Capítulo 39

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Ok, eu devo avisar que este capitulo contem cenas de sexo explicito então se você por acaso não goste/queira ler já está avisado...


Normani passeava junto à limousine, sentindo-se a deriva de um mar de emoções. Como tinha chegado a perder o controle? Era tão impróprio, tão estranho a sua personalidade dar voz a seus pensamentos. E ainda assim, as palavras tinham escapado de sua boca antes de ter oportunidade de detê-las. Mas não era pesar o que sentia estando ao pé da majestosa perfeição. Jogando uma olhada na enorme mansão que abrigava a chave de sua revelação. Era mais específico que pesar. Tinha entrado na mansão com vergonha e fascinação, e partia com um sentimento de piedade tão profundo que lhe custou definir a emoção. Agora compreendia o equilíbrio do mundo. Tinha se equivocado ao achar injusto que Dinah tivesse tanta beleza, fama e fortuna. Os luxos superficiais da vida, tão fáceis de confundir com dons e bênçãos, agora lhe pareciam substituídos pelo verdadeiro milagre de ser. Como pôde Dinah sobreviver tantos anos em companhia de tão fria indiferença? Não parecia justo que alguém lhe roubasse o consolo de um lar amoroso, ainda que elegantemente mascarado com vestidos de grifes e perfeição adornados a ouro. A fúria substituiu à piedade. A brisa tocava em seus lábios e se perguntou por um instante se estava chorando sem notar. A ideia de enfrentar Dinah a encheu de medo. O fato era que tinha ultrapassado os limites no jantar e a possibilidade de que Dinah estivesse brava com ela não a deixava em paz. O som de passos captou sua atenção e de repente se viu incapaz de respirar.

"Vamos sair daqui" Dinah disse num tom firme. Sobressaltada com o súbito aparecimento da atriz ficou muda. Sem dizer uma palavra, seguiu a loira. Sentaram-se caladamente, escutando o som do motor arrancando, distraidas pela rapidez do movimento.

"Sinto muito," disse Dinah, suas palavras foram suaves e refrescantes contra a dureza do silêncio. "Foi pior do que pensei."

Normani tinha se preparado para tudo menos uma desculpa. Sua mente ficou quieta e não sabia o que responder. Dinah olhou para ela e depois para outro lugar. "Vou entender se quiser voltar para Nova York."

Por que ela acha que eu quero ir embora? "Sou eu quem deveria me desculpar," disse finalmente. "Não pretendia insultar daquele jeito a sua mãe. Fui muito grosseira."

"Ela mereceu..." Dinah se virou para olhar Normani "É ela quem deve se desculpar." Sorriu. "Nunca tinha te visto tão franca. Acho que eu deveria te irritar mais para ver o que acontece."

Normani sorriu, permitindo que a doçura do alívio lhe acalmasse. "Acho que seria mais prudente não fazer isto, Srta. Hansen. Que coisas poderiam escapar está noite."

"Vai, agora me deixou curiosa." Normani sorriu, sentindo vontade de abraçar à atriz. Mas só cruzou os braços.

Dinah tinha sentido falta do som das ondas. Tinha sentido falta dos passeios à meia-noite pela orla; descalça e despreocupada com a areia molhada, seus pés afundavam a cada passo. Somente agora se deu conta de que parte de sua vida fora perdida. Era bom, se sentar na tranquila solidão da noite e ficar olhando o rítmo das ondas. Desejou ficar ali para sempre, longe de sua mãe, do público, de seus amigos.

Longe de Mani...

Perguntou-se quanto mais poderia aguentar sem confessar. O medo de perder a amizade de Normani começava a ser mais uma desculpa que uma razão. Seria tão mal sentir a rejeição dela? Poderia seguir com a sua vida depois disso; não tinha certeza, mas deveria ser melhor que ficar guardando todo esse sentimento dentro dela. Qualquer coisa tinha que ser melhor que isto. Suspirando, deitou para trás apoiada sobre seus cotovelos. Sempre se considerou uma pessoa segura. Sempre fez o que desejava em sua vida, então por que não desta vez? Que tinha de tão traumático na palavra 'não'?

O Lado Cego do Amor - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora