❥Capitulo 23

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Aviso: Esse capítulo contém uma cena onde há uma crise de pânico. Mesmo que não seja bem detalhada, se você se sentir desconfortável, peço que pule esta parte. Não leia nada que lhe deixe mal.

Lembrando que eu sou um ser humaninho movido por estrelinhas e comentários, quanto mais vcs fizeram, mais rápido eu volto :)

Boa leitura.

Sentimentos.

Aquele calor de verão que você sente no peito, ou o frio de inverno que congela até os corações mais quentes. Os raios solares que causam os sorrisos, ou as gotas de chuva que causam lágrimas. Mas chuva não é ruim, se você pensar que no final, haverá sol de novo. Ou até mesmo um arco-íris.

As pessoas giram em torno de sentimentos. Cada um com o seu. Cada um diferente do outro. Nenhum sentimento é igual. O que você sente, nunca vai ser igual ao que outra pessoa sente. Pode ser aproximado, até no mesmo nível, mas igual? Nunca. Veja bem, cada pessoa é diferente. Duas pessoas que se amam por exemplo, elas podem se amar intensamente, fervorosamente, mas os sentimentos sempre vão ser diferentes. Porque o amor nunca é igual. Eu te amo. É algo tão forte para ser dito vagamente tantas vezes. E por quê? Por medo de ferir? Por medo do abandono? O quanto você fere alguém mentindo e o quanto você mesmo se fere continuando nessa linha que nunca vai te levar para frente. Porque ela é um círculo. Isso não importa?

E tem o Eu te entendo. O mais comum. 'Eu entendo você' é dito tantas vezes em demonstração de apoio, e sinceramente, as vezes é tão vago. Porque nós nunca vamos entender o que aquela pessoa está sentindo. Nunca. A dor é sentida em formas diferentes em cada pessoa, e cada um lida com ela de um jeito diferente de outra pessoa. Por isso, você nunca vai entender o que aquela pessoa está sentindo, mesmo que você já tenha passado por aquilo. Nunca é igual.

E Harry costumava achar que entendia Louis. Que ele entendia o que era ouvir as piadas e julgamentos na escola, porque ela já havia se julgado por ser desastrado demais quando era criança. Achava que entendia as crises pela chuva, porque ele tinha medo de barulhos altos na infância depois que presenciou um acidente. Achava que entendia por que ele chorava quando as coisas apertavam em casa, porque a vida nem sempre foi fácil para ele.

Mas ele nunca entendeu.

Eles se encaravam. Como se uma linha conectasse o olhar dos dois, quase que inquebrável. Harry se sentia leve em comparação a, não só desde que havia chegado ali, como aos últimos anos. Como se finalmente tivesse colocado tudo para fora. A sensação de estar em paz com os seus sentimentos e poder falar sobre eles sem sentir a dor de meses atrás, a dor que ele achou que nunca passaria. E talvez Nicholas tivesse mesmo razão, porque seu coração sempre soube que tinha que ver Louis de novo, que precisava daquilo, já a sua mente lhe dizia que não era uma boa ideia, que ele precisava aceitar a situação, e enfim, ele havia achado o consenso entre os dois.

E ninguém conseguiria entender aquilo. Ou ele mesmo saberia explicar, porque precisava ver alguém de novo, que ele deveria esquecer.

Mas Harry finalmente compreendia Louis. Compreendia seus motivos e a sua ida. Compreendia o quão inseguro sobre os próprios passos Louis era, e compreendia até o que o próprio Louis não percebia. Ele finalmente se sentia em paz consigo mesmo e com o passado.

Já Louis, ele sentia o peso dos cinco anos em suas costas, sentia o peso do sofrimento de Harry, o peso do sofrimento dos seus amigos, o peso de tudo que ele abandonou sem nenhuma explicação. Ele sentia o peso da culpa e da vergonha, ele se achava a pessoa mais ilógica agora. Que direito ele tinha de voltar ali, se explicar e esperar ser perdoado? De simplesmente voltar e colocar de ponta cabeça a vida de pessoas que já haviam se reerguido e seguido em frente? Nenhum.

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