O outro lado dos Schreave

#1

POV MAXON

Estou trabalhando quando um telefonema me interrompe:

- Alô? Oi, Guarda Kinus. Pode deixar que vou já aí. Está em qual corredor? Muito obrigado.

Eu não acredito que Kaden está aprontando de novo! E o pior: chegou a um ponto que um guarda teve que me ligar para avisar que ele está aprontando. Saio da minha sala e vou direto para o segundo andar, onde o Guarda Kinus disse que meu filho está. Chegando lá, vejo meu filho correndo com um patins no corredor e perto dele dois vasos de flor quebrados.

- Pai? - ele diz ao perceber minha presença - O que o senhor faz aqui? - pergunta quando para totalmente de correr com os patins.
- Estou aqui porque tive que ser notificado que você está aprontando dentro do castelo. Posso saber porque você está correndo com esse patins dentro do castelo? - pergunto com uma voz firme.
- É que... - tenta explicar - Me desculpa, pai, prometo que não faço mais isso. - ele diz após pensar durante alguns segundos.
- Kaden... Kaden... Você sabe que eu já avisei que você só deve andar e, principalmente, correr de patins no quintal do castelo. - repreendo - Agora vamos para o meu escritório, porque temos certas coisas para resolver. - mando.
- Pai, por favor, o escritório não. Eu prometo que eu nunca mais faço isso. - ele diz fazendo uma cara fofa, porque sabe que quando mando ir no escritório significa que vão apanhar.
- Pensasse isso antes de aprontar, Kaden. Agora vamos logo antes que eu perca a paciência. - digo, por mais que eu dificilmente fico estressado.

Ele tira os patins e vem até mim segurando-os com a mão e seus pés descalços. Subimos juntos até o quarto andar que pertence apenas à família real. Entramos no meu escritório pessoal, que utilizo apenas para casos como esse, ou seja, para resolver problemas familiares. Sento em minha cadeira e Kaden senta do outro lado da escrivaninha. Atrás dele, tem um cinto pendurado na porta e, dentro das gavetas, possuo também uma escova com fundo achatado de madeira e um chinelo de borracha. Sim, eu levo a educação dos meus filhos muito a sério. Talvez até mais que a governança desse país.

- Filho, quando compramos esse patins para você, lhe avisamos que você só poderia andar com ele na parte externa do castelo, pois aqui dentro você poderia acabar se machucando ou quebrando objetos. Lembra? - pergunto calmamente.
- Sim, papai. - ele assente cabisbaixa.
- Kaden, olhe para mim, por favor. - peço e ele obedece. - E o que você fez? - pergunto.
- Eu desobedeci o senhor e a mamãe. - ele responde.
- Exatamente, meu filho. E o que aconteceu? - pergunto.
- Eu acabei quebrando dois vasos de flor. - responde já com uma cara de arrependido.
- Sim, Kaden. E, por isso, você vai levar uma surra. - falo. - Tire sua calça e sua cueca, por favor. E depois venha aqui. - eu mando.

Kaden tira por completo sua calça jeans azul e sua cueca boxer preta. Ele caminha lentamente até mim. Puxo-o para o meu colo, deitando-o com o tronco em minhas coxas, seu bumbum empinado e seus pés no chão. Pego os seus pulsos com apenas uma mão e seguro-os em sua costa. Com a outra mão começo a lhe bater:

PLAFT
PLAFT PLAFT AII!
PLAFT
PLAFT PLAFT PLAFT DÓI!
PLAFT PLAFT AII PAI!
PLAFT

- Por que você está apanhando, Kaden? - pergunto calmo.
- Porque eu desobedeci o senhor e a mamãe, andando de patins dentro do castelo. - ele responde em soluços.

PLAFT PLAFT PLAFT AII PAIÊ!!

- Você vai fazer isso de novo, Kaden? - pergunto.
- Não! - ele responde.

PLAFT PLAFT AAII

- Não o que, Kaden? - pergunto.
- Não, senhor! - ele responde em soluços.

PLAFT PLAFT PLAFT PARA, PAI!

- Primeiramente, Kaden: aqui eu decido a hora de parar. Mas o que vai acontecer contigo se você desobedecer de novo, Kaden? - pergunto.
- Eu vou apanhar, papai! - ele responde.