" Primeiro dia na casa nova." -Escreve Kallie,em um pequeno diário.
Mudara-se para um apartamento em Nova York, com sua mãe e seu padrasto.
Kallie tem apenas 15 anos,e sua família mudou-se para Nova York devido ao novo emprego de Josh,seu padrasto,no jornal The New York Times.- "Moramos no sétimo andar de um prédio,num bairro tranquilo. Nosso apartamento é o número 703, portanto tem uma bela vista do lugar nas janelas principais da casa""Hoje é sábado e acabei de acordar. Tive um pesadelo,não consegui entendê-lo Primeiro,estava tudo muito escuro e tocava uma musica baixinho,(que reconheci como "pop goes the weasel" devido a meu intenso amor por filmes de terror.)
Então comecei a andar em direção ao som,mesmo sem enxergar nada.
Esbarrei em algo, que me pareceu o pé da cama e percebi que estava em meu quarto.
Tateei a procura do interruptor e acendi a luz, então vi que a música vinha de uma caixinha rustica em cima do parapeito da janela.
Através da janela pude ver que era dia,então não havia motivo para tamanha escuridão.Fui até a janela e observei a caixa por uns instantes. Era uma caixa de musica comum,completamente branca e com uma pequena manivela do lado direito.
Em seu interior,havia uma linda bailarina e atrás dela,na parte interior da tampa,um pequeno espelho. A bailarina,assim como tudo na caixinha,era completamente branca.
Era feita de madeira,e suas feições,cuidadosamente entalhadas,pareciam tristes.
A musica acabou e decidi girar a pequena manivela e fazê-la recomeçar.
Assim que a toquei,ela começou a mudar de cor.
Parecia que toda a escuridão que havia no quarto estava sendo atraída por aquele objeto,fazendo com que a luz do sol que brilhava lá fora pudesse finalmente iluminar o cômodo.
Soltei-a e continuei observando. A música voltou a tocar,dessa vez muito alto,e a bailarina, que tinha agora seu alvo corpo de madeira manchado de negro,recomeçou sua pirueta triste e infinita.Então notei que a luz do sol,fazia com que ela projetasse uma sombra estranha. A princípio era só a silhueta da bailarina. Tudo normal,exceto pelo fato de a sombra não se mover conforme sua dona.
Na verdade,ela estava parada,e parecia aumentar de tamanho,até que ficou maior que eu.Fiquei assustada,a musica acabou e a caixinha se fechou,escondendo a dona da silhueta sinistra.
Mas... a sombra ainda estava lá,imóvel.
Era impossível! Como poderia?
Foi então que notei que a sombra não vinha da caixinha,mas de trás de mim. Gelei.Criei coragem para me virar,e ao fazê-lo,tapei a boca para abafar um grito.
A bailarina da caixinha estava lá. Seu tutu estava manchado,não de negro,mas de sangue.
Seu rosto,que era delicado e tristonho estava deformado.
Tinha hematomas e o nariz quebrado,haviam escoriações por todo seu corpo. Seus braços estavam cheios de cortes,que pareciam ter sido feitos com uma lâmina muito afiada,suas meias-calças estavam rasgadas e suas sapatilhas desamarradas. Seus joelhos sangravam,e seu pescoço... seu pescoço estava nitidamente quebrado.Ela fitou-me,com uma expressão de pavor,e moveu os lábios formando as palavras "me ajude" . E então,olhou para trás como se tivesse se assustado com algo,correu e lançou-se pela janela. Mas desapareceu antes de chegar ao chão.
Acordei.
****
2 semanas na casa nova.
.▶
Não se passa um dia em que eu não veja a bailarina em meus sonhos.
Ela sempre está lá,indiretamente. Como uma espécie de mensagem subliminar,ora em cartazes pelas ruas,ora como o manequim de alguma vitrine. Depende de onde se passa o sonho.
Mas ela está sempre lá,com seu rosto tristonho e seu tutu manchado.
