Essa é a última

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Ele correu de mim, eu odeio a minha vida, o que eu mais quero é ser outra pessoa, ou talvez não ser ninguém

Minha mente Está confusa, meu coração turbulado, eu tenho algumas cartelas de remédios na minha mochila, eu quero tomar todos de uma Vez, me matar, acabar com minha vida

— Você está bem mike? —  Meu irmão pergunta

— Estou — eu me viro para ele

Abaixo a cabeça e digo minhas últimas palavras a ele

— Eu vou indo, se cuida Jorjao, obrigada por tudo mano 

Eu chego perto dele e dou um abraço nele

— Se cuida mike, se precisar de algo é só vir aqui — ele diz com a mão no meu ombro

— pode pá Jorjao — eu olho para o chão

Essa é a última vez que eu verei meu irmão
Essa é a última briga com meu pai

— Até Jorjao — eu olho pra ele com um sorriso morto

— Até mikao — Ele sorri de volta

Eu me viro e começo a andar, as lágrimas a cair, porque minha vida tem que ser assim? Porque tem que ser isso sempre? Porque a vida tirou minha mãe de mim? Porque Deus?

Eu estou morando com a minha irmã, a Vera, após a morte da minha mãe, meu pai ficou pior do que já era, e eu me recusei a morar com ele

Mas eu não posso tomar esses remédios na casa dela, quando eu cair morto talvez meus sobrinhos pequenos que me achem, eu não quero destruir a família dela, eu preciso de algum lugar pra tomar esses remédios

Talvez a casa do Mauror Park

Eu ando até a casa dele chorando e pensando no sonho de mais cedo, o que o sonho queria dizer? O que a filha do Mauror tem ligado a mim?

Eu chego na porta da casa dele, seco as lágrimas e tomo coragem, talvez eu nunca tenha ninguém na minha vida, talvez esse seja meu destino, viver sozinho, sofrendo

Eu só queria vê-la mais uma vez, eu queria ter coragem pra dizer como eu acho ela linda, dizer o que sinto, sem medo da resposta

Mas Eleanor Park Iria corresponder?

Eu olho para o grande portão fechado da casa, aperto a campainha da casa, e espero o Mauror vir abrir, eu não posso ficar aqui me torturando

O portão se abre, e quando eu vejo quem é, é ela, Eleanor Park

Eu não esperava ver ela, eu não sei o que falar agora, eu apenas olho pro chão e..

— Oii, bom dia mike — Ela vira um pouco a cabeça pra falar comigo

— Seu pai está aí? — pergunto cortando o assunto, o que eu mais quero é conversar com ela, mas eu ainda tenho um medo enorme do que ela sente a respeito a mim

— Está sim — Ela abre mais o portão — Entre

Eu entro, e fico ali na garagem agoniado, eu vou morrer, nunca mais vou estar aqui, será que devo dizer algo a ela?

— Esse portão não está querendo fechar — Ela resmunga baixo — Se quiser ir entrando mike, meu pai está tomando banho mas já vai sair

Eu apenas subo as pequenas escadas e entro na sala, vou rapidamente pelo corredor da casa e chego na cozinha

— Oi mike, bom dia — a mãe da Eleanor, Ailan Fernanda, ela prefere apenas Fernanda, Diz toda animada — Senta aqui e toma um café com a gente

— Bom dia Dona Fernanda — eu respondo por educação — claro eu já venho

Ela abre um sorriso e volta ao fogão para terminar o café que estava fazendo, eu aproveito e entro no banheiro, me olho nos espelho, meu último café, a última vez que venho nessa Casa, a última vez que vejo Eleanor, a partir de hoje tudo isso acaba

Eu abro minha mochila e vejo ali as cartelas de remédio, eu ia as pegar quando ouvi algumas vozes

— Quem que chegou? — Mauror pergunta

— Ah, o Mike — Fernanda responde a ele

Eu pego rapidamente as cartelas e tiro os quinze remédios que há em uma, tomo uns dez de uma vez, pegando um pouco da água da pia, tomo três cartelas e sinto instantaneamente minha cabeça doer muito

Eu saio do banheiro e vou até o balcão da cozinha, estão todos sentados na mesa e há um lugar sobrando

— Bom dia Mauror — Eu digo me aproximando na cadeira que ele está

Ele estica a mão para me cumprimentar com um aperto de mão, eu cumprimento

— Sente-se e coma conosco — ele diz apontando para o lugar que está sobrando

O lugar é justo do lado de Eleanor, eu olho para o lugar, volto o olhar para ele

— Claro — eu sigo ao outro lado da mesa

Quando vou puxar a cadeira, Eleanor encosta da minhas costas, assim que ela me toca eu sinto ao revirar no meu estômago, e dói, eu paro bruscamente, e sinto algo sendo retirado dali, minha cabeça dói muito pelos remédios, tudo em minha volta gira e eu me apoio no balcão atrás de mim, é como se tivesse uma mão no meu estômago, ele dói muito.

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