Capítulo 3

2K 125 5
                                    

Quando cheguei em casa a chuva já tinha apertado muito, me deixando ainda mais ensopa. 

Entrei em casa e dei de cara com o homem que estava ameaçando minha família, meu irmão e meu pai estavam atados as poltronas da sala e haviam homens com armas apontadas para suas cabeças. 

- AH, a doce Mirelinha chegou - Disse chegando perto de mim e passando sua mão por minha cintura - Acho que agora podemos ir, certo?

- Posso ao menos trocar de roupa? Ai iremos a qualquer lugar... 

 - A5, B4, cuidem destes dois, eu vou ajudar a Mirelinha com suas roupas. 

Ele me seguiu até meu quarto e esperou que eu trocasse de roupa sem nunca chegar perto ou me tocar, mas eu notava como seu olhar fervia me olhando.

 Coloquei uma calça jeans com rasgos e uma camiseta de gatinho, a ultima coisa que eu queria era ser sexy numa situação dessas. 

Quando estava passando pela porta, o homem que me acompanhava me puxou pelo braço para perto de si.

- Saiba que mesmo vestida assim, você não estará imune. Agora ande bem quietinha e entre no carro que está em sua garagem. 

Ele me seguiu até a garagem a abriu a porta do carro que lá estava. Um 500? Isso não me parece carro de sequestrador, esperava um SUV ou uma van, sei lá, não um carro popular para duas pessoas. 

Saindo da garagem, nos encontramos com mais 2 carros, ambos modelos populares, e fomos em  para fora da cidade. 

Minas tem muita área verde, principalmente onde moro, mas antes que eu pudesse ver para onde estávamos indo, o sequestrador espirrou algo em meu rosto e não vi, ouvi nem senti mais nada a partir de então. 


- Mirelinha, pode acordar agora. - Senti uma grande quantidade de água em meu rosto e acordei com o tal homem com um balde na mão. - Venha, tenho um espetáculo para você.

Aff, como odeio ironia de sequestrador. 

Reconheci que estávamos nos fundos de uma igreja antiga. Ouro Preto, matei quando vi as esculturas na igreja. 

Meu pai e meu irmão estavam amarrados em toras com as bocas costuradas e os olhos vendados.

- Mirelinha, sabe o que fazemos com homens que não honram com suas dívidas?

E fez um sinal com a cabeça para o homem que se identificava por A5, e este cortou um dedo de meu irmão.

Aquele grito abafado pela boca costurada ficaria em minha cabeça para sempre. Vi que meu pai chorava e tentava dizer coisas que não saiam.

- Tudo bem senhor Ávila, eu sei que você assinou um termo de que sua querida filha não assistiria a cerimônia, mas não achei justo com ela não saber por que seu pai e seu irmão morreram. - Ele segurou em meus braços e me fez olhar fundo em seus olhos. - Então Mirelinha, seu pai e seu irmão aqui são dois caloteiros, que devem muita droga para o meu chefe, e agora meu chefe quer a família dele toda morta, inclusive você querida, mas, como eu sou um homem muito misericordioso, paguei uma parte da dívida destes imundos para que você possa ficar viva, mas, nas palavras de meu chefe, você agora é minha responsabilidade, então é bom se comportar. Bom, de um último adeus a estes dois, voltaremos para BH amanhã.

Eu só conseguia gritar, chorar, espernear, não queria aquilo, eu os amava, não poderia viver sem eles! Isso era tortura demais...

- Vamos Mirella. - O homem me agarrou pelos joelhos e me jogou por cima de seu ombro, como se eu fosse um saco de cimento. 

Nas mãos dele #wattys2017Onde histórias criam vida. Descubra agora