Capítulo 18

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  Quando nos acomodamos em nossa mesa no refeitório Eva surgiu minutos depois com um curativo no nariz, estava muito inchado e roxo imagino como ficaria amanhã.

— Não olha agora mas veja depois como a Eva ficou. — falei baixo para as meninas e todas me entenderam, exceto Laura que olhou imediatamente para os lados e o pior, não parou por aí.

— Eva Strout, seu nariz está horrível! — gritou Laura sem papas na língua.

— Ok, alguém diz que eu não conheço esse ser humano. — Naomi se encolheu e deslizou para baixo em sua cadeira tentando se esconder.

Eva nos ignorou com seu nariz empinado e inchado.

— Foi quem mesmo que disse para mim não fazer na contra a patricinha? — perguntei como não quer nada, todas prendiam a risada pela situação cômica até que eu mesma não aguentei me segurar e gargalhei alto, logo depois ouvia-se várias gargalhadas de nós.

•••

  Laura dormiu antes do toque de recolher, me dando mais oportunidade ainda de sair sem ninguém notar. Dei uma última olhada nela que roncava agarrada a sua cocha rosa e sai fechando a porta lentamente. Desci os lances de escada e quando faltava apenas um degrau dois guardas estavam de frente para mim.

— Aonde vai? — o mais alto perguntou.

— A enfermaria, sabe, coisas de mulher... — coloquei a mão no pé da barriga e fiz cara de choro.

Os dois se entre olharam e deram de ombros.

— Necessita que lhe acompanhe? — o companheiro do grandão perguntou.

— Não. Não precisa, é desnecessário, mas obrigado assim mesmo. Vocês são muito cavalheiros. — fiz uma misura como reverência e eles me deram passagem para passar por entre eles.

  Continuei andando de vagar até perde-los de vista, assim que pude corri pelo gramado e algumas vezes me escondia dos guardas. Mais cedo avia perguntado a Julie onde ficava a tal capelinha e ela me ensinou, foi até fácio.  Faltava poucos metros para ir mais a frente quando uma mão tampou minha boca e um braço forte me agarrou pela cintura, a pessoa dona desses membros me colocou contra parede e tirou a mão de mim mas outra coisa se chocou contra meus lábios. A boca carnuda e beijavel que eu passará a conhecer tão bem ontem, aquele cheiro bom amadeirado, a pele quente contra a minha fria.

— Taylor... — murmurei de olhos fechados quando me deu chances de respirar.

— Senti sua falta. — falou baixo e seus dedos afastou uma mecha negra de meus cabelos para trás, abri os olhos lentamente e encontrei aqueles lindos olhos acinzentados acompanhado de um corpo todo que eu tinha... acho que se chama, desejo.

— Você me assustou. — ralhei e ele riu, causando o grande efeito colateral em mim: as pernas bambas.

— Disculpe minha flor. Você iria passar do lugar de onde eu estou e não poderia deixar essa donzela assim, indefesa. — me deu um selinho rápido — Venha. — me puxou pela mão entrelaçando nossos dedos.

  O acompanhei por mais a frente e então Taylor me fez sentar no chão ao meio de suas pernas virada para frente.

— A noite está tão bonita. — sorri ao ver tantos pontinhos brilhantes no céu.

— Está mesmo, mas não como você minha flor. — uma rosa azul apareceu na frente do meu rosto, mais uma flor que ele me oferecia, era arrancada do jardim mas eu não importava.

— Assim você irá me acostumar muito mal. — avisei sobre o perigo que seria se isso acontecesse.

— Eu quero te mimar de todas as formas, queria te dar tudo o que precisar mas em nossas condições eu não sei o que fazer. — afagou meus cabelos

Era uma vez (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora