Capítulo 1 - Os Mosqueterios

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Eu poderia começar contar essa história de diversas formas, poderia contar sobre mim, ou talvez sobre meu emprego, mas não seria interessante, ou melhor dizer, não tão interessante quanto o que me fez sorrir naquele dia.

Primeiramente meu nome, Ryan Tompson, tenho 23 anos e nasci em 14 de Junho de 1993, sou natural de Minnesota, mas moro atualmente em Nova York, desde do acidente de carro em que levou a vida de meus pais há 2 anos atrás.

Naquela segunda manhã de Maio, me levantei como de costume, tomei meu banho, fiz a barba, escovei os dentes e me preparei para mais um dia de trabalho na cafeteria no centro da cidade.

Passei pela a sala e coloquei meu cereal na tigela e não com muita pressa comi meu café da manhã, eu sei que não é um dos mais saudáveis, porem era o que tinha para aquele momento.

Eu pude sentir logo cedo aquele sol entrar pela a janela da cozinha e bater logo no centro da ilha de centro onde estava a caixa do cereal, é nessas de comer devagar que eu acabei perdendo o tempo e já vi que estava bastante atrasado, peguei meu casaco e minha mochila de lado, fechei o meu caderno de anotações e o coloquei na mochila, enquanto pegava a chave do apartamento e saia rapidamente.

Eu não morava em um prédio rico e bonito desses de cinema, era até um prédio simples do lado de fora e pra ser mais sincero, era bem um prédio típico de Nova York.

Cheguei na Cafeteria um pouco ofegante pois o do metrô até ela, tinha uma boa caminhada, mas até aí tudo bem, o que mais me deixava assim era o fato da Gerente odiar atrasos, seu nome era Olga,  uma mulher de 50 anos com alguns fios brancos na cabeça que eram abafados pelo o coque que ela usava diariamente e talvez o único problema dela era exatamente viver para aquela cafeteria, nunca ouvi ela sequer falar de sua vida pessoal e se tinha namorado ou não e nem sobre sua família, o pouco que eu sabia era que ela viviam com Callan um rapaz que ela acolheu e que o tinha como filho.

Assim que entrei escutei o sino da porta que dizia cada vez que ela era aberta e o aroma de café torrado pela manhã já podia ser sentido por toda extensão da cafeteria, não havia ninguém lá dentro, dei até um leve suspiro em pensar que Olga nunca descobriria do atraso.

- Está atrasado Ryan. - Escutei a voz de Olga sair por detrás do balcão, já com seu uniforme e aquele mesmo vestido bege que usava diariamente.

- Bom dia pra você também. O metro atrasou. - Dei essa desculpa com um enorme sorriso no rosto mesmo sabendo que essa poderia ser a pior desculpa do mundo.

- Metrôs não atrasam - Disse ela serenamente com aquela voz grossa e seria que só ela poderia ter as 6:30 da manhã.

Fiquei em silêncio e a olhei sorrindo, não a respondi, apenas passei por ela e fui em direção à área para funcionários e coloquei minha mochila no meu armário e pegando meu avental preso no gancho e já o vesti, voltando novamente para a frente da loja, que pra minha surpresa já tinha uma fila de pessoas para serem atendidas... Só consegui pensar "Meu Deus, de onde saiu tanta gente, a dois minutos atrás não tinha ninguém aqui".

Passei pelo os meus amigos que trabalhavam comigo e acenei com a cabeça e logo começando a retirar os pedidos dos clientes que estavam no balcão.

Jordan e Callan era as únicas pessoas naquele lugar que eu podia passar horas e horas conversando e não me cansaria, diferente de Olga que nunca se juntava a gente.

Jordan era negra, uma mulher de 27 anos e recém divorciada, tinha grandes dreads na cabeça uma força para vencer na vida que me deixava orgulhoso pois ela trabalhava duro para conseguir pagar o aluguel de seu apartamento alugado no Brooklyn, sua história era bem triste, viveu a mercê do ex marido por anos, praticamente trancada em casa e sofrendo as piores humilhações e agressões que uma mulher poderia sofrer, até um dia ela deu um basta e o denunciou para Polícia e recomeçou sua vida.
Eu sei que ela não tem quase ninguém por ela, então eu sempre a escuto, porque as vezes o que falta para as pessoas é apenas alguém para escuta-las.

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