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Jisung acordou com uma tremenda dor de barriga por ter exagerado nos doces na noite anterior. Ele olhou pela janela e percebeu que o Sol nem havia nascido ainda, e o despertador marcava quase quatro da manhã. Suspirou por ter perdido o sono e pegou o celular.

Havia duas ligações perdidas de Mark, e ele fitou o celular. Até que veio uma outra ligação, e ele se perguntou o que Mark queria falar com ele no auge da madrugada.

— Sim, Mark? — atendeu o telefone e ouviu o outro suspirar.

— Desculpa por te ligar nesse horário. É que não consigo dormir...

— Nem eu.

Ficaram algum tempo em silêncio, apenas escutando a respiração um do outro.

— Sobre ontem...

— Não, Mark. Não se desculpe. — Jisung se levantou da cama e andou até a janela, observou a rua por um tempo. — Foram os doces...

— Não culpe os doces, eu não os como todos os dias e me sinto sempre igual em relação à você, Ji Ji. — respondeu Mark.

— E o que você sente em relação à mim, Mark Lee? — Jisung lambeu os lábios e fixou o olhar no horizonte.

Longos segundos de silêncio passaram-se e Jisung ouviu um barulho do outro lado da linha.

— Eu ainda não sei, Jisung.

— Que engraçado...

— O quê?

— Estou olhando para o horizonte, Mark. Estou vendo uma pequena luz surgir, é o Sol. E se você olhar também, verá que essa luz emergindo no céu escuro é como... É como a resposta, Mark.

O garoto permaneceu em silêncio do outro lado da linha.

— O céu escuro é a nossa confusão, os nossos problemas e dúvidas sobre o que sentimos. Mas esse pequenino raio de Sol é a resposta a qual que estamos evitando, Mark. E sabemos que essa é a única, pois é a que mais brilha nessa completa escuridão. Está acompanhando? — perguntou Jisung.

Mark, mais uma vez, continuou em silêncio.

— Merda, Mark! Sabemos que o Sol vai aparecer, sabemos que essa luz iluminará tudo e isso é uma fato, é a verdade. Então por que ainda não aceitamos isso?

— Por que ainda é noite, Jisung. E o Sol é apenas uma tira amarela querendo ser melhor que as estrelas no céu. — Mark finalmente falara algo, e o coração de Jisung apertou-se ao perceber que ele estava certo. — Deveríamos ir dormir.

— Deveríamos encarar o Sol.

— Ji Ji...

— Poxa, Mark... Somos tão jovens... Temos o mundo em nossas mãos e ainda fazemos isso...?

— Seus pais não gostariam disso. — falou Mark.

— Não precisam gostar.

Silêncio.

— Você me ama, Mark? 

Jisung encheu o peito de ar, pronto para receber a resposta, pronto para encarar a verdade (mesmo sendo um "sim" ou "não") e respirar outra vez. Mas ao contrário do que esperava, Mark apenas suspirou e disse:

— Durma bem, Jisung. — e desligou.

Jisung sentou-se na cama, olhou para o telefone e depois para a tira de luz solar que aparecia no céu escuro. Ele teve que admitir, o que mais o matava era aquilo: o Sol, o amor que vinha sem nem avisar e devastando-o completamente, roubando o ênfase extremo das estrelas dentro de si e iluminando tudo.

Jisung deitou-se na cama, abraçou os joelhos e tentou dormir, mesmo sabendo que não conseguiria tão cedo.

Chewing Gum Cake ♛ MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora