Quarta-feira, 11 de fevereiro. 17h28min. Norte do Brasil. Praça da Proteção

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— E vê se me faz um favor! Não me chame de senhor, tá legal?

— Perfeitamente, Senho... Perdoe-me... André!

— E escute aqui, não vacile! Não banque o esperto, entendeu? Sou perigoso!

— Temos acompanhado... Assistimos ao noticiário... O senhor fez uma bagunça e tanto por aí...

— Senhor é o seu pai, seu cretino! Filho da puta! E não me venha com ironia...

— Perdoe-me.

— Olha aqui. Tô me lixando pra isso tudo. Essa historinha macabra de cruzes, mortos e magia negra não me pega. Só não fode comigo, cara. Vamos acabar de uma maneira decente. Vocês cumprem a parte de vocês, eu cumpro a minha, depois cada um segue o seu rumo.

— Perfeitamente! Depositaremos o dinheiro amanhã pela manhã.

— Tá! Preciso desligar!

— Mantenha a calma, senhor André.

— Tô calmo, porra! Muito calmo! Não me chame de sen...

— Meu cliente te dará uma gratificação quando tudo isso acabar.

— Legal. Eu gostei disso... Gostei mesmo. Sabe como é... Sou um pouco rude... Estúpido... É o meu trabalho ferrando com tudo... Acabando com a minha sanidade... É a primeira vez que pego um serviço como esse...

— Compreendo.

— Sou acostumado a matar gente!

— Sabemos disso, senhor, digo, André.

— É algo que você vai e faz. Sou muito prático no meu negócio.

— Posso imaginar...

— Olhe aqui, seu fedelho, se você estiver me ferrando, juro que te mato! Não engoli aquela historinha...

— Do que o senhor está falando?

— Como vocês me encontraram?

— Foi como eu te disse. Deep Web.

— Espera mesmo que eu acredite nisso?

— É a mais pura verdade. Meu cliente te encontrou lá.

— Porra nenhuma!

— Está certo. Digamos que não foi na Deep Web. Que diferença faria?

— Eu quero falar com ele!

— Com quem?

— Não fode comigo, seu filho da puta! Com quem? Com a sua mãe!

— Você está um pouco alterado, nos falamos outra hora.

— Se você colocar esse telefone no gancho, juro que arranco a sua língua. Quero falar com o seu cliente!

— Pode largar o trabalho, se quiser. É um homem livre. Diga quanto te devemos.

— Pra falar verdade, estou curioso para ver onde isso tudo vai dar. Esse papo de ...

— O senhor fala demais. Devia medir suas palavras.

— Quem você pensa que é pra me dizer o que eu devo fazer?

— O senhor está um pouco alterado, entraremos em contato.

— Não desligue! Alô... Alô... Alô...


Twittando com o VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora