Taehyung estava chorando.
O pequeno menino se encarava no extenso espelho do banheiro, examinava cada mínima parte do seu corpo agora tão magro. As marcas das costelas bem desenhadas sob a fina camada de pele, a cintura fina que dava início a barriga magra e a tez antes beijada pelo sol agora era demasiadamente pálida.
Seu rosto bem desenhado era livre de qualquer penugem, o que lhe proporcionava um contorno da face delicada e infantil. A fundura nas bochechas era presente e os fios restantes em sua sobrancelha e cílios eram ralos, deixando-o, literalmente, parecido com uma pessoa doente.
O pior era que ele realmente estava doente, mas a última coisa da qual ele queria ser lembrado era disso. Ser lembrado de que estava morrendo aos poucos, e que tão obviamente todos já se preparavam por esse dia, que poderia chegar tão rapidamente.
O menino passou as pequenas mãos sobre a barriga lisa, e mais algumas grossas lágrimas escorreram. Ele estava tão magro.
Varreu os olhos até o seu rosto novamente e encarou pelo espelho as grandes esferas castanhas, acompanhadas de escleras avermelhadas por conta do choro recente e grandes bolsas roxeadas sob os mesmos, o que apenas piorou, já que mais grossas lágrimas desceram por ali. Encarou seu cabelo, ou o que restava do que ele um dia chamou de cabelo. Os fios curtos que haviam sobrado ali, agora se soltavam com apenas um passar de mão. O que lhe resultava em várias falhas visíveis. E mais uma lágrima escorreu.
O menino suspirou trêmulo e ouviu algumas batidas leves ecoando por seu quarto. Saiu do banheiro e caminhou até a larga porta de madeira envernizada.
– Doce? – A voz suave de Ayu chiou abafada. – Sua família acabou de chegar.
Taehyung suspirou e passou os dedinhos nos olhos, pensou no que faria.
– Diga que eu não estou disposto agora, Ayu, por favor. – Respondeu piedoso.
A mulher de meia idade suspirou do lado de fora. Taehyung não saía do quarto fariam exatos dez dias, e nem mesmo Jungkook tinha a permissão de adentrar no cômodo. Ele não queria que ninguém o visse daquela forma.
– Tudo bem, irei avisar.
E com isso o brulho dos saltos de Ayu contra o assoalho se fizeram presente enquanto a mesma se afastava lentamente.
Faziam três semanas desde a segunda quimioterapia do menino, e hoje seria o dia da sua terceira sessão, mas por conta da sua imunidade baixa a oncologista pediu para que o rapaz fizesse a terceira no outro final de semana.
Durante a primeira semana após a segunda quimioterapia, Taehyung não ficou tão mal quanto na primeira vez que realizou a injeção das drogas, e isso ajudou bastante quando os dois rapazes passaram a fazer todas as entrevistas e ceder todos os documentos necessários para a adoção de suas futuras crianças.
Taehyung queria um casal, e havia deixado isso bem claro para Jungkook, que nada fez além de concordar com as vontades do menor. O quarto das crianças já estava sendo organizado e a assistente social Yerim estava acompanhando todo o desenvolvimento do casal durante esse tempo.
Com o fim da semana, Yerim concluiu a análise devida sobre a estrutura familiar e psicológica do casal, assim, finalmente, dando a eles a permissão de visitar o centro adotivo.
Os rapazes lhe afirmaram que fariam isso apenas no início do próximo mês, depois de duas semanas, pois tinham que terminar a organização da casa para se tornar um ambiente receptivo para as crianças e terminar também a decoração do quarto das mesmas. Yerim apenas concordou e agendou a visita ao centro no dia que os rapazes afirmaram que já estaria tudo pronto.
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Proofs Of Love ☑ [taekook]
FanficUm relacionamento. Uma crise. Várias brigas. Uma doença. Um pesadelo. Provas de amor. [Adaptação.] | Plágio é crime | Todos os direitos reservados para @larryqueer