Sempre pedindo ajuda.Mas esta noite ela estava diferente. Tive um sonho parecido com o primeiro,mas desta vez a bailarina,antes apavorada e chorosa,estava com um olhar vidrado.
Ela não pediu ajuda, ela ficou sussurrando coisas desconexas próximo à janela.
Ela disse:"- Ela me pegou.
Não consegui escapar.
Eu não tive escolha.
A morte piora tudo.
Agora estou presa nela para sempre.
Cuidado.
Ela não vai te deixar escapar.
Boa sorte.""Depois,como no primeiro sonho atirou-se da janela sumindo no ar.
Não sei do que ela estava falando,estou com medo.
Eu não entendi nada, quem é "ela" e por que a bailarina está presa? Presa onde? Quem é a bailarina? Tenho que tomar cuidado com o que? Por que?
Eu não sei.
Tudo bem,eu não devia me preocupar,era apenas um pesadelo certo? Deve ter se repetido pelo excesso de mudanças não é?
Algo me diz que não..."****
Quinze dias no apartamento 703.
Não tenho mais sonhado com a bailarina, nem nada de estranho desde o último relato.
Ainda não decifrei as palavras da bailarina. Penso nelas a todo tempo,não entendo. Do que ela estava falando afinal? Não consigo simplesmente esquecer e seguir minha vida.****
Dois meses que não vejo a bailarina,ainda não esqueci o que sonhei.
Esta noite,senti um cheiro muito forte vindo do banheiro do meu quarto.
O banheiro está trancado desde que nos mudamos para cá. Está com um problema no encanamento e ainda não consertamos,pois não me incomodo de usar o banheiro comum.
Mamãe e Josh disseram que não sentem o cheiro ruim,mas me deixaram dormir no quarto deles até conseguirmos encontrar a chave do banheiro,para verificar. Mamãe disse que pode ser que tenha morrido algum rato por ali.****
Olá de novo.
Dois dias desde a última vez,parece que nossa frequência de conversa está aumentando novamente.
Isso me assusta.
Hoje finalmente encontramos a chave do banheiro,o cheiro já está insuportável e meu quarto está cheio de moscas.
Faz três dias que estou dormindo no quarto da mamãe,já não estou mais aguentando.
Mas eu realmente preferia não ter aberto aquela porta. Ao abrir,virei o rosto para vomitar.
Havia sangue para todo lado,moscas em toda parte o cheiro de decomposição mal me deixava respirar. No chão,a dona do sangue:Uma jovem,com cabelos castanhos e um rosto estranhamente familiar usando roupas estranhas.
Não acreditei no que vi,era a misteriosa bailarina!
Era possível reconhecer seu rosto tristonho mesmo no avançado estado de decomposição.A imagem da bailarina,me fez vomitar novamente.
Corri com a mão na boca e em prantos chamei meus pais e contei-lhes o que havia visto.Mas ao chegarem lá,não havia nada,nem corpo,nem sangue, nem moscas,nem cheiro... nada.
Como era possível? Onde foi parar toda aquela cena horrenda? O que aconteceu ali?Fiquei de castigo,pois meus pais acharam que eu lhes estava pregando uma peça.
Será que fiquei louca?NOTAS DO AUTOR:
GENTE!
Eu sinto muito! O livro ficou em hiato uns dois anos,mas eu voltei 🙆
Desculpem,de verdade 💓
O que acharam?
Bem,nos próximos capítulos,vocês vão saber um pouco mais sobre a Kallie,e o que realmente aconteceu com ela.
Espero que estejam gostando.
Comentem o que estão achando do livro,e não esqueçam de votar,é importante.Obrigada por ler até aqui.
Beijos ♡
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APARTAMENTO 703
ParanormalKevin foi preso injustamente,acusado de matar sua própria filha Katty, de 7 anos. Segundo a polícia, ele a jogou da janela de seu apartamento no 7° andar de um prédio em Nova York,NY. A notícia da morte espalhou-se rápidamente,e do mesmo jeito foi...