Capítulo - 1

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Já estava acordada faz tempo.Antes do sinal do orfanato tocar e todas as crianças sairem de seus dormitórios e fazerem uma algazarra,me estressando ainda mais.A semanas não consigo dormir direito.Ouvi dizer que o tempo padrão de sono para qualquer ser humano são oito horas.Não tenho agido como um ser humano para a sociedade ultimamente.

O motivo de todo esse estresse se da ao fato de que completarei meus 18 anos esse mês.Me tornarei uma adulta,e o orfanato não se responsabilizará por mim.Em decorrência terei que achar um canto.Dia 30 de Maio,me aguarda,e experimentarei por longos dias como ser uma mendiga.

Não saio imediatamente do dormitório para a cantina do orfanato.Fico meio desconfortável de comer naquelas mesinhas pequeninas com crianças e ser a única com 17 anos.Por algum motivo nunca fui adotada.Vou em direção ao roupeiro a procura de algo para vestir.A moda agora são roupas prateadas e brilhosas,mas sou simples,uma camiseta preta uma calça jeans surrada e meus tênis desgastados.

Antes eu tinha um amigo aqui.Seu nome era paul,ele era dois anos mais novo que eu,mas ainda assim era um dos mais velhos.Porém foi adotado à pouco tempo por um casal exótico que eram tão luminosos quanto o resto do mundo.Ele agora está em um lugar melhor,o casal era rico e trabalham como gerentes do Banco Central.Seus pais biológicos morreram no masacre do "Bosque das árvores secas"estavam a procura de aberrações ou monstros que rodavam o outro lado do muro.Estavam armados e eram treinados para isso,mas de alguma forma morreram.Junto com mais caçadores Alphmega.

Ouço todas as crianças saindo da cantina e se direcionando para os vestuários se aprontarem para escola.É a minha chance de sair de fininho sem que ninguém me encare.São só crianças mas mesmo assim me importo.

Desço as escadas que dão para o salão central.Os degraus rangem a cada passo,e o corrimão ameaça partir.O edifício é antigo,e o governo não se importa em reformar.Logo a minha direita vejo a silhueta de Enfatine,a diretora do orfanato.Apreço meus passos para evitar que ela me interrogue.

- Opa opa,onde a senhorita pensa que vai? -

Tarde de mais.

- Só estou indo para a escola algum problema?

- Tão cedo assim? - Ela pergunta com uma cara carrancuda.Se não fosse pela sua expressão constante de descontentamento com a vida ela seria até que bonita.Tem belos olhos azuis e a pele é boa,um rosto amigável,porém sério e decidido.

- Pretendo encontrar uns amigos. -

- E você espera que eu acredite nisso?

- Oque acha que farei?fugir?não tenho lugar para ir.

- Fugir sei que não,mas está me escondendo algo,recebi uma notificação do colégio dizendo que a sua pessoa faltou inúmeras vezes durante o bimestre e que as notas caíram gradativamente,durante os meses,pode me explicar isso?

- Estou muito atarefada a procura de uma casa,como sabe não tive a sorte de algum adulto se simpatizar comigo e me adotar -

- Fará 18 esse mês,não preciso mais cobrar suas responsabilidades,só não se meta em encrencas,ok?

- Ok!e como me viu?estava tão distante de mim a minutos atrás.

- Merilynn,sou a diretora desse orfanato a muitos anos,acha mesmo que não sei quando um órfão está saindo de fininho?

Engulo em seco.Só de imaginar viver todos esses anos dentro dessas paredes rachadas e escuras me esfria a espinha.Mas oque estou falando?estou aqui a anos também.

- Posso ir agora? - pergunto ansiosa.

- Sim,desapareça da minha frente.

Dou um meio sorriso.Ela é grossa mas sei que se importa comigo,ou então não cuidaria de mim desde os 6 anos.Abro lentamente a porta da mansão,que é imensa.Uma típica casa antiga dos filmes de terror do século XXI.Uma chuva rala se faz lá fora,mas não me importo já estou acostumada com a chuva.Essa não é muito saudável de se ficar,são chuvas ácidas.Algumas causam câncer de pele.Antes da guerra somente as primeiras chuvas eram ácidas,mas agora depois de toda radiação e poluição do mundo,toda chuva é ácida.

O lado erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora