capítulo 3

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Continuou em minha direção. Era da realeza, tinha um pequeno broxe dourado escrito "castelo real 1856". O que estava fazendo aqui?
-O que está acontecendo? Falei com uma ar de preocupação.
-A srt teve a honra de ser selecionada para trabalhar no castelo real!
-Honra? Mamãe me repreendeu com um olhar.
-Você será levada amanhã para o Palácio.
Eu não estava preparada. Não estava preparada para deixar Carter. Mais uma vez olhei para o jarrinho com a rosa que carter tinha me dado. Me lembrei de todos os nossos planos, os sonhos, o jardim, os projetos. Começou a passar um filme na minha cabeça.
-Venho aqui para lhe dar mais informações!
- Ela está ouvindo, pode falar
Se intrometeu minha mãe.
-Nunca se dirija até o Príncipe sem ser chamada. Você irá dividir as tarefas com as outra escolhidas, estamos a espera de moças que se encaixem no que precisamos. A maioria delas só querem poder olhar para o príncipe todo dia.*disse com um sorrisinho de canto* Você pode escolher entre um quarto com as outras empregadas,mas se preferir, escolha seu próprio quarto.
-Você vai ser igual uma princesa! -falou kel dando pulinhos-
-A srt precisa de mais alguma coisa?
-Eu não estou preparada!
- Desculpe Senhor. Ela só está um pouco "confusa" com tudo o que está aconteçendo! -corrigiu mamãe-
-Aproveite a sua última noite como uma seis!
- Do que está falando?-mamãe gritou assustada-
-Se sua filha conseguir passar um tempo no castelo servindo da maneira que precisamos, ela passará a ser uma cinco.
-FILHA! Mas isso é maravilhoso!
Falou em direção a mim com um olhar radiante.
Só esperei ele sair pela porta e fui para o meu quarto. Só conseguia chorar. Aquilo estava mesmo acontecendo. Uma parte de mim sabia que eu não queria ficar pra sempre naquela vila. Eu queria crescer, morar em um lugar novo. Mas não desse jeito

No outro dia, 7:00 h AM

A mamãe abriu a janela e um raio de sol invadiu o meu quarto.
-Vamos filha, acorde! Vá preparar suas coisas, vocês partirão ao pôr do sol.
- Por quê não vamos de manhã?
- O oficial alertou que salteadores estão de manhã pelas redondezas para atacar as jovens que vão para o castelo.
Kel e Joey estavam na porta me esperando para o café. Ia passar logo. Poderia voltar para Carter e minha vida normal, só precisaria de mais um tempo para vivermos melhor. Pelo menos era o que eu queria acreditar agora. Abraçei eles o mais forte que pude. O papai estava com uma cara de choro e os lábios trêmulos. Dei uma risadinha até ele começar a falar.
-Não se preocupe minha querida, vai ficar tudo bem, logo logo você irá voltar para nós e para Carter!
O papai sempre falava o que eu precisava ouvir. Aquilo me reconfortou. Corri para a cabana o mais rápido que pude. Ele estava lá. Eu o abraçei o mais forte que pude e ele me retribuiu com um beijo.
-Você dormiu bem?- perguntou Carter segurando as minha mãos.
-Não sei! Eu estava dormindo.
Ele deu gargalhadas.
- Eu não posso ir!
Carter de repente ficou sério.
-Você não pode deixar de ir por minha causa! Essa é a sua chance Liana!
-Não posso....quando irei voltar?
-Eu não sei, mas tem que seguir sua vida!
-Cater! O que eu vou fazer? Por um momento pensei que podia superar isso! Ser forte! Mas eu não consigo!
-Nada na sua vida vai dá certo, enquanto você continuar se limitando a esse lugar....e a mim.
Só conseguia chorar enquanto ele voltava a falar.
-Liana! Eu te amo... Mas tenho que te deixar ir! Eu sinto muito mas acho melhor nós dármos um tempo. Vai ser melhor pra você agora se concentrar no trabalho.
Naquele momento eu odiei Carter. Senti um calor percorrer o meu corpo.
-Como você pode fazer isso nesse momento tão difícil pra mim?- falei aos prantos-
-Liana, nós vamos voltar um para o outro. Eu prometo. Mas vamos acabar estragando tudo agora.
Ele me beijou uma última vez e caminhou até o seu cavalo.
-Eu te odeio Carter! Eu te odeio!
Aquilo era uma tentativa desesperada de dizer "Eu te amo". Ele era a coisa mais certa que eu tinha na vida. Ele era uma parte do meu coração. E agora estava destruído. Afastei minhas lágrimas. Eu decidi que ia me dar bem no trabalho no castelo. Afinal eu sempre sonhei em pisar lá. Fiquei sonhando com aquele momento. Desde pequenininha queria ser uma princesa, esse sonho foi se tornando apenas ódio quando alguém da realeza machucou meu irmão Cole, que nunca mais conseguiu andar. Me lembrei das palavras de Carter:
Perdoe os outros. Não porque eles mereçem perdão, mas porque você merece ter paz.
Iria me lembrar disso. Afastei meus pensamentos de Carter e logo começei a conversar com a mamãe.
-Mãe!
Ela de repente virou pra mim!
-Quem era aquele "Oscar" na noite passada? Perguntei franzindo os olhos com desconfiança.
Ela começou a ficar nervosa e engoliu em seco.
-Só....um....velho amigo...-disse gaguejando-
Por hora eu acreditaria, eu não queria, mas aquilo ainda voltava ecoando para a minha cabeça
Subi ao pequeno sótão onde se encontravam algumas malas velhas e começei a botar meus trapos dentro. Olhei para a rosa e ela estava lá. Firme e com todas as suas pétalas. Enrolei com cuidado em um tecido e coloquei dentro da mala. Aquilo me lembraria que eu tinha que ser forte. Não poderia desanimar. Olhei para a caixinha de madeira no canto da cômoda e olhando no espelho coloquei o broche que meu pai me deu quando ainda era um bebê. Cuidei dele com minha vida. Era muito importante para o meu pai e continha um significado que pertencia apenas a ele. Conti as lágrimas e vi alguma coisa bater na janela. Era um pequeno pedaço de pedra enrolado com uma folha seca escrito pela letra de Carter.

Me perdoe Liana. Ainda te amo. Só quero o melhor pra você agora.Vou estar sempre aqui. Seja corajosa.

Quando olhei pela janela vi ele de costas. Caminhava pela floresta. Eu não estava preparada para perde-lô. Segurei as lágrimas e vi que faltava algumas horas para o pôr do sol. Desci as escadas velhas do sótão e fui me despedir deles. Kelse adorava imaginar uma vida no Palácio. Ela me enchia com as expectativas de como seria morar lá. Eu só estava tentando seguir em frente. Ter um novo começo. E tudo o que ela falava me inspirou. Ouvi o barulho dos cavalos e as batidas na porta e percebi que era hora de partir.

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