A Fugitiva e o Carpete Ensopado

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Angel Point Of View

Como é bom acordar sem ser incomodada por ninguém, fazia exatamente dois dias que o corpo de bombeiros da universidade não é acionado, na verdade nem podia se chamar de corpo, praticamente apenas eu cuidava de tudo, Owen meu chefe se envolveu em um problema com drogas e foi suspenso até terminar seu tratamento na reabilitação, a faculdade foi gentil e me arrumou um companheiro para me ajudar com os mini-incêndios que às vezes ocorriam.

Meu quarto estava uma bagunça total, parecia que um furacão havia passado por ali, mas na verdade foi um dos meus "ficantes", foi louco e ao mesmo tempo estranho.

Coloquei aquele meu uniforme, um grande desperdício de cor vermelha acredito.

Em toda a minha vida sempre odiei a cor vermelha, agora você deve estar imaginando como eu sou uma mulher do corpo de bombeiros que odeia o uniforme que usaria praticamente em boa parte do dia, caso você me interrogue sobre isso eu lhe responderei o seguinte sem pensar duas vezes. Eu odeio vermelho, não encare isso como um ódio bobo e sim como um trauma , quando ainda era uma adolescente por volta dos quinze ou dezessete anos, Emma, uma amiga de infância que por sua vez também foi minha vizinha.

Emma era linda, cabelos tão loiros que me lembravam do feno que meus avós armazenavam em seus celeiros na temporada de inverno, seus olhos eram como uma capa de cor azul celestial, tão claros que lá se podia ver um pedido de socorro naqueles seus cansados e golpeados olhos.

Faltavam três dias para seu aniversário, e com toda essa pressão Emma parecia não estar tão contente para que esse dia chegasse; eu podia ver isso, podia ver que ela estaria querendo me dizer algo:

— Emma, você está bem?

Tentei fazer com que ela me contasse o que realmente estaria acontecendo, e por qual motivo estaria tão calada.

— E Por que não estaria? Eu estou bem, só um pouco cansada, e você como está?

Incrível como ela mentia tão bem e escondia tudo aquilo fazendo com que a pessoa a qual estaria em uma tentativa de oferecer ajuda deixasse passar a limpo como se tudo estivesse no seu devido lugar de costume, era como se fosse um "Eu não te devo respostas então, por favor, me deixe eu mesma cuidar da minha vida".

"É... eu estou bem, na verdade até alguns segundos antes eu estava e eu sei de uma coisa, sei que você mente, principalmente para mim, sempre me dizia tudo e agora eu enxergo que você não é mais a Emma de antes, apenas quero que você se explique para mim, o que estaria acontecendo, o que está havendo com você Emma, me diga o que está acontecendo!"

Eu me lembro muito bem de como isso aconteceu, a maneira de como minha boca foi sem educação comigo mesma, eu não tive intenção alguma de querer assusta lá e de dar a entender que eu era muito egoísta em não querer respeitar os sentimentos dos outros.

— Eu não posso lhe dizer, eu sinto muito Angel eu queria te explicar isso da maneira mais normal possível acont...

Antes da loira se quase explicar eu a interrompi, sabia que aquilo não era melhor coisa a se fazer naquela situação, mas eu fiz assim mesmo, sem pensar duas vezes.

— Eu só lhe digo uma coisa, peço que conte isso a uma pessoa futuramente para que ela guarde como uma recordação, quando mais você mentir, não só para mim e sim como para sua mãe e seu pai quem ficará mais sufocada seria você mesma Emma Fitz. E caso queira por alguma boa ventura me contar tudo o que acontece nessa sua vida por baixo das cortinas já sabe onde me encontrar.

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