Capítulo 3

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Lana

  Acordo com o barulho dos carros a incomodar profundamente minha cabeça,a mesma latejava desde ontem pela manhã,ser despedida em meio a um possível despejo é absurdamente um infortúnio,eu não sabia por onde começar ou como,à época de contratação em escolas já havia acabado,em minha mente só vinha um acúmulo de desespero e angústia, nenhuma solução parecia próxima.Dediquei-me então,em procurar incansavelmente,fui a diversas lojas e estabelecimentos,sempre com a mesma desculpa,"não precisamos de mais funcionários",tinha vezes que era impossível não se revoltar,de estar brigando pela mesma vaga de emprego e ver a loira peituda e do corpo bonito,ser a contratada,revoltante.

  O preconceito,foi e é algo que sempre convive, mesmo que involuntariamente,as pessoas não tem consciência do que falam,o quanto podem machucar um ser humano com poucas palavras,a cor da minha pele não define meu caracter ou capacidade,não é por que sou negra que tenho de me rebaixar a inferior,isso é inaceitável,porém é uma coisa muito omitida pelo país,onde gente da minha raça morrem confundidos com bandidos,jovens tem que lutar por vagas em faculdades e crianças são obrigadas a trabalhar por não acreditarem em um dia melhor.Uma realidade tão absurda, discrepante,temo que o sonho de um Brasil livre tenha apenas sido um sonho efêmero.

"Lana?!"

"Oi Bianca!"

"Soube que perdeu o emprego,é verdade?"

"Infelizmente,sim"

"Tá tendo entrevista de emprego aonde eu trabalho,é só até hoje,vem da uma olhada,vai que será contratada"

"Ah obrigada Bianca,não sabia mais o que fazer"

"Só acelera o passo,as candidatas estão quase no fim"

"Ok,vou direto pra aí"

  Ao adentrar aquele ambiente meus olhos se encheram de encanto,era maravilhoso a beleza daquele lugar,haviam móveis pretos e cinza com tons amadeirados,um empresa luxuosa era o que aparentava,funcionários caminhavam por todas as partes,estavam tão bem vestidos em ternos sociais e crachás de identificação, que me senti um peixe fora d'água.Avisto Bianca de longe,tento não chamar muita a atenção,sinalizo minha presença com o olhar, sendo captado no mesmo instante.

— Finalmente você chegou! - seu tom era de repreensão.

— Desculpe,tive que pegar muitos ônibus até chegar aqui! - faz uma expressão de compreensão ao respirar fundo.

— A última candidata está sala do dono,você tem que ir agora e se identificar como a procura do emprego! - sinto-me perdida em suas palavras.

— Você vai comigo?! - estava torcendo que ela disse-se sim.

— Sim,mas só até chegar lá,pra que não se perca,depois é com você,Henrique o gestor financeiro,fica no mesmo andar,qualquer dúvida pergunte a ele,ele é loiro,alto,forte,vai reconhecer rapidamente! - aperta o botão de partida,instigando ansiedade em minha mente.

— Como devo me portar?! - ajeito meus cabelos no espelho disponibilizado pelo elevador.

— Apenas fica calma,o Senhor Nakada não é tão ruim quanto parece. - assusta-me ainda mais.

— Pronto! É aqui,agora vai!

  Em passos curtos e trêmulos,me encaminho a sala que Bianca havia me dito sobre o gestor, bato duas vezes até ser liberada,sua expressão é de surpresa,talvez não tivesse esperando por mais uma candidata,segurará em mãos uma grande quantidade de papéis,os pusera a mesa de vidro com leveza,se encaminha ao meu encontro,minha barriga embrulha e minha garganta dá indícios que irá travar,ele me intimidará certamente.

— O que deseja? - comia-me com os olhos.

— Vim para entrevista! - ele não se pronuncia, fazendo-me segui-lo a outra lugar.

— Senhor,ainda está ocupado? - o nervoso aumentou gradativamente,agora minhas mãos tremiam.

— Pode entrar! - ouço uma voz que parece-me familiar.

— Ele está te esperando,boa sorte! - me da passagem,dando de cara o Sr.Nakada virado de costas,olhando pela janela.

— Licença senhor! - ponho-me tímida,quase que encolhida.

— Você é? - meu deus,não acredito no que os meus olhos estão vendo,é ele,o homem do café, isso só pode ser brincadeira.

— Lana,Lana Martins! - estendo a mão direita em cumprimento,sendo correspondida.

— Eu te conheço! - meu coração pulsa de forma  que irá saltar do peito.

— Eu derrubei café na sua camisa,desculpa novamente! - sorri,me intrigando.

— Não tenho problema nenhum quanto a isso! Foi demitida pelo ocorrido? - confirmo com a cabeça. — Veio pela vaga de secretaria?

— Sim senhor! - minha pernas estão bambas.

— Está contratada,começa amanhã! - paralisou-me ao ouvir aquilo,tão rápido,fácil, o que me acabou de acontecer?

— Mas eu nem dei meu currículo!

— Pense como um pagamento pelo que lhe causei,espero que compense da mesma maneira!

       L & J

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Meu adorável chefe! (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora