Cá estou eu, sentada em uma mesa de bar, em plena madrugada.
Eu acho que poderia frequentar esse mísero lugar quantas vezes fosse mas nunca encontraria meu ser.
É o quê estou tentando fazer, me encontrar ou talvez algo que faça as cores retornar para minha vida. Desde muito tempo tento achar a maldita resposta para as minhas noites mal dormidas, talvez não tenha ou talvez eu não pertença a esse maldito mundo.
Em pouco tempo tenho me perdido nas bebidas, nas canções, na poesia, nas mulheres e nas drogas. Eu realmente não tô nem aí pro que os outros acham ou sobre o que eles pensam, por isso estou onde estou. Isso faz meu ser solitário pois meus amigos falam e eu não escuto, tentam e eu não consigo. Eu realmente estou um caco.
Acho que o mundo me fez ficar assim. Tanto ódio, tanto abandono, tanta desunião, tanta gente sem amar, tanta gente que já amou, cada detalhe da vida me transformou no que sou. Não tentem me dizer sobre o quê eu devo fazer, não me questionem, não me dê conselhos, não façam nada. Preciso de ajuda mas não sei.
Eu sou incerteza, isso sempre me ferrou no amor. O amor sempre ferrou comigo. Sempre quando a gente acha que não vai conseguir mais amar, a vida sempre vem e "boom", você já está amando. É louco, eu sei, mas é a verdade.
Por isso sempre deixei o amor fazer o que bem entender comigo. Eu sei que em algum momento o amor vai bater na minha porta, e talvez eu não vá querer abrir por estar cansada demais disso tudo, mas eu sei que mesmo não querendo e não aceitando, eu já vou estar entregue. Então só deixo que o amor faça o que quiser de mim.
Enquanto turbilhões de palavras passam pela minha cabeça, eu tomo o último gole que está no copo. Eu deveria estar em casa mas que se foda, eu não dou a mínima.
Lentamente eu me levanto, vou até o balcão e pago os malditos drinks, saio cambaleando e vou até a porta.
Antes que eu pudesse abri-la ou tentar, uma moça abre, entra e acaba parando na minha frente, isso soa tão clichê, mas seus olhos eram lindos e mesmo eu estando em uma situação nada agradável, poderia jurar que eram castanhos e eram os mais lindos que eu já vi em toda a minha vida. A madrugada traz uma sensação de mistério e eu confesso que sempre adorei um.
Em segundos, poderia achar que se passavam horas em que eu estava admirando aquele castanho na minha frente, e posso dizer com firmeza que ela admirava o meu do mesmo modo.
Certo, agora preciso ir, isso já tá confuso demais, mas quem disse que eu queria? Ah, a vida é uma verdadeira confusão mesmo.
- É...eu acho que você está na minha frente - eu sabia e ela também, mas as palavras brincavam de quebra cabeça na minha mente.
- E você na minha - certo, eu não quero jogar, não agora.
- Se me der licença, eu poderei ir embora e assim nós duas poderíamos seguir nossos caminhos - eu não sei como reuni forças pra conseguir formular uma frase tão grande, porque tudo parece fazer sentido só na minha mente.
- A saída é toda sua, planeta dos olhos verdes- a suavidade e a diversão na fala dela me causou arrepios, espero me lembrar desses chocolates e dessa voz amanhã.
- Obrigada, olhos de chocolate - e assim ela seguiu o caminho para dentro do bar e eu para minha casa. Acho que deveria ter perguntado o seu nome, mas prefiro fazer isso sóbria de qualquer jeito. Espero encontrá-la novamente.
A ida para casa não era tão longa, tampouco escura, alguns passos e eu poderia chegar tranquilamente, caso eu não estivesse embriagada.
Novamente, por coincidência do destino ou não, meu telefone toca e ao pega-lo consigo decifrar o nome do contato pela frase curta que ele carrega e um emoji de coração ao final. Era o meu quase melhor amigo, Jhonatas, mas porquê que diabos ele estava me ligando a essa hora?
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Uma Chance
FanfictionO quão terrível deve ser amar? o quão prazeroso deve ser a dor? Qual a sensação de desfrutar desse e outros sentimentos? Eu soube que estava disposta a senti-los no exato momento em que meu olhar foi de encontro ao dela e o meu único ato era me ave...