Doze dias.

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Depois de três dias sem nenhuma pista de crime Benjamin me chamou para encontrar um primo preso dele que foi preso por tráfico ilegal de armas e suspeita de tráfico de drogas, suspeita ainda não confirmada, ele já está preso a oito meses e já abriu a boca pra policia, mas não foi o suficiente para achar quem ele citou e confirmar que é verdade.

-Isso não vai dar em nada, só estamos indo por esperança, sabe de alguma coisa?- Benjamin me pergunta com esperança.

-Alguns rachas na cidade, pocker não legalizado, nada que nós não sabemos.- Agora nós só temos doze dias, eu não posso perder a esperança, esse sempre foi o meu sonho, não posso deixar essa chance passar, não é possível que em toda Las Vegas não exista uma reportagem para mim.

-Essa é nossa única chance de conseguir esse emprego, se você não conseguir eu não consigo, se eu não conseguir você não consegue, nós precisamos e vamos conseguir, certo?

-Certo.

A cadeia nunca me assustou, nenhuma delas, nunca foi algo normal pra mim, nem algo extraordinário, para mim era só algo que acontecia. Johnny Lewis estava realmente acabado, não sei como ele era antes de vir parar na prisão, mas com certeza ele devia ser melhor que isso, suas olheiras eram fundas e se destacavam no seu rosto pálido, seus dentes eram amarelados, seu cabelo era baixo, seus lábios eram finos e roxos como se passasse frio, dava pra ver os ossos de sua costela pela regata branca, onde também eram visíveis suas tatuagens, poucas mas inexplicáveis .

-Oi Ben.- Sua voz era rouca e esganiçada.

-Oi Jon.- Benjamin pigarreou.- Essa é minha colega de trabalho Olivia, Olivia esse é meu primo Johnny.

-Oi Johnny.

-Se você trouxe até sua coleguinha de trabalho para conhecer a ovelha negra da família deve ser grave mesmo.

-É é grave, Jon eu preciso de você, e sei que você precisa de mim, eu posso te tirar daqui! É só me responder algumas perguntas.- Benjamin fala desesperado, Johnny não parece se afetar.

-Você acha que é assim? Eu te respondo, saio e está tudo bem? Não Benjamin se eu te contar eu saio daqui e morro!- Johnny fala exasperado, nós temos um furo, se Johnny tem tanto medo de responder algumas perguntas e pensa que irá morrer se responde-las é porque é grave e se é grave é perfeito para a primeira capa do CJLV.

-Você não vai morrer! Você vai me responder, vai ficar preso até terminarmos a reportagem, quando nós terminarmos a reportagem esses caras serão presos. Você livre, eles presos. Entendeu?- Benjamin falou com tanta convicção que eu quase acreditei.

-Quem me garante que você e essa aí vão conseguir?- Johnny abre os braços.- Isso mesmo Benjamin, ninguém!

Tentamos convence-lo por horas mas não deu certo, ele não falou nada, ele e Benjamin discutiram até o ponto que eu e os guardas tivemos que interferir, depois disso fomos embora.

Antes de me preparar pra dormir pesquiso mais sobre os crimes na cidade, mas sempre aparece as mesmas coisas, nada novo, nenhum procurado, nenhum código, nenhum local, nada.

Preparo o meu miojo, pego um guaraná na geladeira, e assisto algumas séries antes de pegar no sono.

Um barulho estridente me acorda, a televisão está ligada, e é a única iluminação presente no meu apartamento bagunçado, procuro com os olhos de onde vem o som que me acordou, vem do meu celular em cima do balcão da cozinha americana, pego o celular no visor está escrito Benjamin Price, atendo:

-Oi Ben.

-Olivia ainda bem que atendeu, estava dormindo?- Ele não parecia estar dormindo antes de me ligar.

-Uhum.- Resmungo voltando pro sofá.

-Desculpa, mas é urgente, depois de ser abusado na cadeia esta noite, Johnny resolveu abrir a boca.

-Oh meu Deus, ele está bem?

-Não mas vai ficar.

-Nós temos um furo?

-Sim Olivia nós temos um furo.

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⏰ Última atualização: Jun 22, 2017 ⏰

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