Et Peregrinorum Lux

Capítulo 1 - A Origem.

      Séc. XIX o ano é 1870, neste momento decidi relatar uma história. Como no final dos contos de fadas, costuma-se ler o seguinte: " O príncipe casou com a princesa, e viveram felizes para sempre! ". Na realidade não vejo bem assim. Mas para entendermos bem essa história teremos que voltar à exatos 460 anos antes...

      No ano de 1410 houve um conflito que envolveu o Deus do vento (iã) e a Deusa da floresta (Syã), protetores de três vilarejos; dentre eles o vilarejo Lux, contra a Deusa das Sombras (Trevi) e o Deus do Sol (Thorine), protetores de outros vilarejos, no vilarejo A Luz da Floresta, conhecido como Lux, aconteceu um fenômeno, devido ao desentendimento dos Deuses, que ficara 3 dias e 3 noites na escuridão.

      Por conta disso os simples habitantes, que dependiam de seus vizinhos, ficaram sem suporte e impossibilitados de fazerem trocas comerciais. Entretanto alguns se arriscaram ir para a floresta caçar e não mais voltaram, percebendo isso um dos sábios do vilarejo reuniu todo o povo e alertou :

  — Povo! Eu os convoquei para falar sobre os desaparecimentos que andam acontecendo. Venho lhes pedir para que não saiam de Lux, a floresta que nos rodeia está muito escura e misteriosa, para sua própria proteção não saiam do vilarejo !!

      Após a reunião dos moradores, todos voltaram para casa meio perturbados com o que estava acontecendo. Uma mulher, de longos cabelos negros, pele escura, olhos cor de mel, que aparentava seus 30 anos, e seu marido, chegaram em casa, um local simples e pequeno, começaram à conversar:

  — Meu marido fique calmo logo isso tudo vai passar. - Afirmou a mulher com voz trêmula.

  — Como ficarei calmo se não temos o que comer, Oxin ?!?

      Oxin aflita começou a andar de um lado para outro, e chegou numa conclusão. Sem falar nada ela pôs seu capuz cinza, que tinha uma longa capa, pegou uma cesta e saiu. Sua decisão foi muito arriscada, mesmo assim entrou na floresta em busca de frutas, e a medida que não encontrava mais entrava naquele verde, mais o local ficava escuro, misterioso e sombrio. De repente ela ouviu uma melodia linda, acalmava o coração de quem ouvisse e então seguiu aquele som, no caminho viu várias árvores com frutos e foi colhendo.

      Seguindo aquele som maravilhoso se deparou com uma pedra gigante, também tinham alguns cipós ao redor, quando ela deu um passo para perto da pedra a melodia parou e uma luz forte apareceu na frente da pedra, que agora mais parecia um dragão, e a medida que a luz ia diminuindo começava à aparecer uma mulher tão branca quanto a neve do inverno, de cabelos negros compridos, olhos roxos, com asas enormes e uma roupa de guerra, em sua mão direita tinha uma cesta que estendeu para Oxin, em seguida se ouviu um choro de bebê, quando ela abriu a cesta ficou pasma, era uma menina, mais branca que a mulher em sua frente, olhos verdes, cabelos brancos, estava enrolada num pano cinza e em seu pescoço tinha uma medalha com um brasão, o desenho era o símbolo do ar e da folha, a mulher com asas olhou para a cesta uma última vez e disse:

  — Tome, por favor cuide bem dela... Me ajude...

      Após as palavras seguidas de lágrimas a mulher transforma o grande dragão em um dragão pequeno e preto, logo desaparece, Oxin sem entender senta num tronco de árvore que estava caído ali perto e se pergunta como vai voltar, e o pequeno dragão fala:

  — Eu sou Ety, o protetor de Ária Lux, e vou leva-las em segurança para o vilarejo, me trate como animal de estimação, ninguém pode saber do que realmente aconteceu, só fale comigo diretamente em caso de urgência !! Siga-me.

      Oxin volta para casa na companhia de Ety e a bebê. Confusa e cansada, apesar de tudo chega bem, ela vê que seu marido já dormiu, põe os cestos na mesa, depois prepara um suco das frutas que colheu e, leva Ária para o quarto, decide dormir, pois presentía que os dias seguintes não seriam fáceis...