Encontro com o passado

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- Lar doce lar. - brincou Damon deixando todos entrar na pensão Salvatore, que surpreendentemente estava vazia.
- Uau. - disse Felix olhando em volta.
- Eu sei. Querem conhecer?
Os três assentiram e Damon começou a guia-los para as escadas, mas parou ao ver Bella parada, ainda na entrada da sala, apenas os olhando.
- Não vem? - perguntou Alec e ela apenas sorriu.
- Não. Vou deixar os meninos aproveitarem. Preciso fazer algo. - disse Bella, não perdendo o olhar de Damon.
- O que vai fazer? - perguntou Damon, começando a se preocupar ao lembrar do outro problema que ela tinha.
Bella sorriu com carinho, adivinhando o que ele estava pensando.
- Não se preocupe, só preciso falar com Bonnie. Eu volto logo.
Ele apenas a encarou, mas Bella teve que ignorar, indo lhe dar um beijo antes de se preparar para sair.
- Cuidem dele por mim. - disse Bella para os três rapazes que sorriram assentindo antes dela finalmente sair.
- Isso não é bom. - sussurrou Damon esquecendo que eles poderiam ouvir.
- O que é essa de grude? - perguntou Demitri curioso.
- Os Cullen não são os únicos incomodando.
Damon tentou deixar aquele assunto de lado.
- Mas de qualquer jeito. Querem conhecer tudo ou não?
Os três se olharam antes de assentirem.
- Mostre o caminho. - disse Alec e enfim seguiram pelas escadas.

Já Bella, diferente do que disse a Damon, seguia para um lugar que não ia a muito tempo, mas realmente não pretendia demorar.
Sabe que ele provavelmente se preocuparia com o seu destino, mas tinha que fazer aquilo sozinha.
Sabia o que aquilo provocaria em si mesma e não queria que ninguém visse.
Assim que chegou em seu lugar, deixou seus joelhos fraquejarem, se ajoelhando em frente ao túmulo.
Depois de tanto tempo morta, finalmente conseguir sentir a dor pela perda era um alívio para ela.
Desde que voltou não tinha tido tempo algum para ela mesma e aquele era o momento.
- Eu sinto muito. - sussurrou Bella sentindo suas lágrimas finalmente caírem, depois do que realmente foi uma eternidade.
- Eu também sentiria se fosse você. - disse alguém atrás dela, que reconheceu rapidamente, se virando para ele, surpresa por ter aparecido tão cedo.
Ele sorriu, mais verdadeiro do que esperava.
- O que está fazendo aqui? - perguntou Bella se sentindo cansada.
- Apenas estava observando, mas ao ver quem veio ver não pude ficar escondido.
- Por que não? Não é como se tivesse se importado antes.
Ele enrijeceu e Bella temeu pelo que faria, mas pareceu se controlar.
- Sabe que a considerava uma filha! Mas não tive escolha, vocês não deveriam se tornar isso.
Ele apontou para ela, quase com nojo.
- Nenhum de nós teve culpa por isso Michael. Esther sabia as consequências e se arrependeu depois. Não pode acreditar que aceitariamos ficar sendo tratados como brinquedos.
Mas ele não parecia ouvir.
- Você era a única que pensei que ficaria do meu lado, mas me enganei!
- Eu perdi ela para os lobisomens também, se lembra? Eu sempre soube como se sentiram, mas não podia aceitar descontar nos seus filhos.
Ele, de repente, parecia com dor, mas disfarçou rapidamente.
- Niklaus não é meu filho.
- É claro que é. Apesar de tudo foi você que o criou. Acha que ele quis isso? Você não pode controlar tudo Michael, assim como Esther.
- Isabella...
- Vocês deveriam desejar que fossem felizes, e pela primeira vez eles estão, mas parecem só se importar com o que querem.
- Chega!
- Eu faria tudo para tê-la de volta e vocês se reforçam para se livrar dos seus!
- Eu disse já chega!
Ele foi mais rápido do que Bella poderia ver e a pegou pelo pescoço, conseguindo tira-la do chão.
- Eu confiei em você. - sussurrou Bella deixando suas lágrimas caírem novamente, sabendo o que ele faria.
E ele não decepcionou, a jogando contra a árvore mais próxima.
- Eu a considerava minha neta! Eles a tiraram de mim, assim como fizeram com Henrick e acabaram levando um pedaço de você junto. Não teria aceitado se tornar isso se não fosse assim e sabe disso. Não pode me culpar por querer o que acho melhor por meus filhos. Eu errei antes, mas não quero errar de novo.
Bella viu o velho Michael, aquele que a amou como uma filha e não conseguia entender como ele poderia se tranformar naquela outra pessoa tão rápido. Lamentou não poder fazer mais nada por ele.
Antes que ela pudesse responder estava novamente sozinha ali e deixou suas feridas se abrirem depois de tanto tempo.
Olhando novamente para o túmulo dela, pensou se não teria sido tudo diferente se ela não tivesse morrido.
A morte de um filho realmente mudava uma pessoa. Ela podia olhar para si mesma para ter certeza disso.

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