Tinha um gosto estranho na boca, como se fosse café de ontem gelao e amargo. Revirei na cama , com certeza era a minha cama, meu travesseiro com estampa de nuvens
O velho cobertor da tia Emma, minha antiga mentora no colégio
Interno onde passei meus primeiros 18 anos.
Abri o olho direito e fechei novamente, minha cabeça deu um solavanco de dor. Com certeza o excesso de álcool do dia anterior estava surtindo efeito.
-cuidado com a cabeça- ouvi a voz de cantor lírico no canto do quarto.
Abri os olhos e me levantei de repente. Logo me arrependi com a onde de vertigem que me pegou no caminho. Eu esperava ver o cara da bunda gostosa da noite passada sentado em um sofá só de calça e sem camisa com uma cara de gato que bebeu o leite , mas não esperava pra isso.
Ele era o oposto, era Bonito sem exageros, como se tivesse saído de um catálogo do magazzine, tinha porte médio, pele branca como creme, cabelos negros e o penteado era bem duvidoso, como se tivesse sido totalmente fodido. Como se exalasse sexo puro . Como um cara como esse veio parar na minha casa ?
Mas com certeza não foi sexo que aconteceu na noite passada. Tentei puxar na memória mas nada aconteceu, nada mesmo. Tudo era um branco total. Me lembro do Tim, de sair do bar e subir na moto. Daí em diante mais nada.
-Levanta devagar, deve ser efeito colateral.- o estranho disse e veio pra perto de mim.
-Efeito colateral de quê? - perguntei - nunca usei drogas, ontem deve ter sido insano pra eu fazer uma coisa dessas.
- Você não usou drogas, não se preocupe Helena.
- você sabe meu nome, mas eu não sei o seu está em vantagem aqui.
- me desculpe, é que as coisas fugiram do controle aqui e eu não pode me apresentar adequadamente, sou Rairo. Vim aqui a pedidos do seu pai.
Minha cara de choque deve ter assustado ele porque se afastou de repente é ficou no canto do quarto me encarando sem parar.
- que brincadeira é essa, não sei quem você é e nem porque está fazendo está brincadeira de mal gosto, todo mundo sabe que sou órfã. Nunca tive país, nunca fui nem adotada do abrigo.
-calma, não estou brincando . A gente precisa conversar , mas você tem que se acalmar por favor.
Foi rápido mas de repente já estava frente a frente com ele encostado na parede tentando sair do meu agarre. Nunca fui agressiva. Nunca me meti em brigas. Mas agora estava atacando alguém que acabei de conhecer.
Soutei ele com medo de machuca- ló , me virei e no espelho tinha alguém. Parecia comigo mas não era eu. Ela era seria e fria. Sua pele cor de algodão. Seus cabelos soltos caiam perfeitos como se obedecem um comando.
- Helena
- O que aconteceu comigo- perguntei
- Helena. - ele disse de novo meu nome.- Você tem que se acalmar, seus olhos estão brilhando.
Isso era o mais assustador. Eles brilhavam com uma cor nunca vista. Um violeta profundo, misterioso. Não podia estar acontecendo isso. Devia ser parte do sonho da noite passada. Como. Certeza eu iria acordar daqui a pouco . Se eu deitasse novamente talvez ajudasse.
-Isso. É um sonho. Preciso voltar pra cama, preciso sair desse pesadelo.
Mas ele me agarrou. Forte com seus braços. Tinha cheiro de morango, como alguém pode cheirar morango?
- você não está sonhando Helena. É só sua natureza saindo. Eu cheguei tarde pra te preparar, me desculpe. Mas você não pode voltar pra cama agora. Nós temos que nos unir. É perigoso demais todo esse poder dentro de você. Precisamos fazer a união agora.
- tô confusa .do que você está falando. Minha natureza? União?
-sim. É bem simples , é como um casamento aqui na terra. Uma cerimônia simples mas muito poderosa que vai fazer de nós dois um.
O mundo rodou. Ou eu fiquei louca de vez pela falta de sexo por tanto tempo.
- cá casar?
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ETERNAMENTE HELENA
Teen FictionHelena Morris leva uma vida comum na cidade de Mayo na Irlanda. Não se considera muito inteligente, nem muito bonita. Se nomeia razoável .Mas tudo isso muda em apenas uma noite. Acordando de um pesadelo pela manhã, não vê o mesmo reflexo que sempre...