📖📖📖📖📖

8 0 0
                                    

Então eu resolvo abrir a bolinha e estava escrito assim: "Ei Natasha! Você ainda se sente mal? Seu pai deve estar em um bom lugar, pode ter certeza. Nunca conheci, mas com certeza foi um bom homem. E outra: Ignore essas pessoas, elas não valem nada. Seja forte garota."

Essa pessoa foi muito gentil de ter escrito isso pra mim, porém só esqueceu de colocar o H que vinha depois do T no meu nome.

-O que esse diz aí, Naty? Aliás, nem leia pra mim, pode até jogar fora. -diz James.

-Não! Essa daí foi uma mensagem positiva. -respondo sorrindo.

-Eu posso ler? Fiquei até curioso. -pergunta James surpreso.

-Eu também quero ler. -diz Paige.

-Podem sim! Mas não agora, pois Roger já está de mau humor com a gente. -falo guardando o bilhete.

Viro a cabeça de volta pro livro, antes que o professor percebesse que eu estava conversando com Paige e James.

Fiquei bastante curiosa pra saber quem havia escrito aquele bilhete. Ultimamente só recebo mensagens negativas, algumas delas até chegam a ser bem grave, até dizem que eu devia me matar.

Nunca fui de entender a minha turma. Me odeiam sem motivo. Eu não fiz nada pra eles. Só me fizeram de boba uma vez na sexta série, quando a Grace estava organizando a sua festa de aniversário de 13 anos e convidou a escola inteira, incluindo a Paige e o James. E nesse ano, eu queria me enturmar junto com a Grace, antes eu achava ela fabulosa e muito chique. E quando eu fiquei sabendo da festa dela, Grace chegou em mim e disse que era uma festa á fantasia. Então eu acreditei nela e acabei chegando na festa, vestida de Princesa Léia, pois eu gostava muito dos filmes do Star Wars. As pessoas ficaram rindo da minha cara e os comentários, eram o que não faltavam: "Ei sua nerd, aqui não é a Comic Con." "O Halloween não chegou ainda." "Darth Vaiden não está aqui."
Aquilo foi uma humilhação, até tiraram uma foto minha e postaram na internet. Foi á partir daí que eu começei a odiar a Grace, o que ela fez foi uma brincadeira de mal gosto.

O sinal do intervalo bate e vou até corredor e mostro o bilhete para eles.

-Ah, que pessoa mais fofa! Essa daí se importou com você. -diz Paige ao passar pro James.

-Ao contrário daquele professor arrogante que não respeita a sua dor. -continua James.

Fecho a cara só de lembrar da grosseria dele comigo e falo:

-Não sei como ele teve essa coragem de fazer isso. Só faltou eu chorar de verdade.

-Roger devia se por no seu lugar. E se fosse o pai dele que estivesse naquele acidente?

-Paige tem toda razão! -concorda James. -Se isso estivesse acontecendo com ele, esse professor até nos deixariam em paz.

-Mas eu só queria que esse acidente não tivesse acontecido. -falo começando a chorar. -Ainda mais que a polícia não conseguiu encontrar o suspeito que provocou isso tudo. Meus irmãos vão crescer sem o pai presente, a Chloe já entende que ele foi embora, mas Luke vive nos perguntando por onde será que ele anda e Noah só chora querendo ele em casa.

James me abraça e Paige enxuga as minhas lágrimas, acaricia o meu cabelo e diz:

-Seus irmãos ainda são muito pequenos. Quando eles forem crescendo, irão entender isso, vai contando a história de seu pai, mostre a fotografia e os objetos pessoais que ele tinha.

É uma ótima ideia da Paige. Ainda mais que agora comecei a usar um colar com uma pedrinha amarrada que era dele. Eu ri no dia em que ele estava usando. Bem antes dos gêmeos nascerem, fizemos uma viagem na Califórnia e meu pai gostava muito desses ambulantes que ficam na praia, lembro que ele havia comprado esse colar e a Chloe ficou falando que quem devia usar era a mamãe, e não ele, dizia que homens não usam colares e por aí vai. Rimos muito e depois ele virou pra ela e falou que aquilo não importava, e sim, o que ele gostava de usar.

NathashaOnde histórias criam vida. Descubra agora