas se pegando. Jeon foi em direção ao seu carro e entro, e logo em seguida Kim.

Você tem um carro?

Eu nunca contei?

Não.

Desculpe, então.

Jungkook ligou o carro e deu partida. O silêncio no carro se instalou. Kim ficou brincando com a borda da sua saia e sua mente foi se perdendo. Encostou a cabeça no banco e fechou os olhos. Respirou fundo e sentiu o cheiro de sua amigo. Ele cheirava a café. Como sempre, riu com o seu próprio pensamento. Ouviu seu amigo mumurrar uma música e abriu os olhos.

It's our paradise and it's our war zone. ㅡ cantarolou.

Você ainda canta bem.

Obrigado. ㅡ riu ㅡ Vamos fazer uma parada?

Pararam de frente a uma cafeteria e saíram do carro se dirigindo ao local em seguida.

Pede um café pra mim e o que você quiser. Eu preciso ir ao banheiro.

Kim assentiu e foi em direção ao balcão. Uma moça, loira, que parecia estrangeira, sorriu e anotou o pedido. O garoto esperou em pé, olhando ao redor. Observou as plantas e as cores coloridas que chamavam atenção do lugar. Ele sorriu com as coisas simples daquele lugar. Seu sorriso sumiu quando alguém apertou sua bunda e em seguida ouviu um mumurro de dor e um cara no chão, ao seu lado.

Você está bem?

Virou e encarou Namjoon. Ele não estava nada bem. Seus olhos se prenderam nas marcas roxas que marcavam o rosto do garoto, e os furos e cortes que marcavam seus braços.

Doll | Vmon Onde histórias criam vida. Descubra agora