Mais do que palavras

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Especial do dia 12 de Junho❤ feliz dia dos namorados.
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Draco Malfoy mudou muito com o passar dos anos.
De garotinho metido para adolescente arrogante.
De adolescente arrogante para adolescente arrogante, prepotente, egocêntrico, revoltado.
De adolescente arrogante, prepotente, egocêntrico e revoltado para criancinha assustada.
Nessa criancinha assustada surgiu uma pontinha de coragem, e então, esperança.
Depois, passou a ser um adolescente arrependido. Aprendeu duramente a ser humilde e até passou a se importar com os outros. Um pouco.
Draco se tornou um adulto, triste e ferido, renascido depois da guerra e agora, apaixonado.

Mas uma coisa que Draco não deixou de ser é um Malfoy. E Malfoy's não demonstram sentimentos. Eles são frios e manipuladores com olhares azúis gélidos. Esse DNA somado à maneira que Draco foi criado por seu pai somado ao período extremamente traumático que foi conviver com o Lord e os comensais da morte, assistindo a torturas e assassinatos, tudo isso fez com que Draco se transformasse numa pessoa fechada e que não demonstra sentimentos.

-Draco Malfoy. O auror Potter quer falar com o senhor. Agora.

Conseguir um cargo de alto calão no ministério da magia foi uma tarefa muito árdua. Com o depoimento de Potter, ele e sua mãe foram absolvidos mas seu pai não escapou e foi condenado à prisão perpétua em Askaban assim como vários comensais. O nome Malfoy ficou manchado. A marca em seu braço falava por ele, onde iam, Draco e Narcisa eram discriminados e várias vezes até atacados com azarações relativamente fracas até as consideradas perigosas. Narcisa queria sair do país. Abandonar de vez Londres e ir morar em Paris para fugir da nova realidade. Mesmo depois da absolvição os bens da família incluindo todas as propriedades (Malfoy Manor é claro estava nessa) e a fortuna ficaram congelados sob posse do ministério pois estavam todos no nome de Lucius Malfoy e já que este estava preso, não poderia tocar nos bens e Draco e Narcisa ficaram sem nada.
Se estivesse em juízo perfeito, Draco preferiria se jogar do alto do Big Ben ou até mesmo dar um beijo num dementador do que pedir ajuda à Harry Potter. Mas ao ver sua mãe lamentando de fome, e sem poder comprar nada para alimentá-la Draco foi até Grimmald Place para literalmente implorar pela piedade de Potter para que ele livrasse sua bunda do ministério -mais uma vez- porque seus bens estavam congelados e sua mãe não tinha o que comer.
Potter e seu complexo de herói acataram na hora o pedido, Harry iria conversar pessoalmente com o ministro para que todos os bens e heranças da família Malfoy fossem passados para o nome de Draco. Naquela noite em que Draco foi pedir ajuda, ele estava fraco. Sem sua máscara e sem forças para 'ser um Malfoy' era apenas um garoto cansado que ainda não estava preparado para todas as responsabilidades que a herança dos Malfoy traria. Naquela noite, ele e Harry ficaram juntos pela primeira vez. Sem muros para derrubar ou flertes para decifrar eles foram diretos, foram reais.
Mas Draco não fora criado para sentimentos.
Depois da palavra de Harry com o ministro ao seu favor, as burocracias foram resolvidas em menos de uma semana e ele logo já tomava posse de tudo que um dia pertenceu à seu pai. Narcisa mais uma vez, pediu para que deixassem a Inglaterra e fossem para a França mas Draco queria ficar e reconquistar uma posição na sociedada bruxa. Uma posição invejavel para mostrar que os Malfoy estavam bem e muito bem. Para mostrar que não importava Lucius estar preso nem o tempo que eles ficaram sem nada. Draco possía riquezas o suficiente para ele e suas próximas 5 gerações ficarem sem trabalhar. Mas ele não se importava com o dinheiro, o luxo. Ele queria o respeito dos outros bruxos, queria uma posição no ministério. E também tinha outro motivo para querer ficar na Inglaterra...

Depois da noite em Grimmald Place, Draco voltou a ser frio como sempre foi. Reergueu seu muro e recolocou sua máscara para afastar tudo e todos. Ele não contava que Harry fosse, pouco a pouco, dia após dia, retirando tijolinho por tijolinho aos poucos desfazendo as barreiras que ele tanto lutou para construir até chegar em seu coração. Não foi fácil muito menos rápido. Foi preciso paciência e muitas conversas com Hermione para que Harry não dessistisse do loiro. Não foi apenas um bilhete romântico porém sutil, não foi apenas uma flor ou apenas um aperto de mãos mais demorado ou apenas um convite pra sair. Foram várias tentativas até Harry finalmente poder dizer, que o loiro era seu.

-Diga ao auror Potter que estou ocupado.

Draco reprimiu um sorriso e falou ao seu assistente.

-Ele disse que era urgente... -O loiro o olhou levantando uma sombrancelha- Ma-mas posso dizer que o senhor está ocupado e-

-Tudo bem Pritchard. Eu irei até a sala dele.

Draco as vezes achava que seu assistente o temia... Um temor maior do que o saudável. O ex sonserino caminhou pelos corredores e pegou o elevador até o andar do moreno, indo até a sala dele é batendo na porta.

-Entre.

-Potter, o que era tão importante que precisou me arrastar até aqui em cima?

-Quer ir jantar lá em casa hoje?

O moreno de olhos verdes sorriu de lado, estava com as pernas cruzadas sentado em sua cadeira e mordendo o lábio.

-Jantar?

-Sim. Jantar no Grimmald Place. Comigo.

-Mas o que...

-Quer ou não Draco?

Harry interrompeu ficando de pé na frente do loiro.

-Ok. Era só isso?

-Não. Isso também.

Antes que Draco protestasse, sua cintura foi enlaçada e seus lábios tomados em um beijo suave.

Harry Potter acariciava os fios louros platinados que estavam espalhados pelo travesseiro de sua cama. Lentamente os olhos prateados de seu loiro foram se abrindo para o fitar. Um pequeno sorriso brotou nos lábios do sonserino. Pouco tempo depois ele o desfez mas não rápido o suficiente para Harry deixar passar despercebido. Draco levou a mão até os cabelos revoltos de Harry e fez uma carícia. Desceu a mão pelo rosto do homem e traçou a cicatriz, as pálpebras, o nariz pequeno e os lábios rosados s finos.

-Eu te amo Draco.

Essas palavras tão especiais foram como um soco na barriga do loiro. Eram tão assustadoras, tão exigentes, levaram todo o ar dele embora mas ao mesmo tempo eram tão queridas e esperadas. Draco porém, não conhecia o amor. Queria dar algo importante ao moreno pois esse era importante para si, porém não poderia dizer aquilo. Não agora.

-Harry... Não posso dizer que te amo.

O grifinório porém, não fechou a expressão facial, nem se levantou, nem brigou com Draco.

As palavras que ele disse foram surpreendentes.

-'Eu te amo' não são as palavras que eu quero ouvir de você. Não é que eu queira que você não diga mas se soubesse... Se soubesse como seria mais fácil se você me mostrasse como você se sente... Mais do que palavras Draco. É tudo que você tem que fazer pra tornar isso real. Então você não teria que dizer que me ama. Porque eu já saberia.

Draco não conseguiu manter suas barreiras por muito tempo depois daquele dia.

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Inspirado na música More than words- Extreme.

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