Number 15 - Nobody's home

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Nobody's home

Louis parou o beijo para respirar corretamente, pois tinha desaprendido a lidar com os seus dois pulmões e o oxigênio que o rodeava. As luzes piscavam rapidamente em azul, rosa, amarelo, vermelho e verde e lhe davam a sensação de ver o mundo em câmera lenta, a bebida que tomara antes tinha transformado seu cérebro em uma massa nebulosa e o apertado sofá em que estava sentado não cooperava com sua saúde mental.

Mas, claro, nenhum desses fatores era motivo para roubar o fôlego de Louis Tomlinson. O motivo, na verdade, era o garoto de pernas longas e sorriso com covinha que estava sentado sobre suas coxas naquele exato momento.

O garoto tinha chamado a atenção do Tomlinson no segundo em que colocou os pés naquela boate. Em meio à multidão colorida, barulhenta e suada, um rapaz desengonçado, alto e com a camisa de botões aberta foi como um clarão para os olhos de Louis. O garoto era uma verdadeira pintura em forma humana, com tatuagens magníficas aparecendo nos braços e peito, cabelo longo e cacheado e nádegas deliciosamente expostas pela calça jeans apertada. Era impossível não procurá-lo entre as pessoas e Louis sentiu o forte desejo de voltar correndo para casa quando viu o garoto cacheado dançar colado com uma menina loira.

Louis não costumava ser dramático, nem sentir atração por alguém tão rapidamente. Ao contrário, Eleanor teve que arrastá-lo para aquela balada alegando que sua vida amorosa estava muito parada e que dançar toda a noite iria mudar isso. Mas então viu aquele garoto. Depois disso, nenhuma outra pessoa seria bonita o suficiente ou desegonçada o suficiente ou com um sorriso fofo o suficiente. A música eletrônica extremamente alta não conseguia mais animá-lo e os pequenos sofás avermelhados da boate lhe pareceram muito convidativos.

Oh, o Tomlinson, com certeza, teria se isolado em algum lugar com uma cerveja e passado o restante da noite daquela forma, porém Eleanor, o cupido da vida de sua vida, o proibiu. Ao invés disso, puxou-o para o centro da pista de dança, bem próximo de onde o menino bonito e a garota loira dançavam, e rodeou a cintura de Louis com os braços, forçando-o a seguir o ritmo da música. Abraçou Eleanor com um dos braços e logo adaptou-se ao movimento do corpo dela, rebolando lentamente de um lado para o outro, pulando e rodopiando-a vez ou outra.

O álcool em seu sangue permitiu que Louis se soltasse, deixando-se levar pela batida incansável da música, o corpo de sua melhor amiga, as luzes coloridas e a sensação de estar flutuando. Sentiu sua pele ficar molhada de suor, mas isso era, de certa forma, gostoso. Durante esse tempo, forçou-se a não procurar o garoto alto que vira antes e preocupar-se somente em ter um bom momento com sua amiga, mas tudo mudou quando Eleanor arregalou os olhos diante de si e puxou-o de encontro a ela, gritando perto do ouvido de Louis para se fazer ouvir:

- Ele está olhando para você!

- Tem certeza? - Louis gritou de volta, duvidoso.

- Eu já errei alguma vez, Tommo? - Ela respondeu, cruzando os braços e parando de dançar no meio da pista.

E, bem, não. Eleanor nunca havia errado. Basicamente, era ela que percebia as coisas bem antes que Louis o fizesse e acabava fazendo o trabalho de fada madrinha - esse método estava em funcionamento desde o primeiro beijo do Tomlinson. A notícia de que estava sendo observado fez uma verdadeira tempestade nascer dentro de Louis, com ondas gigantes, furações e terremotos varrendo seu interior até o ponto de deixá-lo trêmulo de nervoso. Respirando fracamente, retomou a dança com Eleanor e - o mais discretamente possível - buscou com o olhar o menino alto de antes.

E então seus olhares se cruzaram. Em meio às cores, luzes brilhantes, ao barulho intenso, ao odor forte de álcool e suor, Louis capturou o olhar do garoto alto e foi correspondido. O outro ainda dançava agarrado à menina loira, no entanto, tinha a atenção totalmente voltada para o Tomlinson. A troca de olhares durou longos segundos e então o menino cacheado sorriu levemente, suas maravilhosas e coloridas pelas luzes covinhas aparecendo com o ato, e mordeu o lábio inferior antes de desviar o olhar. No instante seguinte, Louis observou de queixo caído quando o garoto deslizou as mãos pelo corpo da garota loira enquanto descia até o chão.

From 1000 Only a FewOnde histórias criam vida. Descubra agora