Dinah encontrou-se na rua de Normani, estava a horas pensando e reavaliando sua existência, chegou à conclusão de que nunca mais iria voltar a dormir. Jamais. Podia seguir ligando para Camila e Ucker a qualquer hora, podia seguir contemplando a beleza de Nova York, perguntando-se o que estava pensando Normani nesse momento. Podia estar acordada esperando que o tempo passasse. Podia pensar. Podia preocupar-se... E antes de que se desse conta, estaria com cinquenta anos e sozinha; uma mera sombra de uma estrela de cinema, obcecada com sua juventude perdida... Sua beleza perdida... Seu amor perdido. Parou frente ao edifício da artista, olhando para cima. Seu coração foi acelerando enquanto subia as escadas. Se Normani me quer fora de sua vida então perfeito, mas não vou sair caladamente. Eram duas da manhã. Tinha pirado de vez? Antes que pudesse pensar sobre sua insensatez, a porta se abriu e alguém saiu, ela o tomou como um sinal. Entrando furtivamente no edifício, foi para o elevador. Até o andar de Normani, perguntou-se se estava sonhando, tinha dormido sem se dar conta? Esperava que não, tinha sido muito duro chegar tão longe e o difícil ainda estava por vir. Respirando profundamente, esperou que as portas se abrissem com um shuush. Quando fez, ficou no lugar. Se saísse, teria que bater em sua porta. Se ficasse no elevador, provavelmente não voltaria mais. As portas começaram a se fechar.
Olhou-as. As portas se fecharam com um clique.Normani entrou na cozinha a procura de alguma coisa para beber. Bocejou, perguntando-se por que estava acordada as duas e trinta da manhã. Abriu a geladeira, mas foi uma atividade improdutiva. Como ficavam tão rapidamente sem comida? Tinha passado só alguns dias desde que tinha abastecido a geladeira. Estava procurando algo no armário quando ouviu a primeira batida. Foi tão suave que as portas ao se fechar afogaram o som. A segunda batida foi um pouco mais forte e fez Normani parar e franzir as sobrancelhas, escutando. O terceiro captou a sua plena atenção, deu a volta e foi abrir a porta, perguntando-se quem em seu juízo perfeito viria a esta hora. Deu uma olhada pelo olho mágico e disse que não podia ser, aliás, ninguém em seu juízo perfeito. Suspirou e abriu a porta.
"Tem ideia de que horas são?"
"Duas e trinta e quatro," respondeu Dinah, não se envergonhando de olhar em seu relógio. "Não conseguia dormir."
Normani estava a ponto de expulsar ela dali, mas a deixou entrar. Não é como se eu estivesse dormindo.
Dinah lhe deu um pedaço de papel. "Toma."
Normani a contragosto pegou "O que é?"
"Lê."
Normani desdobrou o papel e leu o conteúdo, franzindo o cenho enquanto as palavras registavam-se em sua mente.
Estimada Srta. Kordei,
Comprei um quadro seu. A figura na imagem refletia tanto como me sinto às vezes, foi como se tivesse sido desenhado comigo em mente, me responda se expõe suas obras em alguma galeria em Nova York, onde eu possa ver mais de sua obra.
Atenciosamente,
J. Amasio.Normani levantou a vista. "Não estou entendendo."
"Foi o primeiro e-mail que te enviei," explicou a atriz.
"Eu sei, mas por que está me dando agora?"
Dinah olhou para baixo. "Porque é tudo o que eu desejava te dizer," respondeu. "Não foi uma brincadeira, não elaborei uma trama, eu simplesmente queria que você soubesse que eu tinha gostado de sua obra e que gostaria poder ver mais de seu trabalho"
"Por isto me deu um nome falso," contra-atacou.
"Não, eu lhe dei o verdadeiro," respondeu "Dinah Jane Milika Ilaisaane Amasio. É meu nome de nascimento. O mudei legalmente para Dinah Jane Hansen quando minha mãe se casou com Gordon Hansen quando eu tinha dez anos, embora quase ninguém saiba do Jane." Respondeu encolhendo os ombros.
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O Lado Cego do Amor - Norminah
FanficNormani Kordei é uma estudante e artista de rua que não entende como todos podem amar Dinah Hansen uma atriz antipática e esnobe, mas as coisas podem mudar quando um estranho compra uma pintura sua e lhe envia um email elogiando sua obra.