Morrer de amor.

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Jungkook estava extremamente cansado; esfregava o rosto ao passar pela entrada de seu prédio e cumprimentar o porteiro. Seu dia havia sido produtivo: ele conseguira terminar de montar a coreografia para a apresentação de seus alunos, resolvera alguns problemas burocráticos da academia e ainda conseguira fechar o contrato com o novo professor. Ele estava exausto, mas pelo menos sentia que havia cumprido com seu dever. Mas algo ainda o incomodava.

   Jimin-hyung não ligara para ele nem uma vez sequer durante todo o dia.

   Isso era muito estranho; os dois eram como irmãos, estavam sempre juntos e quando essa aproximação não era possível, por qualquer que fosse o motivo, eles arranjavam uma forma de se comunicar. Eles se falavam todos os dias, nem que fossem apenas bom dias apressados e um boa noite, durma bem antes de dormir. A troca de palavras entre Jimin e Jungkook, seja pessoal ou virtualmente, fazia parte da rotina dos dois.

   Jeon mandara diversas mensagens ao hyung durante todo o dia, quando tinha uns minutos livres, mas a última que este respondeu fora o de boa noite, acompanhado de um eu amo você Kookie. O garoto já estava ficando preocupado e incomodado com o silêncio de Jimin. Ele já segurava o celular em mãos, a fim de mandar a décima mensagem ao mais velho, quando seu porteiro o chamou:

— Sr. Jeon, chegou cartas para o senhor hoje — puxou dois envelopes de um lugar abaixo do balcão e entregou para Jungkook, que aceitou com um obrigado sorridente.

   Jungkook não estranhou nem um pouco ao ouvir que recebera cartas; em sua cabeça, eram apenas cobranças, mas percebeu que estava errado ao notar que os envelopes eram coloridos, o que excluía completamente a possibilidade de guardarem contas de água e afins.

   O primeiro envelope era lilás e envolto por uma fitinha roxa. Seu nome encontrava-se escrito em prateado na parte inferior direita. Ao entrar no elevador e apertar o número oito, Jungkook abriu o papel colorido e encontrou ali dentro o convite de casamento de sua prima de segundo grau. O garoto teve que se segurar para não soltar uma risadinha; ele e a prima não eram nem singelamente íntimos, mas, ainda assim, ela o chamara para ir à festa de seu casamento. Com um sorrisinho ladino, Jungkook guardou o convite e voltou a atenção para o outro envelope.

   Este era vermelho e simples, com algumas pequenas manchinhas aqui e acolá. Apesar do envelope ser tingido com sua cor favorita, Jungkook não teve um bom pressentimento sobre a carta ali guardada. Encotrou no verso do papel colorido, escrito em uma letra não muito bonita, o seu nome: "Kookie". Logo soube que seu remetente era Jimin, a única pessoa que o chamava daquela forma.

   Jeon era todo curiosidade ao abrir a porta de seu apartamento, jogando a bolsa num canto de qualquer jeito e, logo depois, se jogando no sofá de qualquer jeito. Abriu o envelope vermelho com empolgação, sentido o perfume atingir-lhe as narinas: a carta tinha cheiro de ambrósia com algo meio... metálico.

   Jungkook estranhou, mas não perdeu tempo e logo pôs-se a ler aquela caligrafia meio corrida de Jimin. Sua curiosidade e ansiedade eram tantas que ele mal percebeu as gotas vermelhas que pontilhavam pontos destintos do papel branco.

“Ei, Kookie.

   Como está? Espero, de verdade, que bem, pois estou bem longe disso.”

   Jungkook parou de sorrir na hora. Algo definitivamente não estava certo. Com o cenho franzido e o coração enxarcado de preocupação, voltou a ler:

   “Sabe, é irônico eu estar te perguntando como está, quando na verdade eu deveria estar me preocupando com o meu estado. Mas não posso evitar, eu me importo demais contigo. Mais até do que comigo – meus pulmões que o digam!

hanahaki byou | 愛Onde histórias criam vida. Descubra agora