Capítulo 45

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Zayn pov

Eu poderia passar dias acampados na frente de sua casa, mandar dezenas de flores, ligar centenas vezes, mas no fim o resultado seria o mesmo, ela iria continuar me ignorando. Sei porque fiz tudo isso e essa foi sua reação, sem qualquer emoção ela me encarava e seguia seu caminho. Ia em frente enquanto minha mente era aprisionada no passado, nas memorias que dividimos e sinto falta como nunca senti.

A unica vez que ela me respondeu nos ultimos meses foi ontem, fiquei tão surpreso que não pude responde-la, as palavras se atropelaram para chegar até mim, mas foi tarde demais. Ela me perguntou se eu poderia leva-la a o medico, aparentemente seu pai vai estar ocupado e Harry também.

Nossa formatura foi meses atrás, mas foi a ultima vez que vi sua familia. Quando minha mãe descobriu sobre o que tinhamos feito ela foi a loucura, agora ela considera mais Lilly como filha do que nós. Graças ao bebe, e ao pedido de Lilly, John não nos mandou para a prisão, mas Lucy foi internada, enquanto tive que viver por mim. Louis deixou eu ficar na casa dele até acabarmos a escola, entretanto ele não tem noção do que fiz, e não pretendo informá-lo.

"Tu já estás pronto?" - Lilly pergunta-me, e desvio meu olhar para ela, que me não faz contato visual comigo.

"Podemos ir quando tu estiveres." - concluo e levanto-me de seu sofá, no qual passei a noite. A unica casa que consegui pagar com a mesada que minha mãe me da fica a uma hora daqui, por isso minha mãe disse-me para passar a noite se eu quisesse acompanhar Lilly na consulta.

Ela sinaliza a garagem com a cabeça e se encaminha lá com certa dificuldade. A barriga dela já está grande devido aos 8 meses, que passaram como tortura para mim. Lilly concordou em deixar-me ser um pai presente, mas apenas porque ela não quer que o bebe cresça sem um pai.

Durante o caminho o silencio é tenso, mas sua presença parece relaxar-me, o que tem total efeito contrario com ela. Percebo sua perna movimentando a todo instante enquanto sua mão não para sobre sua barriga.

Tenho vontade de perguntar-lhe como ela está, mas tenho medo da resposta, tenho medo da ideia dela estar bem sem mim, enquanto eu sinto tudo mais dificil a cada dia.

Quando eu paro o carro, nosso pequeno momento a sós parece não ter durado o suficiente, e ela pula do carro como nunca vi um gravida fazer. Em passos largos ela entra no predio e me apresso para acompanha-la. Não peço-lhe para ir mais devagar, tenho medo que ela me mande embora por uma simples palavra errada.

No sexto andar, a medica já nos espera e minha presença parece surpreende-la, de uma forma boa, acredito eu.

"Tu es novo por aqui." - Ela conclui e concordo com a cabeça. Quando ela olha para Lilly e depois volta para mim algo parece se encaixar em sua mente - "oh. Tu es o pai."

Não respondo-lhe. Queria gritar sim, mostrar minha felicidade por nossa criança. Mas eu não podia, estou apavorado.

A medica faz varias perguntas a Lilly durante o ultrassom, mas não consigo prestar atenção em nada enquanto a batida de um coração soa por toda a sala e meu olhar fica preso ao monitor.

"Temos que entrar em trabalho de parto agora." - A medica anuncia quando finalmente desvio minha atenção para ela, e meus olhos se arregalam automaticamente. Não sabia que isso poderia acontecer, eu não estou pronto para isso ainda.

Quando a medica se distancia para começar os preparos me aproximo de Lilly e tento ignorar sua reação tensa a minha presença. "Porque tu não me disseste que isso poderia acontecer?"

"Não sabia que eu teria tanto azar assim." - ela da de ombros tentando parecer tranquila, mas vejo o oposto no seu olhar, e tenho vontade de abraça-la.

"O que tu queres dizer?" - pergunto receoso com sua resposta.

"Existia uma pequena possibilidade, mas não imaginei que fosse acontecer na unica vez que vieste. Quero dizer, qual a probabilidade disso acontecer?" - agora ela demonstra seu pavor, e dou um passo para trás, magoado.

"Pronta?" - a medica pergunta analisando alguns papeis - "O pai vai ficar na sala de parto?"

"Sim." - respondo ao mesmo tempo que Lilly nega. Antes que eu posso controlar olho para ela, que limpa uma lagrima disfarçadamente, mas eu pude ver.

"Eu não vou conseguir com tu lá." - Lilly não consegue mais controlar seu choro e meu coração, já quebrado, parte-se mais algumas vezes.

"Tudo bem." - desvio meu olhar do seu, porque pela primeira vez eu poderia mostrar que eu faria de tudo por ela - "Fica bem."

Antes de sair, e minha coragem deixar-me, deposito um beijo na testa da loira na minha frente. Apesar de surpresa ela parece... aliviada?

"Zayn." - ela me chama e pela primeira vez em meses, ouvi-la falar meu nome faz meu coração bater mais rápido - "É uma menina."

(...)

"Eu não posso fazer isso, mãe!" - suspiro quando entramos no hospital e sigo meu caminho, o qual já estou bastante familiarizado.

Lilly teve complicações no parto, já são três dias e apenas hoje descobrimos que ela permanecerá no hospital por mais quatro dias, o que torna tudo complicado já que o bebe tem alta hoje. Dado o fato de que sou o pai, já posso retira-lo do hospital, o que me assusta, já que durante quatro dias cuidarei de um bebe sem noção nenhuma de como faze-lo.

"Tu podes, e vais. Lilly vai sentir-se melhor contigo se fizeres." - ela sugere, mas sinto que vai acontecer o oposto quando eu falhar.

Paro de debater quando entramos no quarto e minha mãe deixa-me a sós com Lilly e o bebe. Por causa de nossa atual situação Lilly terá que tirar um pouco de leite materno para eu alimenta-la durante nosso tempo juntos.

"Tu estas bem?" - pergunto preocupado enquanto lavo minhas mãos para pegar minha filha.

"Vou ficar." - ela responde breve e me entrega, sem que ao menos tenha que pedir. - "Tu a registrou? Eu não escolhi qualquer nome."

"Minha mãe me disse. Eu... eu escolhi o nome." - Por algum motivo me sinto nervoso para contar-lhe. - "Eu quero participar desses momentos Lilly, eu sei que... bem, eu sei que fiz muita merda para nós, mas eu posso ser melhor para ela. Ela pode ser minha esperança, nossa esperança."

Mesmo que ela não queira me responder posso ver em seu olhar que eu a atingi em algum ponto, e meu coração acelera com o pensamento de que talvez ela possa concordar comigo.

"Qual o nome?" - ela pergunta pausadamente e preocupada com a resposta.

"Hope. Nossa Hope." - respondo finalmente, sem retirar meus olhos dos seus, que se enchem de lagrimas.

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Hope em inglês significa esperança.

Stockholm Syndrome 》Z.M《Onde histórias criam vida. Descubra agora