O Recomeço

Capítulo 4

Aquelas pessoas eram totalmente diferentes das que Carlos imaginavam em sua cabeça. Elas eram inteligentes, educadas, divertidas, tinham modos e sabiam conversar sobre diferentes tipos de assunto. 

A noite não estava sendo nada ruim, muito pelo contrário. Estava sendo muito agradável. Carlos estava se sentindo muito a vontade com a presença de Beto e sua família.

 A única coisa que o incomodava, era a ausência de seu filho (Nicholas). Desde que acordou Carlos não teve se quer uma noticia de seu filho. Nenhuma ligação, mensagem de texto, nem mesmo um bilhete  avisando onde iria. Mas como era virada de ano, Carlos poderia estar se preocupando atoa, afinal. Nicholas era jovem e, sabia se virar muito bem sozinho. 

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Carlos não era muito de acreditar em algum tipo de religião, era do tipo "Ateu". Preferia acreditar que o mundo tinha sido mesmo formado após uma gigantesca explosão (BIG-BANG), do que perder tempo acreditando em algum tipo de DEUS. Para ele, as coisas seriam muito mais fáceis se fossem realmente assim.

Já Beto e sua esposa pelo visto eram religiosos. A casa em que viviam era enfeitada com alguns versículos Bíblicos, sem contar na Bíblia que ficava logo de cara quando entravam em seu apartamento.

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Carlos levanta e começa a rodear aquele apartamento observando como sempre de costume cada detalhe em sua volta. Ele reparou em algumas fotos que haviam em cima de um reque, fotos de momentos comemorativos de beto e sua esposa, fotos de seus filhos recém nascidos. Muitas fotos por sinal. 

 Embora o ambiente em que Beto vivia o fizesse parecer um daqueles cristãos fanáticos, ele não tocou sequer um segundo no assunto sobre fé ou algo do tipo..., e isso fez  com que Carlos ficasse um tanto surpreso, e ainda mais a vontade naquele ambiente.

  Ao continuar observando detalhadamente o apartamento de Beto, Carlos fixa seu olhar em alguns quadros religiosos que ficavam pendurados na parede daquele lugar. Entre tantos quadros, um em especial o chamou muito atenção. 

Aquele quadro possuía uma moldura vermelha, nada de extravagante. era bem simples, e, uma imagem de coração também simples. mas com uma frase que o fez parar no tempo:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. (1 Corintios).

Aquelas palavras o fizeram voltar no tempo, fizeram voltar ao momento em que sua vida era mais do que perfeita. Momento onde ele possuía muitas coisas, tais como: carro, casa, muito dinheiro em sua conta bancaria, conforto; momento onde ele ainda tinha uma família. Momento onde ele talvez tivesse esse tal "AMOR" que tanto dizem e pregam por ai.