Capítulo 1. Conversas

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As aulas daquele dia se passaram rapidamente e todos os acontecimentos anteriores não saíam da cabeça de Lily, mesmo com a garota tendo mil e um deveres a cumprir.

Já anoitecera e Lily estava presa na sala de monitores no fim de mais uma reunião monótona e muito chata. Pouco a pouco, os monitores de todos os anos e casas voltavam para sua sala comunal. Hoje à ronda seria por conta de Lily e Remus.

— Animada? — o rapaz perguntou quando o último monitor se retirou da pequena salinha.

Lily respirou fundo e fez uma careta.

— Cansada seria a palavra certa.

Juntos os dois saíram da salinha e começaram a caminhar pelos corredores da escola. Estava completamente deserto, exceto pelos fantasmas das Casas que passavam flutuando por ali, mas nada diziam.

— Está tudo muito calmo hoje. — Lily comentou quando chegaram ao segundo andar, com certo alívio e um pingo de desconfiança.

Remus passou a mão pelos cabelos, tentando esconder o nervosismo.

Há um andar acima dali, James e Sirius se espremiam embaixo da capa da invisibilidade, estavam completamente invisíveis e com o Mapa do Maroto em mãos. Checavam de minuto em minuto onde estavam os pontinhos com os nomes de Remus e Lily, que agora indicavam caminhar pelo segundo andar.

— Se abaixe mais, Padfoot, ou vamos acabar sendo descobertos.

O amigo se curvou ainda mais e assim os dois desceram mais um lance de escadas em silêncio e certo desconforto devido a dor que estavam sentindo na coluna.

Não precisaram checar o mapa para avistar Remus e Lily que caminhavam lado a lado monitorando o corredor.

— Pelo menos não é a gata de Filch. — Black sussurrou e eles se espremeram na parede, caminhando cada vez mais devagar e prendendo a respiração quando os dois monitores se aproximaram. — Aquela coisa me odeia.

— Você parece preocupada com alguma coisa. — os olhos cor de mel de Lupin avaliavam a ruiva que não estava mais conseguindo esconder que milhares de coisas a perturbavam.

— Só estou preocupada com Severus.

Lily se surpreendeu por se abrir daquela forma para o garoto que não era exatamente seu amigo, era mais um colega que a ajudava monitorar o castelo, mas ele trazia uma sensação de confiança e compreensão que a garota agradeceu no momento por estarem sozinhos.

Mas não estavam.

E ao ouvir o desabafo de Lily, James parou bruscamente há poucos metros dos dois e pediu que Sirius se calasse.

— Por que está preocupada com ele?

Uma briga entre desabafar totalmente ou não com o monitor criava forças dentro da ruiva, que por fim notando o deserto do corredor, desabafou:

— Ele está... diferente. — suspirou. — Não é mais o Sev que eu conheci.

Sirius revirou os olhos e gritava silenciosamente para o amigo aproveitar o corredor livre e seguirem com o plano de sair do castelo, mas James queria ouvir o restante da conversa.

— Bom, as pessoas mudam, não é? — Remus disse escondendo qualquer vestígio dos seus sentimentos pelo sonserino.

— Sim, Lupin, mas não é disso que estou falando. — a ruiva gesticulava impaciente. — Desde que ele se juntou com aqueles sonserinos... Eu não sei.

— Você acha que ele...

Eu não sei! — repetiu a garota com desespero na voz.

— Por que não tenta conversar com ele sobre isso?

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