✥- Música aconselhada: When you´re gone da Avril.
Saí apressadamente da cama, pondo os pés no chão.
"Porra..." pensei ao sentir a temperatura do mesmo.
Depois de me habituar á temperatura do chão, fui logo para a casa de banho, ficando feliz ao lembrar me que a pessoa que mais demorava na casa de banho, ainda estaria a dormir. Liguei o chuveiro e moderei a temperatura da água. Enquanto a mesma escorria, fui despindo a t-shirt que cobria parte do meu pálido corpo, e olhei-me ao espelho. Nele vi uma rapariga baixinha, loira, com grandes olhos azuis, e em que na sua face o que mais brilhava era o sorriso, tão verdadeiro e genuíno. Aquela era eu, Aleisha. Depois de algum tempo a refletir, pus-me debaixo da água, morna, e tomei um duche rápido, pois não queria, nem podia, demorar-me. Enrolei uma toalha no meu corpo e fiz o mesmo com o meu longo cabelo. Fui em pezinhos de lã até ao quarto, na tentativa de não molhar o chão, mas o mesmo acabou por se tornar inútil pois molhara o chão á mesma. Abri uma gaveta pertencente ao meu guarda-fato, e tirei de lá umas calças de ganga escuras e da gaveta ao lado, uma t-shirt que tinha estampado previamente, a típica frase: "Welcome Daddy". Vesti-me, dando a mínima aos detalhes, que diariamente usava e com o cabelo por secar, fiz um breve rabo-de-cavalo, suficientemente apertado, para me auxiliar na rapidez, e saí do quarto depois de calçar as minhas sapatilhas, que outrora já tinham sido mais branca. Desci as escadas a correr, e surpreendentemente encontrei a minha mãe a cozinhar, algo raro, mas mesmo muito raro de acontecer, pois com a sua infância, nunca tivera a liberdade/responsabilidade de cozinhar. Do seu lado encontrava-se Anna, a nossa empregada, ou vovó, como nós a tratamos, pela grande afeição que temos pela mesma. Senti um aroma bastante agradável, de provavelmente, o prato preferido do meu pai, “Carne á Alentejana”, mantendo sempre a sua cultura mesmo vivendo num país completamente diferente de Portugal, como a Austrália. Observei a minha mãe e a mesma tinha um avental vermelho e branco que abraçava a parte frontal do seu corpo, e tinha o seu cabelo loiro, num carrapito mal feito, apesar de estar atarefada com as panelas, não deixou de reparar na minha presença. Dei-lhe um breve beijinho, ao qual ela respondeu da mesma maneira carinhosa na testa. Dei um abraço á vovó, e ao dirigir me para o frigorífico, tirei um iogurte líquido, pensando que isso me aguentaria até ao almoço, eu, Aleisha, não posso comer a menos, mas neste estado de nervos, se como a mais grego reio-o.
"Aleisha, só vais beber isso, filha?"
"Sim mãe, estou a guardar a barriga para o almoço" sorri abertamente, mostrando o agrado pela refeição, e roubando uma batata acaba de fritar.
"Só hoje!" ordenou.
"Só hoje." Sorri abrindo a porta. "Até já mãe!"
"Até já querida, e por favor têm cuidado a conduzir, sabes que …"
"Mãe, não te preocupes”- interrompi. “No mínimo bato no carro de alguém, mas eu fujo, não te preocupes." Disse fechando a porta, rindo desalmadamente imaginando a cara da minha mãe depois de ouvir aquilo que eu dissera anteriormente.
Levantei a cabeça, com o objetivo de observar o enorme tapete azul natural, denominado também como céu; o mesmo estava de um tom de azul claro, acompanhado de um sol bastante calorento e convidativo, o que fazia um dia realmente agradavél, levando-me a acreditar que o dia de hoje seria sem dúvida, dos melhores. Fui até à garagem, que para minha impaciência, demorou bastante tempo a abrir e entrei no carro familiar cinzento pertencente á minha mãe. Mal o liguei, foi-se logo abaixo.
"Bolas, sempre a mesma coisa."
Voltei a tentar e desta vez fui sucedida. Comecei a sorrir, e um alívio percorreu todo o meu corpo por me aperceber, que no fim de tantos anos, dali a algumas horas poderia estar nos braços do homem mais importante da minha vida, o meu pai.Fui então conduzindo até ao aeroporto, cantarolando as músicas que davam aleatoriamente, no rádio. Estava tão ansiosa que nem me dei conta de ter chegado. Depois de estacionar dirigi-me para dentro. Mirei o meu relógio de pulso, e o mesmo marcava as "12.30" horas, ainda faltava algum tempo para o avião aterrar, por isso limitei-me a sentar e olhar em redor. No meu campo de visão, estavam inúmeras pessoas , muitas com o mesmo objetivo que eu. Uns conversando, outros andando de um lado para o outro e ainda outros sorrindo e chorando emocionados.Os nervos começavam a tomar completamente conta de mim. Quanto mais o tempo passava, mais se aproximava a altura em que estaria finalmente com ele, depois de três longos anos... Sem me aperceber uma estranha memória apoderou-se do meu pensamento...
# Flashback ON #
Saí apressadamente do quarto depois de ouvir o alerta do meu informando que o filme estaria a começar. Estávamos os dois sozinhos em casa, pois a minha mãe e as minhas irmãs tinham ido às compras, enquanto elas compravam algumas coisas para a viagem do meu pai, eu aproveitava para passar um dia divertido com o meu pai. Num passo apressado,passei pela cozinha para agarrar na taça de pipocas situada em cima da bancada de pedra, e dirigi-me à sala. Durante o filme, apenas estrondosas gargalhadas preenchiam aquela enorme sala, apenas iluminada pelo ecrã da televisão, no meio destre cenário, a voz grave a acentuada do meu pai falou:
"Sabes que eu posso não voltar Aleisha, certo?"
"Diz?" perguntei engasgando-me.
"Eu posso não voltar mais, posso morrer no Afeganistão..."
"Pai, não te preocupes. Isso não vai acontecer, pelo menos não contigo." Disse confiante.
"Aleisha querida, acorda, eu posso mesmo morrer!" elevou o seu tom e olhou-me nos olhos.
"Oh pai..." murmurei.
"Se isso acontecer, eu quero que tu ajudes a tua mãe em tudo. Apoia a Emily porque ela é como tu, faz-se de forte e não gosta de mostrar os sentimentos, mas no fundo é sensível. E a Maggie, trata dela como se fosse tua filha, pois tenho a certeza que a tua mãe não vai conseguir ser forte pos vocês todas, quanto mais por ela... Por isso peço-te que sejas tu, minha linda filha..."
"Pai, pára!" interrompi.
"Filha..."
"Pára pai! Isso não vai acontecer, tu vais ser forte por nós todas e daqui a três anos vais voltar, e vamos continuar com as nossas vidas, felizes como sempre." Disse tentando acreditar no que eu própria dizia.
Ele olhou-me nos olhos, e pude ver o seu azul tornar-se escuro, entristecendo... Deu-me um beijo na testa e saiu de casa. Quando ouvi a porta fechar, afundei-me no sofá. As lágrimas que eu tanto segurava começavam agora a correr na minha face, fazendo com que os meus olhos se tornassem em algo idêntico ao mar.
#Flashback OFF#
"Boa tarde. Informo que o voo 307 já aterrou. Aguardem um momento."
Levantei-me e olhei para as minhas mãos. Já estavam suadas. Agora não se via ninguém sentado e subitamente fez-se silêncio.Até que se vê uma grande multidão de homens fardados de vários tipos de verde. Naquele momento ouvi de tudo, gritos, choros, risos, pessoas a correr felizes e a abraçarem-se... Não conseguia ver o meu pai, provavelmente por ser baixinha. Pus-me em cima de uma cadeira e procurava, procurava, procurava, sem dar conta que já tinha começado a chorar. Talvez pelo entusiasmo, ou pelo medo que ele não regressasse. Mas ainda tinha esperança. Desci da cadeira e pareceu-me ver o Mathew, melhor amigo do meu pai. Ele estava a chorar... E nesse momento o mundo caiu. Não podia ser verdade, simplesmente não podia, o meu pai não morrera, eu tenho a certeza... Essa certeza que se desfez quando Mathew, depois de me entregar um caderno, me abraçou e sussurrou:
"Lamento muito Aleisha..."
"Ninguém lamenta mais do que eu..." solucei. Entreguei-me nos seus braços, tentando sentir a proteção do meu pai, o seu cheiro, ele... Mas não, isso nunca mais iria acontecer...
Ao desfolhar o caderno percebi que era o diário do meu pai.
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Olá meninas :3 Tá tudo bem ?
Bem, eu sei, eu sei mt dramática, mas espero que tenham gostado :)
A história no início é um pouco triste, mas vai melhorando (acho).
Votem e comentem por favor! :)
Mesmo que me digam que está mal, e me digam o que eu podia melhorar, ou sejas criticas construtivas ! :))
Beijinhos lindas <3
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Our Secret » (L.H) ✥
Roman pour Adolescents"I choose to love you in silence, for in silence I found no rejection. I choose to love you in my dreams, for in my dreams no one owns you but me."- Anonymous