O Reencontro

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Depois daquela ligação eu fiquei totalmente aérea, voltei para casa desnorteada. Ao chegar vejo minha mãe em prantos, claro que se eu for ver minha irmã no hospital na capital eles não poderão, por causa da mercearia. Mas minha irmã pediu que eu especificamente fosse. Muito estranho, mas eu irei claro, se ela precisar de doação, eu não irei nem pensar duas vezes.
Arrumei minhas malas no automático, minha mãe me ajudou com lágrimas silenciosas no rosto. Estamos rezando para que não sei nada muito grave.
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Após 3 hora de viagem chego m capital, vou direto para o hospital, com mala e tudo, não estou em condições de raciocinar agora, estou em chock demais para isso.
Chego na recepção, pergunto onde ela está, demora um pouco até me encaminharem para o quarto que minha irmã está. Chego na porta, respiro fundo algumas vezes tomando coragem e entro.
Depois que entro, estanca  a porta, ela está em uma cama toda entubada e cheio de fios que ligam ela a vários monitores. Sinto algo quente em meu rosto, quando passo a mão vejo que são lágrimas, agora que eu percebi que estou chorando. Me aproximo da cama, já começando a soluçar. Por mais eu sentisse ciúmes, nunca em toda a minha vida esperava ver ela assim.
-Vai demorar um pouco até ela acordar denovo, o médico acabou de dar sedativo a ela. -diz o meu cunhado que somente agora percebo que está sentado em uma poltrona no canto.
Ele é um homem alto, muito bonito por sinal. Só vi ele uma única vez antes de hoje, que no caso, o dia do casamento da minha irmã. O mesmo tempo que estava sem ver a minha irmã também, pelo menos cinco anos.
Fico um tempo encarando ele, depois volto meu olhar para minha gêmea.
-Como que ela está?? -pergunto com a voz rouca por causa do choro silencioso.
-Melhorou um pouco, mas o médico disse que ela precisava de doação de sangue...
-É por isso que você pediu que eu viesse logo, pois o sangue O+, só recebe de O+, e que é muito raro.
-Exatamente! O banco de sangue não tem disponível, e foi a única coisa que eu consegui pensar, foi em trazer você para cá.
-Cadê o médico?? Já posso doar agora mesmo, para não perder mais tempo! -digo já me agitando, estava ficando agoniada de ver Alicia assim.
Ele balança a cabeça concordando comigo, e vai saindo do quarto me deixando sozinha com a Alicia. Eu começo a acariciar seu rosto, e minhas lágrimas vão caindo. Como eu sinto falta de nossa adolescência, da época em que éramos super unidas, melhores amigas e tudo mais. Nos afastamos depois que ela passou na UFMG no curso de administração, e paramos de nos falar quase aí totalmente depois que ela engravidou e casou. Como sinto falta de nossa adolescência, como lamento o tempo perdido. Mas prometo que a partir de agora, depois que ela recuperar e sair daqui, que serei mais presente na vida dela.
Poucos minutos depois, o Felipe volta com um enfermeira, que me leva para tirar sangue.
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Quando eu volto ao quarto um tempo depois, Alicia está acordada, e quando ela me vê, lágrimas rolam pelo seu rosto. Acredito que seja saudade também.
Sento na beirada da cama, e seguro na mão dela.
-Preciso te pedir uma coisa...
-Qualquer coisa! -interrompo a frase dela.
-... se acontecer alguma coisa comigo, quero que prometa..
-Não vai acontecer nada com você! Eu já até doei sangue para você melhorar logo..
-Alice, me escuta! E por favor prometa!!!
Ela diz, apertando minha mão e fazendo com que eu me cale. Só esperando ela continuar.
-Se acontecer o pior comigo, quero que você fique no meu lugar para cuidar da Mirella.
-Como assim?? -pergunto já não entendo nada.
-Quero que você finja que sou eu, até ela ter idade suficiente para entender que morri.
-Para de falar assim Alicia, não vai acontecer nada com você!! -digo entre soluços. -mesmo porque ela precisa de você, eu não sei cuidar de uma criança!!
-Você vai saber, mas me promete!! Se eu morrer você vai cuidar dela pra mim!!!
-Eu prometo! Eu cuido dela.
Apenas digo, pois não acredito que ela vai morrer.
-Não é apenas cuidar Alice...

A filha da minha irmã. Onde histórias criam vida. Descubra agora