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Três meses se passaram desde o dia em que Yuuri Katsuki chegou na casa dos Plisetsky's. Três meses desde que a vida de Yuratchka deu um giro de 180°. Apesar de ambos serem totalmente diferentes um do outro, se davam bem, mais do que o imaginado. Yakov percebeu que havia julgado mal o seu filho mais velho, vendo como aos poucos ele se tornou protetor e carinhoso com o menor.

Carinhoso a sua maneira, é claro.

Constantemente Yuri chamava-o de porco, apelido que no seu ponto de vista era fofo. As vezes se sobressaltava e berrava o nome no meio da rua, atraindo maus olhares para si. Todavia não se importava. Largava o dane-se para as opiniões alheias. O importante era o pequeno mundo que ambos haviam construído em torno de si e mais nada.

O de cabelos pretos passou a frequentar a escola, fazendo muitas amizades apesar da sua timidez. E por obra do destino se encontrou com Yuuko, e no meio da escola ambas crianças se abraçaram e choraram afirmando o quanto sentiram falta uma da outra. Porém certa pessoa não aceitou essa relação de bom grado.

"Quem é essa mini praga?" Foi a primeira coisa que o loiro disse ao se deparar com uma menina atrás do seu irmão. "Minha irmã de consideração. Crescemos juntos no orfanato" mesmo tremendo, Yuuri tratou de soar firme. Fazia um tempo que parou de temer o outro, sabendo que ser agressivo fazia parte da sua personalidade.

No início isso não incomodou o de olhos verdes, contudo com o passar do tempo reparou que Yuuko roubava boa parte da atenção do seu porquinho. Chegando ao ponto de ambos disputarem para ver quem tinha mais atenção do pequenino. Dois cabeças quentes que amavam aquele jeito inocente e amável de Katsuki.

Agora, ambos estavam largado no sofá após uma manhã esgotante na escola. Um porque se envolveu em uma briga, o outro devido que aprendeu assuntos novos e cansativos. O russo deitado e o japonês  deitado na sua barriga, apreciando o cafuné que o mais velho disponibilizava.

— Hey Yurio. — chamou-o pelo apelido que havia imposto em troca do "porco".

— Hm?

— O que você quer ser quando crescer? — perguntou com um olhar perdido. Plisetsky engoliu seco e se ajeitou um pouco.

— Não sei ainda. — mentiu. Ainda não se sentia pronto para contar a alguém sobre seu sonho. — E você?

— Quero ser médico. — admitiu com um leve rubor nas bochechas. — Pois assim poderei ter muito dinheiro e ajudar todas as crianças nos orfanatos!

O loiro se sobressaltou. Raramente o de óculos tocava no assunto da sua antiga vida. Estava na hora de pergunta se ele havia sofrido e se sim, se foi muito.

— Sempre tive curiosidade, Yuuri, como era sua vida lá?— o menor desceu um pouco a cabeça, para que Yuri não visse seus olhos úmidos.

— B-bom. De fato era divertido. Apenas quando era quinta e terça. — o mais velho ergueu a sobrancelha. — As moças que trabalhavam lá... poucas eram boas com as crianças. Não sofríamos maus tratos, é que sempre fui... sempre fui o... — fez uma pequena pausa. Yurio mordeu o lábio inferior, tenso sem saber o que ele falaria. — O mais fraco e pessimista.

Plisetsky franziu o cenho. Fraco sabia que era, mas pessimista? Então quer dizer que a tão curta idade o menino já escondia suas verdadeiras emoções dos outros? O explosivo estava entrando em um nó na vida de Katsuki que a muito tempo não se desfazia.

— Você ainda tem esses pensamentos? — ele assentiu. — Tá de sacanagem? Você não é feliz conosco?! — exclamou estando a beira da irritação.

— N-não! É amo vocês! E agradeço profundamente por Yakov ter me adotado! — sentou-se e fitou o maior com o rosto banhado em lágrimas. — Eles aparecem do nada na minha mente! É inevitável! Posso estar na maior paz ou me divertindo, uma hora ou outra os pensamentos se manifestam para estragar tudo! — ele tentava, porém não conseguia secar as lágrimas. — Eu não escondo eles de ninguém, Yuri. Eu só aprendi a conviver com eles...

My little brother! | Yuyuu  | \\ Yuri On ice //Onde histórias criam vida. Descubra agora