❥Capítulo 14

4.4K 438 675
                                    

OII.

Então começamos a segunda fase da fanfic, pode ficar um pouco confuso no começo, mas logo vocês vão entender com o desenvolver das coisas.

Boa Leitura.

Harry olhou uma última vez para as folhas em branco, fechando o diário logo em seguida e encarando a capa, limpando as ultimas lagrimas a qual se deu o luxo de deixar cair. Ali haviam lembranças, memórias que deveriam ter sido guardadas no fundo do guarda-roupa, e ficaram por certo tempo.

Mas hoje, Harry tinha um motivo para desenterra-las.

Cada palavra, cada rubrica e texto, fazia Harry se lembrar de cada dia que passou, de como foi cada momento e cada aventura. As letras meio tortas e redondinhas perdidas e aleatórias aqui e ali, o fazendo se lembrar do dia em que essas palavras foram mostradas e foram escritas outras pelas folhas em branco, mostrando o lado que ele não conhecia.

O relógio na cabeceira marcava 08:35 AM. Harry passou a noite lendo e relendo aquelas palavras, aqueles textos, vendo aqueles desenhos idiotas e aquelas poucas fotografias que ele não teve coragem de rasgar. Ele deveria ter feito, pelo menos.

O sentimento nostálgico preenchia seu peito. Era como um ferimento que nunca cicatrizava, sempre rasgando e tinha as vezes que era como se o universo tentasse curá-lo com álcool, como agora, onde doía além do normal e fazia Harry querer gritar. Ainda doía, doía como se fosse recente e Harry apenas queria tirar aquilo de si.

Ele guardou o diário na última gaveta dá mesinha ao lado dá cama e respirou fundo. Seria um longo dia, ele deveria saber. Sempre era.

Ele olhou em volta, vendo aquele quarto vazio e sem vida, o silêncio perturbador, ao que deveria ser tranquilizante, só o mostrava o quanto ele estava sozinho, por mais que ele negasse o quanto quisesse, o silencio e o vazio sempre o mostraria a verdade.

Ele caminhou até o banheiro, retirando a camisa e vendo o seu reflexo no espelho. Ele não se surpreendeu no entanto, ao vê as bolsas azuladas em baixo dos olhos, o seu corpo magro, porém definido, havia ganhado desenhos novos, alguns ele nem ao menos sabe porque de ter feito. Os cabelos – antes cacheados – agora estavam cortados e apenas com algumas ondulações nas pontas. Acima de tudo, Harry continuava o mesmo.

Ele entrou no box, ligando o chuveiro na alta temperatura e sabendo que seu corpo estaria com manchas vermelhas no final, mas ele não ligava, elas podiam até ser considerada parte de sua rotina diária.

Ele ainda passou uns bons minutos embaixo da água, lembrando de tudo o que aconteceu até então. Ele sabia que estava se martirizando, mas não podia evitar. Os pensamentos e lembranças o inundavam como ondas, as mesmas ao qual já foi louco. Harry já chegou a desistir do pensamento de um dia superar, ele não sabe se iria, mas tem quase certeza que mesmo que o seu consciente lhe diga uma coisa, o seu coração sempre dirá outra. Talvez ele devesse ter o escutado, ou talvez ele tenha feito o certo.

Ele saiu do box, se encarando mais uma vez no espelho, vendo as manchas redondas avermelhadas em sua pele, que continuava pálida apesar. Ele sorriu melancólico, lembrando de quando ele dizia que sua pele parecia leite. Ele deveria empurrar esses pensamentos para o fundo de sua mente, mas se normalmente ele não conseguia, hoje seria impossível, ele sabia disso.

Quando voltou para o quarto e encontrou o mesmo silencio e vazio de antes, ele permitiu-se lembrar de como o seu antigo quarto tinha mais vida, como era confortante e vivido entrar pela porta e encontra-lo lendo um livro, sentado com as penas entrelaçadas, ou até mesmo envolvido no cobertor enquanto assistia TV. E então Harry lembra o porquê se mudou para aquele apartamento. Principalmente porque não podia morar para sempre com a sua mãe, Harry sempre foi o tipo de pessoa que optava pelo caminho mais fácil, e se era para esquecer, mudar de ares era esse caminho.

Glasses ➼ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora