Caminhei por algumas quadras, ele não desistiu de me seguir, nem fez nada para disfarçar isso, logo ele estava ao meu lado cantando e saltitando, o que esse moleque quer afinal? Viro-me e o seguro pelos ombros, Bankotsu arregala os olhos.
- O que você quer? - rosno.
- Nada. - Bankotsu ri e foge do meu aperto.
Ele corre na frente, ótimo, vá embora. Suspiro e volto a caminhar encarando meus pés.
- Moço! - me assusto e olho em volta. - você pode pagar isso pra mim?
Bankotsu vem em minha direção puxando um senhor pela mão, o velho segura algumas rosas vermelhas, um vendedor de flores, Bankotsu sorri e se balança sobre as pernas. Enfio a mão na carteira e pago uma rosa, o velho vai embora satisfeito, Bankotsu sorri e cheira seu presente.
- É pra você. - ele se apoia em meu peito e coloca a rosa em meus cabelos.
- Um presente que eu paguei? Irônico você não acha?
- Desculpe. - Bankotsu encolhe os ombros. - eu não tenho nenhum centavo.
- Então volte pra casa, moleque.
Bankotsu arregala os olhos e me encara com medo, ele encolhe os ombros e recua.
- Moço eu não posso voltar pra casa. - ele sussurra.
- Por que não?
- Não posso. - Bankotsu balança a cabeça.
- Você fugiu de casa, é isso? - me inclino para nivelar nossos olhos, Bankotsu desvia o olhar. - olha, não sei seus motivos, mas é melhor sentar e conversar, tudo bem? Fugir dos problemas não adianta nada.
Engulo em seco, como posso dar um conselho que não sigo? Droga, esse moleque está me deixando louco. Me afasto e enterro as mãos no cabelo, tsc. Agora eu não posso voltar pra casa, não quero que ele me siga, não sei o que esse menino é capaz de fazer e nem quero descobrir. Puxo-o pelo braço, Bankotsu arregala os olhos.
- Vamos. - encaro-o. - já que nenhum pode voltar pra casa, vamos fazer alguma coisa.▼▼▼
Seguro duas garrafas de cerveja na mão, Bankotsu me espera do lado de fora da loja de conveniências, sorrio e empurro uma garrafa em sua mão, não sei se ele é menor, mas estamos enlouquecendo e é melhor fazer isso de um jeito divertido. Começo a andar, ele me segue de perto, dou um gole na cerveja gelada e sorrio. Bankotsu sorri.
- E então? - começo, ele se vira para mim. - de onde você é?
- Do mundo. - ele dá de ombros.
- Ah... - sorrio. - você vai querer brincar agora?
Ele ri. Moleque idiota.
- E você? - ele indaga.
- Daqui. - rebato.
Ele ergue as sobrancelhas e mostra a língua.
- E qual é seu nome, moço?
- Não vou falar pra você. - resmungo. - já ouviu que você não deve dizer seu nome nem data de aniversário para um desconhecido?
- Por quê? - Bankotsu estende uma mão e segura a minha.
- Existem crenças e pessoas que conseguem ver seu passado, presente e futuro, mas só se você disser seu nome e aniversário, porque eles te ligam ao universo.
- É? - ele inclina sua cabeça. - moço, cê acredita que os mortos voltam pra Terra uma vez pra fazerem o que não fizeram antes de morrer?
- Que idiota. - dou risada. - você acredita nisso?
- Existem tantas coisas estranhas por aí. - Bankotsu ri. - nunca se sabe.
Paro de repente, estamos sobre um viaduto, os carros passam embaixo de nós como vagalumes, somente luzes rápidas, pessoas com sua própria vida, problemas e loucuras, que não ligam para nós. Dou impulso e me sento no muro, Bankotsu salta e se senta ao meu lado, ele balança as pernas e ri.
- Já pensou em pular? - viro-me para ele, Bankotsu está inclinado, as mãos apertam o muro. - acabar com tudo... dar fim a sua vida?
Meu coração congela, vejo um de seus pés escorregar quando ele tenta se apoiar no muro, estico minha mão, ele arregala os olhos, puxo-o para perto e o abraço nos jogando para trás no acostamento seguro, encaro o céu quando minhas costas se chocam com o chão, Bankotsu está em meu colo, meu coração bate rápido, o que esse idiota fez?
- Você queria se matar?! - agarro seu braço e o balanço longe de mim, encaro-o com toda minha raiva. - queria pular? Desgraçado!
- Não... - Bankotsu arregala os olhos. - eu escorreguei, a garrafa ia cair eu quis pegá-la, mas... - ele solta o ar pela boca. - você me salvou.
Ele passa os braços ao meu redor e me abraça apertado, estanco. Ele não queria pular, ele realmente escorregou, suspiro e abraço sua cintura.
- Desculpe. - sussurro.
- Obrigado.
Espero-o se acalmar, ou no caso me acalmar. Enquanto eu estou com uma tremedeira e o coração disparado ele apenas está me acalmando, como se nada tivesse acontecido.
- Vem comigo moço. - ele se afasta e me encara. - vou te levar a um lugar legal.▼▼▼
Bankotsu corre na frente, os braços abertos como se quisesse alçar voo. Caminho a certa distância, os poucos passantes o encaram e riem, é como se ele levasse a alegria as pessoas, Bankotsu para repentinamente e se vira apontando uma porta.
- O que você quer aqui? - indago quando paro ao seu lado.
- É divertido aqui dentro, eu me lembro. - ergo as sobrancelhas. - vamos.
Ele me puxa pela mão, abrindo a porta sem cerimônia, assim que minha visão se acostuma percebo aonde aquela porta vai dar, uma boate.
Pessoas estão dançando ao som de uma música alta, corpos colados, suor e muita gente, mas todos parecem estar se divertindo. Bankotsu fica nas pontas dos pés e passa os braços em volta do meu pescoço. Seus olhos misteriosos se fixam nos meus, sorrio e o afasto.
- Eu tenho namorada. - sussurro.
- Mas ela é boa pra você? - ele deixa suas pálpebras caírem.
- Está dizendo que é melhor? - provoco.
- Não.
Estanco. Bankotsu se afasta, ok... sigo-o. Minha namorada me traiu com o seu melhor amigo, quando descobri eu levei tudo numa boa, e a perdoei, continuamos juntos, mas não sinto mais confiança nela e ficar juntos só nos destrói mais e mais. Bankotsu para e se vira de novo, puxando minhas mãos, ele se balança. As luzes neon refletem em seu cabelo escuro. Sorrio e me balanço no seu ritmo, Bankotsu ri e me encara, ele é só um garotinho... eu já estou velho, já vivi mais do que ele, talvez já tenha me frustrado mais e por isso tenha perdido o encanto em tudo como o que ele tem.
Encaro seus olhos novamente e eles me remetem a olhos de gato, verdes, estranhos e misteriosos, como se todas as verdades do mundo estivessem por trás deles, sorrio, talvez possa ser isso mesmo e ele está apenas me testando para ver se sou digno desses segredos.☆★☆
Mais um capítulo :3 esse é o mais longo ;v; não se preocupem que os outros dois são mais curtinhos :3Então já deu pra perceber que esse "moço" não é o Jaken :v
Façam suas apostas no que vai acontecer nessa história e, novamente, obrigada por estar lendo ♡
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu caderno de OC's
Ngẫu nhiênAi você está passando pelos livros do wattpad e se depara com um caderno de OC's e pensa... o que diabos é um OC? Fox explica! OC é a sigla de "original character" ou no bom e velho português: personagem original. Nesse livro vou postar alguns do...