Capítulo Dois - Uma onda no mar para me atormentar

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Dizia a todos que eu ainda não estava pronta, pois começavam a atormentar a ele também, dizendo que ele não era homem o bastante para me dar um filho. Isso foi muito triste.

Os anos foram se passando e nada do meu bebê vir. A desculpa de que eu não estava pronta já não colava mais, até mesmo porque já tinha se passado alguns bons anos.

Apesar de todos nos cobrarem muito, nossa relação não ficou abalada, afinal nos amávamos muito e nada parecia abalar o que um sentia pelo outro.

Fiz diversos exames e tratamentos, mas nada era o bastante. Uma certa vez ele fez um exame e eu fui conversar com o médico sobre o resultado, o doutor disse que provavelmente essa dificuldade em engravidar se dava porque a contagem de esperma dele era baixa. Quando cheguei em casa, fiquei sem jeito de falar sobre o resultado e preferi omitir esta informação. Acho que isso o deixaria muito triste, pois não deve ser fácil para o homem descobrir que a dificuldade está nele.

Acho que o que pesava também é que havia muita cobrança e ele trabalhava muito, às vezes até tarde, então imagino que toda esta tensão atrapalhava ainda mais.

Chegamos até a conversar sobre adoção, mas resolvemos esperar um pouco mais.

No dia em que comemorava meus 32 anos, chamei nossos pais para cortar um bolo e despois da comemoração, fui para a pia para lavar a louça, minha mãe se aproxima e fala:

- Minha filha, você está grávida?

- Imagina, mãe! Por que? – ela não sabia do que eu passava, mas vire e mexe ela me fazia esta pergunta.

- É sério minha filha, você perdeu sua cintura, seu corpo está mudado. Não tem se sentido diferente estes dias?

- Não sei, talvez um pouco cansada, assonada, mas nada demais.

- Enjoada?

- Não...

- E suas regras?

- Não sei... não as controlo mais.

- Como não?!

- Não sei, simplesmente esqueci de fazer.

- Então amanhã mesmo a senhorita vai procurar um médico.

- Mãe... Isso não é demais não? Você sabe que não é a primeira vez que nos empolgamos e chega lá, é alarme falso.

- Eu sei, mas desta vez é diferente. Se você não quer alarmar, não falamos nada a ninguém. Amanhã vamos ao hospital e você se examina.

- Tudo bem vai.

Era praticamente impossível ir contra a minha mãe, então no outro dia fomos ao médio, faço o exame de sangue e ele me pede daqui alguns dias.

No dia marcado volto para lá e para meu total contentamento, minha mãe estava completamente certa.

Eu não me cabia em felicidade, não sabia o que fazia, me sentia completa, animada, com medo com tudo. Naquela noite preparei um jantar especial para o meu lindo marido e entreguei o resultado de exame.

Choramos muito, rimos, nos abraçamos, comemoramos e nos amamos. Dormimos agarrados, completamente emaranhados como nunca fizemos.

Os dias se tornaram cada vez mais lindos e iluminados. Minha gestação se desenvolveu maravilhosamente bem. Tive poucos enjoos e vontades, mas qualquer coisa que eu sonhasse em desejar o André já corria lá para conseguir e me agradar.

Quando estávamos chegando na reta final, nos mudamos para uma casa só nossa, já tínhamos guardado bastante dinheiro e agora era a hora para isso, afinal precisaríamos de um quarto a mais para uma família com mais um membro.

Duas semanas antes da data prevista, tudo estava pronto. Casa montada, quarto do bebê perfeito, cheio de roupinhas. Umas novas, mas a maioria eu ganhei de outras mães.

Então chega o meu tão sonhado dia, por volta das duas horas da tarde começo a sentir fortes contrações no pé da barriga e logo em seguida me sinto úmida. Imaginava que iria jorrar água, como algumas mulheres falavam, mas para mim tudo me pareceu muito tranquilo.

Um vizinho nosso me levou até a maternidade, enquanto minha mãe avisa o André.

Não posso dizer que parto é algo lindo e mágico, pois dói muito, mas estava tão feliz, que qualquer coisa que eu sentisse estava ótimo para mim.

No início da noite, cinco horas após o início do trabalho de parto, nasce um menino lindo e perfeito. Era indescritível a felicidade que estava sentindo naquele momento, realmente algo muito incrível.

Pouco antes das visitas começarem a entrar, ficamos no quarto, apenas eu, o pai e o bebê:

- Nosso menino, nasceu... Um lindo, belo e forte menino. – André fala.

- Agora só nos falta decidir o nome.

- Leopoldo.

- Como é? – pergunto incrédula.

- Isso, quero que o nome dele seja Leopoldo.

- Mas não é um nome muito pesado para um bebê?

- Não, é o nome um nome forte, de lorde inglês... é isso que eu quero para o meu filho, que ele seja alguém importante, como alguém da realiza.

- Jura mesmo?

- Sim.

- Ok, então. Será como você quiser... – mas eu só o chamarei de Léo, meu Léo.

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