Capítulo 2

11 2 1
                                    


Carlos acorda ainda embriagado com algumas batidas em sua porta. Depois de três batidas seguidas, ele ouve uma voz chamando por "vizinho"..., mas que diabos poderia ser, já que Nicholas e ele não costumavam manter relações com vizinho algum, e o máximo que a vizinhança conseguia dos dois, era um "Bom Dia" e olhe lá.

Ao tentar se levantar em silencio da cama, Carlos derruba uma garrafa de 51 que estava em cima da cabeceira, a garrafa se quebra em pedaços, e o cheiro que já era desagradável, agora fica insuportável.

O vizinho que esperava por algum sinal de vida, se assusta com o barulho.

-Está tudo bem por aí?

- Não é da sua conta enxerido, não enche! Vai embora daqui...

O vizinho logo se deu conta de que Carlos estava bêbado como em quase todos os dias, desde que ele e seu filho se maduraram para lá.

- Me desculpe. Mas se quiser conversar ou tomar um café, quem sabe, estarei no apartamento 32.

Apesar de ainda estar meio zonzo, Carlos consegue entender perfeitamente o que aquele homem dizia, então, sem nada dizer, Carlos anda em direção a porta, mas percebe que o homem já não estava mais ali.

Sua cabeça estava explodindo por conta da ressaca, e ainda por cima estava com uma fome de três mendigos... ao abrir a geladeira para comer alguma coisa, Carlos encontra somente água e ovo. Ele fica furioso, e ao fechar a portar da geladeira com brutalidade, ele percebe que ela desliga do nada. Se já não havia mais comida, agora então, não teriam nem água gelada para beber.

Pro seu azar, a fome apertou ainda mais, e por mais que Carlos odiasse a ideia de conversar ou criar algum tipo de relação com seus vizinhos, ele se viu obrigado a seguir em direção ao apartamento 32.

Saindo corredor a fora, Carlos percebe que o pequeno prédio estava cheio demais para tal hora da noite, ele mal sabia que era virada de ano, a bebida estava o deixava maluco.

Chegando perto do apartamento 32, Carlos se deparada com um casal parado na porta, sendo assim ele para meio receoso na metade do corredor.

Ao perceber a presença de Carlos, o homem parado em frente a porta cochicha com a mulher ao seu lado, e logo de imediato ela entra no apartamento meio que de pressa.

Ainda parado o homem acena para Carlos como sinal de (venha aqui). Sem entender muito bem o que estava acontecendo, Carlos segue em direção ao homem.

- Então o senhor é o ...

- Carlos. Eu sou o Carlos. – Diz ele meio sem jeito.

- Eu sou o beto, muito prazer. – O homem diz, mostrando tamanho entusiasmos.

Carlos observa detalhadamente aquele homem. Sua roupa, seus trejeitos, suas mãos ainda sujas de graxa. Ele definitivamente não demostrava ter nada de valor.

- Eu estava muito querendo falar com você, e com o rapaz que mora com o senhor. – Carlos não conseguia entender o porquê aquele homem queria tanto o conhecer. – eu e meu filho fizemos algo de errado?

Beto começa a rir com a pergunta que Carlos fez. – Mas é claro que não. É que em toda passagem de ano costumamos nos reunir para comemorar com nossos vizinhos, amigos e familiares. E já que não tivemos chances de nós conhecer, achei que seria a ocasião perfeita.

- Hoje é que dia?

- Dia primeiro de janeiro de 2017.

- 2017? – Diz Carlos surpreso!

- Sim. A bebida está te fazendo mal. – Diz o Beto sendo sarcástico.

- Eu sabia que já estava no fim de dezembro, mas tenho certeza que ontem faltavam 2 dias para virada do ano. – Carlos dormiu exatas 48 horas. Esse era seu novo recorde.

Carlos sempre foi um homem de poucas palavras, isso qualquer um conseguia ver. Percebendo isso, o vizinho Beto o convida para entrar em seu humilde apartamento. Embora fosse um pouco mais espaçoso, aquilo não era muito diferente de onde ele estava morando, mas o capricho e limpeza daquele lugar o deixou um tanto impressionado.


O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora