Capítulo 1.

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Harry • Lisboa, Portugal.

"Olá? Pode dizer-me onde fica a estação do metro?" — pergunto tentando que o meu português soe o mais compreensível possível.

Um inglês a (tentar) falar português, ás vezes, não é a melhor combinação mas até que falo razoavelmente bem. Passei os últimos dois anos a estudar a língua portuguesa com a intenção de, quando me mudasse para cá, já comprendese bem a língua.

"Vaia sempre em frente, e no fim da rua encontrará um quiosque. Peça um mapa, são gratuitos e a moça que lá trabalha ajuda-o, ela deve saber falar a sua língua." — a senhora, com dois sacos de compras na mão, responde-me e dá-me um leve sorriso.

Ajeito a minha mochila e começo a caminhar em direção ao quiosque que fica ao fim da rua. Assim que lá chego vejo uma rapariga debruçada no mesmo a mastigar uma pastilha elástica e a ler um livro intitulado de Templários.

"Olá? Poderias ajudar-me ... please?" — Pergunto sorrindo levemente.

"Hello." — ela diz e olha-me, apreciando-me de cima a baixo. Devo confessar que sinto-me desconfortável nesse momento. — "O que precisas moço?" — ela ri-se levemente.

"Um mapa, hm preciso de chegar á estação do metro." — digo e ela assente virando-se e começando a mexer em alguns papéis.

"Tens aqui um mapa, é simples e vais ver que num instante chegas ao teu destino." — ela diz e dá-me um mapa.

"Thank you!" — respondo em inglês e sorrio olhando-a.

"De nada moço, be safe." — ela diz e pisca-me o olho.

[...]

Estava sentando num dos bancos da estação, quando senti o meu telémovel vibrar no bolso. Tiro-o vendo o nome da minha mãe no ecrã.

"Hey mom." — digo assim que atendo.

"Olá filho, como estás? Está a correr tudo bem ai?"

"Sim mãe, estou á espera do metro, chega daqui a 15 minutos."

"E já conseguiste algum panfleto ou informações sobre apartamentos?"

"Sim, vi alguns anúncios. Quando regressar ao hotel vou telefonar para os números que lá estavam." — digo e encosto-me ao banco tentando relaxar um pouco.

"Okay querido. Amanhã diz-me alguma coisa okay?"

"Okay mãe, não te preocupes. Amo-te" — sorrio levemente.

"Também te amo querido, beijinhos." — ela diz e desligo a chamada. Volto a arrumar o telémovel no bolso e fecho os olhos por um pouco tentando descansar.

"Sabes que é perigoso fechar os olhos assim, no meio do metro certo? Ainda por cima nem estás com a mochila aberta." — ouço uma voz feminina dizer e abro os olhos vendo a rapariga do quiosque.

"Oh, hm ..." — olho-a e depois olho a minha mochila aberta e apresso-me a fechá-la — "Foi uma atitude tola da minha parte, sei que é perigoso, apenas estou cansado." — coço a minha nuca e dou um pequeno sorriso.

"Sim, dá para notar." — ela murmura e senta-se a meu lado — "Estás cá de férias?"

"Não. Mudei-me para cá ou estou a tentar fazê-lo." — rio — "Cheguei á dois dias, estou á procura de um apartamento para alugar ou assim."

"Mudaste-te para cá? Para Portugal? A sério?" — ela gargalha como se fosse algo patético.

"Sim ... Porquê essa reação?" — pergunto confuso.

"Não leves a mal querido mas Portugal, lá no fundo, é um país em decadência. O desemprego está em todo o lado e as pessoas andam mais desanimadas do que animadas." — ela diz olhando-me.

"Sim, hm eu sei ... mas consegui arranjar um emprego estável na minha área e tenho algumas poupanças." — explico e ela assente.

"Fico feliz por ti moço. Infelizmente não posso dizer o mesmo." — ela encolhe os ombros e olha em frente — "Estudei anos e anos, dedicei-me de corpo e alma ao meu curso e trabalhei bastante para conseguir finalizar o curso ..." — ela faz uma pausa e volta a olhar para mim — "E quando o acabei, com uma média muito boa por acaso, não consegui trabalho. E recusaram todos os projetos que apresentei." — ela encolho os ombros e suspira.

"Oh ... lamento imenso." — murmuro — "Posso saber que curso tiraste?"

"Arqueologia e História. Sou arqueóloga e historiadora moço ... mas trabalho num quiosque de turismo." — ela ri enclinando a cabeça para trás — "Que ironia não é? Mas é a vida ... em Portugal."

"Bem, eu tenho a certeza que vais conseguir algo, pareçes ser inteligente." — digo e rio levemente.

"Obrigada moço. Já á muito tempo que não me elogiavam." — ela ri-se e dou por mim a apreciar o quão bonito o sorriso dela é.

"Vais chamar-me sempre de moço?"

"Bem, qual é o teu nome ... moço?"

"Harry, Harry Styles" — sorrio levemente — "e o teu?"

"Angelina. Mas podes chamar-me Ange se for mais fácil para ti."

"Que tal se te chamar Angie?" — sorrio.

"Acho que vamos dar-nos muito bem Harry." — ela faz uma breve pausa — "Angie é a minha música favorita, dos The Rolling Stones." — ela pisca-me o olho e levanta-se.

"A sério? Eu adoro os The Rolling Stones também." — faço uma pausa — "Hm, já te vais embora?" — murmuro e coço a minha nuca.

"Sim, o meu metro chega daqui a 2 minutos e o teu deve estar quase ai a chegar." — diz e ajeita a sua mala — "Espero ver-te mais vezes Harry ... sabes onde me encontrar." — ela pisca-me o olho e em segundos desapareçe da minha vista.

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Olá, olá!
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Até saiu mais longo do que esperava, mas, o que interessa é que tenham gostado 😊 Não se esqueçam de deixar a vossa opinião nos comentários ou deixem o vosso voto! 😘

All The Love, Sara x

Amar Pelos Dois || HS (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora