Distúrbios De Uma Garota Cristã-A Espera

Cap.17

Josh narrando

Fiquei a andar de um lado pro outro e nada do médico vir e dizer de uma vez por todas se eles estão bem ou não.

(...)

Xxx: Josh acorda!— ouvi uma voz trêmula.

Fui abrindo os olhos devagar e vejo o pai de Lara ao meu lado.
Ele estava com uma cara péssima.
Como se alguém tivesse morrido.
Minhas costas doíam muito e só depois percebi que ainda estava no hospital.

Passei a mão pela cara na expectativa do ato ajudar a enxergar melhor.

Eu: alguma coisa da Lara?— pergunto esperançoso.

Ele: não. Mas a mãe dela...ela...ela...acabou por suicidar-se.
Ela deixou um bilhete dizendo que não queria viver a saber que a filha acabou com a vida que esta sonhara pra ela.

A cara dele não era das melhores.
Mas também, apesar deles discutirem muito, eu sei que ele sempre amou aquela mulher. Não por quem ela se tornou, mas por quem ela já chegou a ser.

E como a esperança é a última que morre, ele sempre acreditou que ela mudaria.

Eu: meus pêsames. De verdade eu...er...hnn..sinto muito mesmo pela sua perda. Espera. Ela não tinha sido presa? Como conseguiu suicidar -se na cadeia?—perguntei parvo.

Vi o meu "sogro" respirar fundo, fungar e olhar pro teto. Numa tentativa de não desmoronar perante mim.

Ele: ham, eu não sei ao certo, mas parece que ela conseguiu arrancar a arma de uma policial e disparou contra si quando estava a ser acompanhada até à cela.—disse pausadamente e senti sua dor em cada palavra proferida.

Quando estava prestes a tentar confortá-lo o médico aproxima-se e eu levanto num pulo.

Médico: parentes de Lara?

Nós: sim.

Médico : acompanhem-me, por favor.

Ele não estava com uma cara boa.
Mas ao menos ele não nos chamaria pra algum lugar pra nos dizer que Lara e meu filho tinham morrido, não?

Produção, ele não chamaria,
Né?

Fomos com ele até uma sala com as cortinas fechadas e a porta também.

Médico: ela ainda não acordou, então peço o mínimo de silêncio.

Ele abriu a porta e lá estava ela.
Minha doce Lara.
Deitada numa maca.
Completamente pálida e magra.

Me pergunto como alguém pode emagrecer tão rápido.
Dias atrás ela tinha a aparência bem melhor.

Os seus cabelos estão desorganizados e sem brilho algum.
Seus lábios estão completamente secos e pálidos. Sem a antiga cor.

Seu rosto está bem mais magro e sem expressão alguma que pudéssemos usar como prova que ela acordaria em pouco tempo.

Aproximei-me dela e toquei em sua mão completamente fria. Gelada.

Esta não é a minha Lara.

Eu: e o meu filho?

Médico: bom, ambos perderam demasiado sangue durante a tentativa de aborto e eles quase morreram.
Felizmente conseguimos fazer com ela recebesse o sangue necessário antes de algo mau acontecer.
Mas se ela conseguir sair deste estado, terá uma gravidez de alto risco.

Meu mundo caiu.

Médico: terá que ficar 24h sem fazer qualquer esforço físico. E não poderá sofrer grandes emoções. Ainda estamos a espera que ela reaja aos medicamentos e etc.
Qualquer coisa é só acionar aquele botão.—ele apontou pra um botão perto de Lara e retirou -se.

Dei espaço pro pai falar com a filha.
Eu sei que ela precisa dele neste momento.

E o mais incrível é que até agora eu não vi uma lágrima rolar pelo rosto deste homem.

Mas sinceramente não me importaria nada se ele pedisse um pouco das minhas.

Ele ficou a conversar com Lara e a contar-lhe tudo o que tivera acontecido.

Eu dei -lhe espaço, fui sentar-se numa das poltronas que ai estavam e acabei dormindo.