séjour. | l.s

Three.

"Você é inconsertável. Não posso entrar em seu mundo, porque você vive em tons frios. Seu coração é inquebrável."

— Shades Of Cool, Lana Del Rey.

1º de fevereiro, aniversário de Harry.

Harry sorriu, apoiando o braço nos cotovelos de Aurora e trazendo-a para mais perto de si. A garota puxou um cigarro do bolso, suas unhas postiças e vermelhas fazendo contato com o isqueiro de seu namorado enquanto ela acendia o cigarro. Seus cabelos escuros e graciosos sequer mexiam com o vento. Aquele corte dava-lhe um ar de garota dos anos setenta e Styles com certeza adorava isso nela. Bem, ele adorava tudo em Aurora, desde a sua grande autoconfiança até a paixão obsessiva por jazz e blues. Ela olhou para ele, virando o rosto em seguida e soltando a fumaça do cigarro para baixo.

— O que você quer fazer quando terminar o colegial?

Aurora franziu as sobrancelhas, raspando suas unhas falsas.

— Não gosto de falar sobre o meu futuro. E você?

Harry passou a mão em seus cachos, colocando-os para trás.

Apesar de entender que algumas pessoas realmente tem uma certa dificuldade de falar sobre suas vidas ou sentimentos, ele não acha que este seja o caso de sua namorada. Entretanto, Aurora nunca foi de falar muito. Na maior parte do tempo, a garota só fuma e abraça Styles. Ela também nunca foi de sorrir ou gostar de piadas e conversas estereotipadas como normais para adolescentes. Harry ainda se recorda do primeiro mês de namoro deles, do qual todos o alertavam sobre o quão estranha e vazia a menina era. Bem, ele não ligava, porque a achava incrível. E apesar de Aurora nunca querer falar sobre tais coisas que envolviam sua vida pessoal, Styles era compreensivo.

Harry fez um barulho estranho pelo nariz.

— Promete que não vai rir?

Ela deu um sorriso de lado, atirando o cigarro no chão. — Não.

E esta era Aurora. Totalmente sincera e transbordada de algo que ninguém saberia decifrar se significava vazio, solidão ou amor doentio. De vez em quando, Styles acha que são os três.

— Eu gostaria de ensinar dança clássica.

Ele tirou o braço do ombro de sua namorada, enfiando suas mãos geladas no bolso do casaco. Com ela, nunca havia tido muitas demonstrações de amor, e Harry já havia se acostumado. A garota o alertou que jamais gostaria de coisas assim, sempre falava que acha isso falso e vazio. Apesar de Styles também não entender tal coisa, ainda aceitava.

Aurora franziu a testa, o observando.

— Dança clássica?

— É. — Harry respondeu. — Eu gosto do jeito que os corpos das pessoas se movem quando tem o som de um piano tocando ou algo assim. Acho que isso me lembra um pouco os quadros e a arquitetura renascentista, entende? Pode parecer estranho, mas é o que penso. Você sabe que eu amo estas coisas.

A garota riu um pouco, negando com a cabeça e passando a mão em seus cabelos, colocando-os para trás. Antes de Styles poder se envergonhar pelo que falou, ela tocou suas costas, olhando-o nos olhos.

— Isso é incrível.

O menino empalideceu. Era a primeira vez que Aurora elogiava algo que sobre ele.