SexTape - Camila Intersexual (𝐑𝐞𝐞𝐬𝐜𝐫𝐢𝐭𝐚)

Capítulo 36

Lauren Pov

Olhei para cima e suspirei, voltando a fitar a tela do meu celular mais uma vez. Peguei uma pedrinha e lancei, atingindo a janela do quarto. Joguei mais duas pedrinhas, e só então Camila apareceu.

"Eu disse para você não vir!" A latina exclamou. Não estava com aquele sorriso lindo nos lábios.

"Você faria isso por mim se fossem papeis opostos."

"Lauren, meu pai-" Ela havia dito que teria tido uma discussão com o homem.

"Ele não vai ver nada. Me deixa subir, Camz." Percebi ela bufar e olhar para algum canto atrás de si.

"Eu vou trancar a porta do quarto, sobe." Sorri. Olhei pelo quintal e havia um banco, onde eu poderia subir e ir até a janela de Camila por um telhado. E, hey, eu já tinha feito aquilo bêbada. Claro que eu conseguiria sóbria.

Arregacei as mangas da minha jaqueta de couro e comecei a subir, não demorando muito para chegar até o quarto de Camila.

Assim que pisei dentro do quarto, senti os braços dela me envolverem, e não hesitei devolver o ato.

"Está tudo bem?" Perguntei. Camila negou, e um soluço me fez perceber que ela chorava. "Quer falar sobre o que aconteceu?" Negou mais uma vez. "Você quer... fazer sex-"

"Para de pensar que sexo pode sempre fazer alguém ficar melhor, Lauren!" Me encarou. "M-me desculpe... Eu não quero falar sobre o que aconteceu, eu não quero falar como me sinto, eu não quero foder, eu não quero seu corpo..." Os olhos dela estavam por todo meu rosto, assim como os meus estavam pelo dela. "Eu só quero você. Sua presença." Camila me abraçou mais forte e senti meu peito esquentar. "Eu preciso de você. Eu estou... morrendo... de medo."

A batida do meu coração falhou. Todo meu corpo reagiu a aquilo de uma forma diferente. Eu senti formigamentos por diversos lugares, senti como se sua necessidade me deixasse feliz, ao mesmo tempo em que ficava triste pelos acontecimentos pois Camila não merece...

Mas, o que mais me assustava nisso tudo, era o fato de que eu senti como se estivesse sendo amada de verdade. E isso com tão pouco?!

Mordi meu lábio e deixei um selinho nos lábios dela, primeiramente, a vendo ficar confusa, mas em seguida sorrir fraco. A abracei com todo carinho, suspirando ao ter o ato respondido.

"Eu vou deitar com você, e o que quiser dizer... você pode dizer, tudo bem?" Perguntei. Camila suspirou, assentindo em seguida. "Mas se quiser, não precisa falar nada." Ela foi até a cama bagunçada e deitou. O quarto estava escuro, pois era tarde e nenhuma de nós fez questão de acender alguma luz.

Tirei minha jaqueta, em seguida sentei na cama para desamarrar os cadarços dos meus coturnos. Por último, desabotoei minha calça jeans, me levantando apenas para tirar a peça de roupa, e ficar com apenas as mais leves.

Me virei a tempo de observar como Camila me olhava, mas não era ruim. Não era malicioso. Era lindo.

Fui até ela e deitei com a cabeça no peito de Camz, que suspirou e me abraçou.

"Primeiro; por que tem curativos nas mãos, Camz?" Ela suspirou outra vez.

"Eu caí em cima de uns cacos... mais cedo."

"Camz! Poxa, toma cuidado!" Avisei. Segurei a mão dela e beijei a palma, vendo um sorriso fraco se abrir nos lábios de Camila logo em seguida. Ela deixou a mão sobre minha cintura e ficamos de lado, de frente uma para a outra. Ajeitei uma mecha de cabelo dela para trás de sua orelha e Camila suspirou.

"Meu pai disse coisas horríveis sobre... alguém especial... e eu meio que dei um soco nele." Parei os movimentos das minhas mãos e arregalei meus olhos.